Foto by Bob Medina
Assim como a folha levada pelo rio, assim vai a minha dor, assim vai o meu amor... Vai, feito folha leve e velha que nem essa, para onde o rio levar... A descansar nas margens ou quiçá, nas profundezas de uma vida imperfeita.
A folha, leve e velha surpreende o mundo por onde passa pela graça, beleza e estranheza com que se deixa levar, pacientemente, sem se queixar, para onde e como o rio quer, para onde e como o rio quiser.
Segue em silencio, sem queixa, a velha folha, para juntar-se a outras folhas, tão velhas quanto ela, contadoras de histórias, que sabem que, antes, precisam primeiro apodrecer para depois, voltar a viver... A voltar, a prosseguir, a percorrer, a insistir em novos ciclos, outros caminhos.
A folha, em essência, se encontra presente em todos eles... Tal qual a água do rio que a levou para longe.