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quarta-feira, 19 de julho de 2023

O DIÁRIO EM DESCANSO DE GREGOR SAMSA

 


Imagem de Gregor Samsa, gerada por IA. 


"Quando Gregor Samsa despertou naquela manhã, após uma noite de sono intranquilo", não imaginou que a realidade seria seu pior pesadelo. Sem querer, viera parar num açougue abandonado, mas, não havia alimento ali, apenas nacos de carnes apodrecidas, abandonadas, esquecidas, impróprio para qualquer consumo. Nem mesmo ele, em sua estranha metamorfose, conseguiria degustar qualquer coisa dali por boa vontade. O sangue coalhado, negro e seco, espalhado sobre as mesas e o chão, não o permitiram que mergulhasse em alguma ilusão onírica. Mal porém se ajeitou para dar o fora, foi derrubado por uma multidão de outros insetos esvoaçantes e rasteiros, não tão racionais quanto ele, porém extremamente necessitados de restos mortais para depositarem seus ovos, afim de que pudessem zelar por sua própria subsistência, sobrevivência, permanência. Alguns desses nacos esquecidos, já apresentavam larvas vivas, a se mexer, retorcer dando assim prosseguimento às necessárias etapas do viver. O velho açougue abandonado, tinha cheiro de morte mad estava repleto de vida. Pobre Gregor, captou no ar o cheiro terrível da podridão e ele perdeu os sentidos. Tomara, para seu próprio bem, que esse pesadelo acabe logo. Não demorou, acordou e ainda zonzo, nem sentiu, tampouco percebeu, a multidão barulhenta, decidida, invasiva, passar por sobre ele, por cima dele, empurrando-o, na contramão cada vez mais para longe - e, enfim, por um fio de boa sorte - para mais perto da porta. A saída logo ali..

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