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segunda-feira, 2 de junho de 2008

MEDITAÇÕES DE UM VAMPIRO


Luz e escuridão
Passos no chão
Olhos abertos
Ouvidos atentos
Desejos do coração...
Luz e escuridão
Passos e flores
no chão.

***

O morto-vivo andou por muitos caminhos,
até não saber mais para onde ir.
Céu e inferno entrelaçados, numa tiara mística,
arrebatam os devotos do bem e do mal.
Dentro do ser, a semente fugidia,
aguarda o excesso de luz se dissipar.

***

I

Em um vale abandonado por todos esquecido,
entre as ruínas de um castelo assombrado
medita um vampiro.
Imensa sombra, que do sol se oculta, ao longe escuta
a canção que vem do mar...
“Será alguma sereia também a se lamentar?!”
O vampiro suspira de desalento e solidão; só ele não chora,
de seu frio olhar, lágrimas não rolam.
Este sentimento de tristeza infinda não sabe de onde vem
e no fundo de sua mente procura uma resposta, porém,
ouve somente o eco das ondas do mar a bater nas rochas...
“Será algum navio a errar no mar bravio?!”
Lembra-se então de quando, ao ansiar pela luz, a treva se fundiu.
O vento bate nas janelas do castelo.
“Com que propósito, fui com a imortalidade amaldiçoado ?!
Apenas para espalhar a dor, o ódio e a morte e assim viver atormentado?!
O que estou a dizer... Viver não é bem a palavra certa... morto-vivo sou,
almejo o descanso eterno... Tantas perguntas, nenhuma resposta...
Amanhã, com uma estaca ao peito cravada, quiçá eu consiga a remissão...
(ah... mas a estaca dói tanto... é sacrifício demais para um velho coração)
então, melhor será esperar nascer o sol, daqui, do alto desta torre,
e eis que, uma vez, em cinzas transformado, meu espírito possa voar
em paz a busca de liberdade... Aí, talvez, quem sabe, aquele grande espelho,
há tempos pelo pó encoberto possa, enfim, refletir minha imagem”.

II
No alto de uma colina, num vale antigo,
existe um castelo em ruínas, onde habita um vampiro.
Quando o manto da noite cai e tudo envolve, trazendo paz e descanso aos homens,
no velho castelo o vampiro desperta e outra noite de tormentos recomeça.
Medita por entre os vazios aposentos o que o levou a tamanha solidão!
Eternamente condenado a vagar nas ruínas de um castelo assombrado.
Senhor de muitas formas, a nenhuma deseja mais.
Ladrão de almas, que de sangue necessita, tem horror a sua sina.
Está cansado de tanta imortalidade.
Lá fora os lobos uivam, chamando-o para a carnificina, mas hoje ele não vai...
O vampiro medita!

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