Um pequeno acidente, mas para mim tomou a proporção de um desastre... Nós, humanos, temos essa mania de transformar tudo em algo medonhamente gigantesco, dramático e o pior, sem saída... Bem, não sei enfim o que aconteceu, só sei que meu leitor de CD não funciona mais, apesar de, aparentemente, o programa não apresentar nenhum problema e o notebook ser novo ainda, nem um ano de uso... Não seria nada demais se as músicas que tinha gravado no computador, um vasto e variado repertório, simplesmente também não houvessem desaparecido sem deixar vestígios. Lá se foram os meus blues na voz do velho Big Bill Broonzy e alguns outros bluesmen de responsa... Na verdade, ter perdido as músicas foi somente um detalhe, um detalhe muiiiiiiiiiito chato, mas é claro que não estou chateada só por causa disso... Recomeçar, seja com o que for ou de que jeito for, é a nossa missão de todo dia, mas levando-se em conta tempo, satisfação e amor pelo que já estava em andamento, recomeçar é uma chateação, além de requerer coragem, esforço, determinação e paciência qualidades, que até tenho, e falo isso sem falsa modéstia, mas, não estou animada para nada, estou numa fase de plena insatisfação e olha que estou falando de um “probleminha”.... Caso a se pensar... se estou agindo assim agora, o que será que farei diante dos “grandes problemas” ou direi, dilemas? Não sei... ou melhor, eu sei, tenho umas regras as quais recorro quando me encontro nesse estado de espírito, regras preciosas que, aliás, já deveria ter assimilado e usado quase que por instinto. Em minha displicência, é fato notório de que talvez esteja de “mal a pior” comigo mesma. Isso me faz lembrar que semana passada, vi um episódio em COLD CASE, uma de minhas séries prediletas, em que um psicopata colecionador assassino pegava suas vitimas, sempre mulheres, e as trancava em um quarto escuro. Estas mulheres tinham um motivo especial para viver: Uma tinha um lindo bebê, a outra uma voz maravilhosa com a qual louvava ao Senhor e a outra, um amor de verdade, daqueles que são pra vida toda, na alegria e na tristeza. O prazer do colecionador psicopata, e assim era o seu método de matar, era justamente tirar dessas mulheres a vontade de viver, tirar delas a fé, a esperança, até o ponto que nem o motivo que, antes, as mantinha presa a vida tivesse mais a menor importância.
Sua primeira vítima, morreu afogada em um poço, quando ele, adolescente, ao passear pela floresta, ouviu pedidos de socorro e foi então que, recusando-se em ajudar, deparou-se com a cena que ele julgou a mais insólita, a mais linda, a mais sublime que já havia visto: Alguém, por total falta de esperança, por decepção, desistindo de viver. Ele ficou ali, à beira do poço, apenas ouvindo e observando, e em vez de ajudar, cuspiu na água, olhando fixamente nos olhos da moça, esboçando no rosto juvenil um sorriso sutil e feliz. Suas duas outras vítimas tiveram a mesma reação. A mãe esqueceu do seu filho; a moça devota esqueceu de seu Deus e mesmo com todas as saídas propositalmente facilitadas, não seria impedida se quisesse fugir, mesmo assim, ela aquiesceu e deixou-se morrer, mas a moça que encontrou seu amor verdadeiro, todo dia recomeçava, na escuridão da cela úmida e infecta, ao som do badalo de um sino que todo dia, as mesmas horas, tocava o refrão de uma canção. Para não morrer de tristeza naquele lugar, a moça se agarrou a poesia desses instantes breves e mágicos, repletos de luz; ao soar do sino ela sabia exatamente o dia e a hora em que estava e acompanhava o badalo com sua voz fraquinha, baixinha, quase um murmúrio... Ela não se perdeu, nem esqueceu o seu amor... encheu de luz a escuridão e todo dia recordava a si mesma, todo dia recomeçava nem que fosse na solidão agonizante de uma espera longa e mortal.
Hummmmm..... depois de ler o que escrevi, eu deveria me “tocar”, não? Recomece, minha senhora, recomece... é tempo ainda... e tens muitos motivos, não citarei cada um, para continuares viva. Enche de luz a escuridão e recomeças a contar a tua própria história, nem que sejas tu, a única ouvinte.
Sua primeira vítima, morreu afogada em um poço, quando ele, adolescente, ao passear pela floresta, ouviu pedidos de socorro e foi então que, recusando-se em ajudar, deparou-se com a cena que ele julgou a mais insólita, a mais linda, a mais sublime que já havia visto: Alguém, por total falta de esperança, por decepção, desistindo de viver. Ele ficou ali, à beira do poço, apenas ouvindo e observando, e em vez de ajudar, cuspiu na água, olhando fixamente nos olhos da moça, esboçando no rosto juvenil um sorriso sutil e feliz. Suas duas outras vítimas tiveram a mesma reação. A mãe esqueceu do seu filho; a moça devota esqueceu de seu Deus e mesmo com todas as saídas propositalmente facilitadas, não seria impedida se quisesse fugir, mesmo assim, ela aquiesceu e deixou-se morrer, mas a moça que encontrou seu amor verdadeiro, todo dia recomeçava, na escuridão da cela úmida e infecta, ao som do badalo de um sino que todo dia, as mesmas horas, tocava o refrão de uma canção. Para não morrer de tristeza naquele lugar, a moça se agarrou a poesia desses instantes breves e mágicos, repletos de luz; ao soar do sino ela sabia exatamente o dia e a hora em que estava e acompanhava o badalo com sua voz fraquinha, baixinha, quase um murmúrio... Ela não se perdeu, nem esqueceu o seu amor... encheu de luz a escuridão e todo dia recordava a si mesma, todo dia recomeçava nem que fosse na solidão agonizante de uma espera longa e mortal.
Hummmmm..... depois de ler o que escrevi, eu deveria me “tocar”, não? Recomece, minha senhora, recomece... é tempo ainda... e tens muitos motivos, não citarei cada um, para continuares viva. Enche de luz a escuridão e recomeças a contar a tua própria história, nem que sejas tu, a única ouvinte.
Um comentário:
POIS é Virgínia,mas tôdos nós temos um tempo, certamente o seu ainda não se compriu.O luto leva tempo, de qualquer forma gosto do que você escreve.conte suas histórias, elas nos interessam.
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