A morte surpreendeu de madrugada!
Surgiu como sempre, sem ser convidada,
E num repente, quantas vidas devastadas, soterradas
Sobre escombros de esperanças
A morte surpreendeu de madrugada!
Não perdoou juventude, nem velhice
Nem descanso, nem espanto, nem sonhos
Nem planos, nem chegada de um novo ano
Veio ligeira, descendo a encosta,
Molhada de chuva e com um dever a cumprir
Não distraiu-se com o barulho de fogos
Não reparou na beleza do mar
Veio, rápida e certeira, pronta a fazer sua colheita
A morte surpreendeu de madrugada!
E com a foice e a mortalha
Cobriu-nos de luto e pesar
Encheu-nos de tristeza o olhar
Deixando apenas por onde passou
Mágoa, frustração e dor
Como promessas de um ano bom
2 comentários:
É... Virgína! Num lugar que tem a beleza de um paraíso, a morte veio aterradora, mostrando o antagonismo dessa vida. Ela mesma já fez seu trabalho sozinha, enterrando suas vítimas.Ela, que nos amedronta desde que nascemos...
"Mas o anjo do senhor
de quem nos fala o Livro Santo
desceu do céu para uma cerveja
junto dele no seu canto
e a morte o carregou
feito um pacote em seu manto
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
que tem no fim da tarde a sensação da missão cumprida
(Que a Terra lhe seja leve)"
Postar um comentário