Não há sonhos sem dormir e as luzes ainda estão acesas! Os sentimentos se misturam giram, como numa ciranda enlouquecida. São sentimentos estranhos! Náufrago perdido em uma “sonífera ilha”, distante de tudo. Em minha mente ressoa o relógio, que pára exatamente em cima da mesma “hora absurda” em que me lancei ao nada. Há um cabide na memória onde se penduram as lembranças, mas há também as gavetas, as paredes, os veios de rios e toda espécie de metáforas para assim guardá-las ou designá-las. Pensei estar livre de alguns percalços nessa jornada, entretanto, de vez em quando, deparo-me com minha própria inutilidade e, remando contra a maré, continuo no caminho do silêncio. Fecho-me em mim mesma, trancada, sombria entre os quatro cantos do ser... Quisera eu poder pintar minhas manhãs, enchê-las de grandes, imensas alegrias, lindas paisagens, e, ao longo do dia não mais sentir-me assim... Não entendo as toscas alegrias dos seres humanos que se comprazem com qualquer deleite... procuro em minha vida afora, pela magia perdida que torna o mundo real e aceitável... avessa no tempo, não encontro meios de perdoar minhas pequenas infrações... abstrações... “o silêncio que habita os espelhos” coloca-me exatamente onde estou... parada... olhando para um rosto que não reconheço... que não é o meu... Desconserto o coração... corrijo as estações... convoco a solidão... This is the End? A chuva cai, molha o quintal, inunda o meu quarto... o cheiro sufocante de terra molhada chega até mim... e eu continuo a remar contra a maré... na verdade, me sinto como um dos cegos daquela história que apalpa o elefante no escuro e que, confuso, confunde uma de suas partes com o todo...
Um corvo, um cobre
Se quiser jogar um cobre a um corvo pobre, será muito bem vindo: chave pix: 337.895.762-04
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Não há sonhos sem dormir e as luzes ainda estão acesas! Os sentimentos se misturam giram, como numa ciranda enlouquecida. São sentimentos estranhos! Náufrago perdido em uma “sonífera ilha”, distante de tudo. Em minha mente ressoa o relógio, que pára exatamente em cima da mesma “hora absurda” em que me lancei ao nada. Há um cabide na memória onde se penduram as lembranças, mas há também as gavetas, as paredes, os veios de rios e toda espécie de metáforas para assim guardá-las ou designá-las. Pensei estar livre de alguns percalços nessa jornada, entretanto, de vez em quando, deparo-me com minha própria inutilidade e, remando contra a maré, continuo no caminho do silêncio. Fecho-me em mim mesma, trancada, sombria entre os quatro cantos do ser... Quisera eu poder pintar minhas manhãs, enchê-las de grandes, imensas alegrias, lindas paisagens, e, ao longo do dia não mais sentir-me assim... Não entendo as toscas alegrias dos seres humanos que se comprazem com qualquer deleite... procuro em minha vida afora, pela magia perdida que torna o mundo real e aceitável... avessa no tempo, não encontro meios de perdoar minhas pequenas infrações... abstrações... “o silêncio que habita os espelhos” coloca-me exatamente onde estou... parada... olhando para um rosto que não reconheço... que não é o meu... Desconserto o coração... corrijo as estações... convoco a solidão... This is the End? A chuva cai, molha o quintal, inunda o meu quarto... o cheiro sufocante de terra molhada chega até mim... e eu continuo a remar contra a maré... na verdade, me sinto como um dos cegos daquela história que apalpa o elefante no escuro e que, confuso, confunde uma de suas partes com o todo...
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3 comentários:
Nem sempre precisa pintar alegrias, madame.
às vezes a tristeza faz uma melhor imagem.
Em qualquer caso, a tristeza é muito bonito quando você pinta.
Buenas noches
Bisous
Nossa... me emocionei!
A tela ficou assim... embaralhada.
O verâo esta sobrevalorado, Virgínia... É cosa do marketing e da optimizaçâo de recursos e tudo isso... Mas o verâo nâo xeira apenas... Polvo, ferro quente, mais polvo, traspiraçâo, que a voltas torna num delicado xeiro de cominos ou noz moscada e depois, soltanto, a solidade da terra molhada e o sotaque alternativo da xuva quando fala em asfalto, em telhado de zinco ou em vidraça... Depois d'isso, fica tudo esmagado pelo sol, numa paisagem desolada, onde a gente, solo para compensar, ri, canta e pasa sobre tudo sem tocar, ni comprender nada.
Mala época o equinócio para a ánima que perceve a eternidade e que gosta por tanto de nuances. Entretanto a xuva, o calor, o xeiro a terra molhada e esmagada, a ferro quente, a transpiraçâo da gente mesma diz constantemente que espere seu Outono, como na outra punta do mundo, espero eu minha primaveira.
Um abraço boreal.
(perdâo pelo crime lingüistico)
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