Um corvo, um cobre

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

O DERVIXE


No meu céu sem estrelas
Não brilha o sol
Não surge a lua
A noite é sempre escura

Eu choro o tempo todo
Por dentro de mim
Eu chovo o tempo todo
Por fora de mim
Choro e chovo
Por dentro de mim
Chovo e choro
Por fora de mim
Por fora e por dentro
Por dentro e por fora
Rio de lágrimas que se forma e
Escorre da nascente dos olhos
E passa correndo ao longo de mim

Homem/mulher/rio...
O frio me consome
Assim como as noites insones
E as saudades e os amores sem fim

Carpideira solidária
Às dores alheias
Vou entre lamentos e cantos
Misturar-me aos desabrigados
Da sorte, servir de escudo
Ao guerreiro deixado a morte

Sob o meu céu inacabado
Ao longo das eras
Lanço a sorte por terra
Num jogo de dados viciados
Ou num baralho de cartas marcadas
Serei eu rei de ouros ou de espadas, de paus ou de copas?
Rainha senhora dama louca de um mundo inventado?
Ás, “joker”, coringa, tolo, idiota
De um reino maravilhoso e distante

Vou...rumo ao desconhecido
Com a cabeça latejando...
Sem um instante de descanso
A solidão me serve de manto

Vou...em silêncio, ao abandono do tempo que não passa
Ao sabor das horas amargas
A escuridão é minha única morada
Por enquanto...
Em círculos, por esse mundo vou girando...

Um comentário:

# Poetíssima Prida disse...

Nossa...só girando?!

menina, a vida é tão doida né?!

E temos sempre carta de chegada e de partida..

ou simplesmetne vamos indo..girando...e girando..

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