Amor, arrepios por minha pele sobem
Quando no sossego da noite me desejas
E se no aconchego de meus braços
em ardorosos prazeres te deleitas
Passa o dia lentamente
Se te demoras a chegar
Paira a tristeza em meu pensamento
Sombras turvam-me o olhar
E se é dia e o sol existe, ele não brilha, nem queima
E se é noite, não há lua, nem céu, não brilham as estrelas...
É noite fria, vazia e escura, em desencanto desfeita
Arroubos de impaciência me transtornam
e uma nuvem cinza meu rosto encobre
Tomam-me por ausente ou desvalido
Se teu nome repetidamente pronuncio
Quero tua presença, amor, constante, amante,
sempre ao meu lado, pois sem ti o que sou?
Um simples nada...coberto de nada
Um peixe fora d’água
Alma abandonada
Sem descanso, envelhecida
Semente fugidia
Destituída de esperança
Esquecida da lembrança
Ferida antiga, amiga, exposta no peito
O lamentoso pranto de uma dor doída
Um lago drenado
Uma flor que murchou
Um cântaro quebrado
A angústia que não passou
Um jardim fechado
Ai, ai... uma fonte que não jorrou
Um pássaro cativo, amor, descuidado
Que um dia voou e nunca mais voltou
Nenhum comentário:
Postar um comentário