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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

VERSOS INQUIETOS





 Paris pela janela, Chagall, 1913


Faço versos inquietos
Como surgem em minha alma
Faço versos de agonia
Se me surgem na tristeza ou na alegria


A promessa de um céu ignoro
O temor de um inferno não me sustenta
Não temo fechar os olhos
Não carrego cruz ou água benta


Mas não ouso desafiar os fados
E nem descuido de meu cavalo
E acomodado ao tronco da palmeira
Ouço a promessa das estrelas




 

 




domingo, 24 de janeiro de 2010

O AMOR É UM DEMÔNIO





Hoje sonhei contigo
Vi em detalhes o teu rosto querido
E de tão nítido, nem sonho parecia
Estavas vivo

Senti tua mão na minha
Teu corpo de encontro ao meu
Ai, tanta saudade sentia
Queria mesmo tudo outra vez

Mas logo rompeu a alba
E desfez-se em fumaça
A doce lembrança...
Vi-me, na cama fria, triste, cansada e só

Não foi um sonho bom afinal, consolo divino vigiado pelos anjos
Nem atroz, infernal pesadelo preparado por mil djins
Foi peça cruel, armadilha fatal e silenciosa,
maquinada pelo vil demônio do amor sem fim

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SEM PESAR...


 Hero_by_Sidkwa
 















E a chuva caiu sem pesar...
Encheu a cidade que quase se afoga
Em meio aos detritos da natureza morta

Em meu coração um aparte de toda essa tristeza

Ver a chuva cair dessa forma
Afasta dos meus pensamentos
As sombras que se estendem, soberanas,
como se o sol estivesse a pino


Lava a chuva a dor, a tormenta de minh’alma
Leva de mim o desabor
Leva também o desencanto
E a saudade de um amor que não passou

Passa a chuva, passa o tempo...







quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

BAD TIMES...




Minha alma triste socorre-se de pequenos prazeres e doces sorrisos pra não se atormentar
Fragmentos de felicidades que, no calmo cotidiano, ajudam-me a sentar-me à mesa  e ouvir as mesmas notícias, as mesmas velhas histórias que só parecem novas porque um novo dia despontou
Arranco de dentro de mim a vontade de prosseguir e não penso nos perigos
e infortúnios que aguardam a cada um
Como enquanto alguém é esmagado, extirpado da vida
Como enquanto mil desgraças acontecem
Como enquanto as boas notícias não são notícias

Como ouso dar de ombros?
Não é comigo toda esta agonia
Se eu estivesse lá talvez me importasse mais
Se eu estivesse lá talvez nem dormisse
Notícias boas ou ruins são apenas notícias
Por enquanto não faço parte de nenhuma delas

A minha casa é uma ilha no oceano, um oásis num deserto
Já me importei tanto... outrora julgava-me a palmatória do mundo
Hoje, o que faço? Dou de ombros...
E dou de ombros não por indiferença e sim com certa pena

E como, tomo café e brinco com minhas filhas
"Conformada" ao destino do mundo
E aguardo, traçando com fios de ouro em tecido de sonhos o meu caminho
À espera de uma resposta mais clara ao sentido da vida
Meu eu caótico, destrutivo
Requer uma pausa das belas palavras

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

E.A.P

Minha singela homenagem aquele que mais influenciou meus escritos e minha vida, tomou-me pela mão e levou-me por bom caminho.


E.A.P

Virgínia Allan


O poeta louco chorou ao ver seus versos escarnecidos
e que na fria solidão ninguém lhe seguia os passos
Somente a negra ave, que, numa noite sombria
apenas repetia  "ai, nunca mais"...
Sim! Nunca mais lhe deixaria a sensação de noite vazia 
que jamais, nada, ninguém preencheria, 
ai, nunca, nunca mais...!





<3

 


A Cidade do Mar


Allan Poe



Olhai! a Morte edificou seu trono
numa estranha cidade solitária
por entre as sombras do longínquo oeste.
Lá, os bons, os maus, os piores e os melhores,
foram todos buscar repouso eterno.
Seus monumentos, catedrais e torres
(torres que o tempo rói e não vacilam!)
em nada se parecem com os humanos.
E em volta, pelos ventos olvidadas,
olhando o firmamento, silenciosas
e calmas, dormem águas melancólicas.

Ah! luz nenhuma cai do céu sagrado
sobre a cidade, em sua imensa noite.
Mas um clarão que vem do oceano lívido
invade dos torreões, silentemente,
e sobe, iluminando capitéis,
pórticos régios, cúpulas e cimos,
templos e babilônicas muralhas;
sobe aos arcos templos magníficos, sem conta,
onde os frios se enroscam e entretecem
de vinhedos, violetas, sempre-vivas.

Olhando o firmamento, silenciosas,
calmas, dormem as águias melancólicas.
Torreões e sombras tanto se confundem
que é tudo como solto nos espaços.
E a Morte, do alto de soberba torre,
contempla, gigantesca, o panorama.
Lá, os sepulcros e os templos se escancaram
mesmo ao nível das águas luminosas;
mas não pode a riqueza portenhosa
dos ídolos com olhos de diamante,
nem das jóias que riem sobre os mortos,
tirar as vagas de seu leito imóvel;
pois, ai! nem leve movimento ondula
esse imenso deserto cristalino!
Nem ondas falam de possíveis ventos
sobre mares distantes, mais felizes;
ondas não contam que existiram ventos
em mar de menos espantosa calma.

Mas, vede! Um frêmito percorre os ares.
Uma onda... Fez-se ali um movimento!
e dir-se-ia que as torres vacilaram
e afundaram de leve na água turva,
abrindo com seus cumes, debilmente,
um vazio nos céus enevoados.
As ondas têm, agora, luz mais rubra,
as horas fluem, lânguidas e fracas.
E quando, entre gemidos sobre-humanos,
a cidade submersa for fixar-se no fundo,
o Inferno, erguido de mil tronos,
curvar-se-á, reverente.


Allan Poe

SABEDORIA DE JARRO



Idries Shah, mestre da Tradição Sufi nascido em  16/06/1924 e morto em 23/11/1996) 


Do livro EL MONÁSTERIO MAGICO; Idries Shah; Traduç. Virgínia Allan


Já ouviste falar da tragédia que sucedeu ao pobre jarro?
Tratava-se de um pequeno jarro que ouviu um homem sedento pedir água aos gritos do seu leito de enfermo.
O jarrinho sentiu tal compaixão pelo homem que, fazendo um supremo esforço de vontade, conseguiu arrastar-se até bem perto, cerca de uma polegada, da mão do doente.
Ao abrir os olhos o homem viu o jarro ao seu lado e sentiu-se perplexo e aliviado. Alcançou o jarrinho e levou-o aos lábios, então, comprovou que o jarro estava vazio.
Com o que ainda lhe restava de força, o moribundo atirou o jarro contra a parede, donde, ao quebrar-se, fragmentou-se em numerosos e inúteis pedaços de barro.   

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

VALE PENSAMENTO




Dentro do vale pensamento
Escondi os meus tormentos
Lá também guardei as pequenas/grandes alegrias
E naveguei em mar de plena calmaria

Arrendei meu coração
A quem me desse mais
Inventei minhas razões
Pra que pudesse viver em paz

Calei a conversa das estrelas
Com meus estranhos sentimentos
Desfiz os sonhos, as fábulas, as quimeras
E acomodei-me a uma longa espera

Mas, cobriu-me o desassossego
Na desarrazoada razão de um dia
Que deixei, a pairar, perdido, silencioso,
por sobre as dobras azuis de minha solidão infinda


Cantilena do Corvo

DEMÔNIOS... OS MEUS, OS SEUS, OS NOSSOS

  Sempre indaguei da vida, se ela presta mesmo, apesar de, lá no fundo de mim, acreditar que sim, “a vida presta”, apesar de tantas barbarid...