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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A CRIAÇÃO, MITO IORUBA



No principio era o Caos sem forma. Não havia terra; não havia mar, havia apenas uma fria e estranha solidão a pairar, desoladora, sobre um pântano.
Lá, no alto do céu mais alto, acima do pântano, vivia Olorum, o Ser Supremo. Ao redor de Olorum, outros deuses, sempre prontos a servi-lo e a atender seu chamado, inclusive Oxalá, o Grande Deus.
Um dia, chamou Olorum a Oxalá à sua presença e mandou-lhe que criasse um mundo com terra firme e para isso, para que Oxalá fosse bem sucedido em sua missão, deu-lhe uma concha de caramujo com uma porção de terra mágica, um pombo e uma galinha de cinco garras.
Oxalá desceu do céu até o Caos e pôs-se a organizá-lo. Primeiro, procurou, e achou, naquele mar pantanoso um ponto seco onde jogou a terra mágica, em seguida, sobre ela, soltou o pombo e a galinha que logo começaram a ciscá-la e ciscaram tanto que a terra e o mar foram de uma vez separados.
Assim que Oxalá voltou à presença de Olorum, a fim de prestar contas de sua obra, um camaleão foi enviado para avaliá-la e o seu relato foi bastante alentador, enchendo Olorum de satisfação, o que fez que mandasse Oxalá de volta e terminasse o que havia tão bem começado.
O ponto seco localizado por Oxalá ficou conhecido como Ifé
[1], mais tarde Ifê-Ilê [2] até hoje tida como cidade sagrada.
Oxalá levou quatro dias para fazer tudo e no quinto dia, descansou. Mas, outra vez Olorum chamou-o a sua presença e ordenou a Oxalá que baixasse a terra e criasse toda espécie de planta. De pronto surgiu a primeira dendezeira. Isto feito, Olorum ordenou a chuva que caísse e a chuva desceu, cantando, dançando, e molhou as sementes que então cresceram e formaram uma enorme floresta, cobrindo a terra.
Oxalá pôs-se a criar, a partir da terra, as primeiras pessoas, mas, precisou levá-las para o céu; pois somente Olorum, o Ser Supremo, poderia dar-lhes vida, insuflar-lhes o espírito, proporcionar-lhes o ritmo.
Oxalá foi e se escondeu na oficina de Olorum, ansioso por presenciar o misterioso encanto do surgimento da vida. Mas, dos olhos e do pensamento de Olorum, nada escapa e sabendo que Oxalá o espiava, o fez cair em um sono profundo.
Oxalá nada viu e o segredo da vida permaneceu com Olorum e até hoje Oxalá faz o corpo, através do amor que une um homem e uma mulher, porém, apenas o Ser Supremo, Olorum, pode dar-lhe vida
[3].



[1]Ifê; em idioma ioruba significa “vasto”.
[2] Ilê; casa
[3] Mito Ioruba (África Ocidental) sobre a criação: J.F. Bierlein, MITOS PARALELOS; tradução: Pedro Ribeiro; 2003, Ediouro Publicações S.A.

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