As sombras do jardim entraram pela casa
A claridade luminosa do dia perdeu-se dentro da escuridão
Perderam-se também minhas ilusões, minhas canções, minhas paixões
Sobra-me agora apenas o tédio de uma longa espera
No começo da noite vou à procura de um refúgio
Estou sempre à procura de um refúgio
E desfruto as caricias do vento, os anseios do mar, tão longe
Mas não há tormentos, não há sonhos
De manhã, sabiá me chama pousado no varal de roupa
Depois voa, atrás de outros céus
Quisera eu também poder voar
Soletrar teu nome com pedaços de nuvem
2 comentários:
Ah... Vírgínia!
Que poema lindo...
(Obrigada pelos elogios, muito obrigada pelos seus escritos)
Dia desses, estava eu de madrugada no Largo São Sebastião. Rua vazia, escura... E os pássaros cantando. Ninguém. Bar do Armando fechado, nada de música, nada de luz, só um segurança que de longe me olhava com estranhamento... E os pássaros cantando... Imaginei o que diziam... Bem, acho que declamavam o seu "Calmaria"...quando o li, tive essa nítida sensação....
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