Jurupari passeia pela noite.
Jurupari passeia pelo terreiro.
Jurupari é o poderoso senhor do medo que chega para assustar pequeno guerreiro.
Devagar, a grande sombra entra na oca, escurecendo a taba por inteiro.
Pequeno guerreiro não consegue adormecer.
Jurupari é espírito sem forma.
Jurupari é espírito mau
Mas pequeno guerreiro é valente
Jurupari é o poderoso senhor do medo que chega para assustar pequeno guerreiro.
Devagar, a grande sombra entra na oca, escurecendo a taba por inteiro.
Pequeno guerreiro não consegue adormecer.
Jurupari é espírito sem forma.
Jurupari é espírito mau
Mas pequeno guerreiro é valente
E a grande sombra olha de frente
Jurupari se encolhe, pra longe foge, a grande sombra desaparece!
Jurupari, o poderoso senhor do medo, tem medo de pequeno guerreiro, que depois, exausto da cansativa batalha, em paz adormece, iluminado pela vigilante luz da lua.
Jurupari, o poderoso senhor do medo, tem medo de pequeno guerreiro, que depois, exausto da cansativa batalha, em paz adormece, iluminado pela vigilante luz da lua.
***
[1] JURUPARI: Do tupi Iuru-Pari que quer dizer boca fechada, mistério, segredo. Entidade tida pelos indígenas como “filho do sol”, o legislador, o gênio da música, temido e respeitado pelos povos da selva, que, porém, com a chegada dos missionários jesuítas foi rebaixado a categoria de “diabo”, o espírito malévolo que rondava a floresta.
Do livro MORONETÁ-Crônicas Manauaras; Virgínia Allan; Editora Valer
Do livro MORONETÁ-Crônicas Manauaras; Virgínia Allan; Editora Valer
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