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domingo, 23 de julho de 2023

O DIREITO ARRANCADO À PONTA DE FACA

 



Crime aconteceu na Rua Argélia, no bairro Petrovale, em Betim — Foto: Vagner Tolendato/TV Globo


Quando um funcionário, geralmente mal remunerado, toma as dores da empresa ou do patrão, para o qual trabalha, deve haver algo de muito errado com ele, lógico, poderíamos dizer, que lhe falta amor próprio. Para quê, como funcionário, se exaltar com terceiros, clientes ou não, por conta de serviços disfuncionais de uma empresa, que deveriam ser por direitos e deveres, relegados apenas ao patrão ou patrões?! Para quê chegar a extremos, como brigas e assassinatos, por conta de quem muitas vezes, como empregador, usa e abusa da pessoa como funcionário? 

Em Betim, na grande BH, uma mulher, funcionária de uma padaria, exercendo a função de balconista, encheu-se de fúria ao ver um comentário depreciativo de certa conhecida sua em uma rede social, sobre o lugar em que trabalhava, a padaria no caso. Provavelmente, já deveria haver um ranço, uma antipatia entre as duas, ranço este que a acusada resolveu selar com um assassinato.

O crime se deu quase um mês depois dos comentários depreciativos terem sido postados por Ana Paula, a vítima, que disse ter comprado "pão com carrapato" e criticado o grau de limpeza do lugar. A acusada, rebateu, dizendo não ser verdade, e que o ambiente era limpo com frequência, sendo, inclusive, dedetizado, e, para completar numa típica atitude infantil, daquelas bem mimizentas, disse que ia falar para a "Lene" - a dona da padaria" - e, palavras dela, "que isso não vai ficar assim."

A acusada, pessoa deprimente e nefasta, guardou no coração a mágoa feita nem diretamente a ela própria, mas sim a um estabelecimento no qual trabalhava e que a vítima, como cliente, estava no direito de expor seu desgosto, ainda mais se achou que foi ferida em seu direito de consumidor. Atualmente, ninguém quer reconhecer que o outro também tem direitos e que o mundo não gira ao redor do próprio umbigo do Narciso, que exige, grita, xinga e bate o pé para que apenas o seu direito deva ser mantido, observado e reconhecido.

E foi então, que, decorridos os dias, a acusada avistou Ana Paula, a vítima, em uma confraternização em um bar; imediatamente foi lá e começou com a mesma uma violenta discussão que acabou em morte por ataque com arma branca. Ana Paula, foi atingida nos braços, tórax e ombro e ainda chegou a ser levada pela irmã ao hospital, porém, não resistiu. A acusada fugiu, mas foi pega em uma base comunitária. Estava com os pés, roupas e rosto sujos de sangue. Fiquei pensando se ninguém no bar conseguiu ou quis ajudar a moça. Será que tentaram alguma coisa ou ficaram apenas observando, agarrados uns nos outros, aos gritos e prantos? Quiçá, muitos tenham saído correndo, receio, né, de uma mulher sozinha armada com faca (contém ironia).

Agora, vejam só: uma pessoa, por conta de uma reclamação que nem foi dirigida a ela, de forma pessoal - e mesmo se fosse - toma por si, a decisão de matar, dando cabo de duas vidas, a dela própria e a da vítima, ao desferir várias facadas. O instinto de um funcionário para proteger o negócio, um bem que não é seu de forma nenhuma, mas sim do patrão, quase sempre acaba em tragédia. Nunca, jamais, troque sua vida por bens materiais, nem que seja o seu, imagine então se for de patrões. Os patrões têm que dar condições de trabalho para que o funcionário não coloque a vida, física ou mental, em risco. Foi-se o tempo, em que para manter um emprego, a pessoa tinha que pagar com a própria vida, ainda se paga, de certa maneira. Resta-nos um longo caminho a percorrer, para que possamos perceber e admitir que todos dependemos uns dos outros, e mais que patrões e empregados, somos seres humanos unidos por fios invisíveis e universais em busca de decência, justiça e tolerância dentre formas de viver mais humanas, para que o "sobreviver", não se torne um lugar comum inflamado de ódio e coberto de mágoas.



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