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segunda-feira, 31 de março de 2008

PERDAS NECESSÁRIAS?!...



Melancólico abril, molhado de chuva!

*

Retire-se de meu coração, estás a me perturbar. 

*

Dizem que o lar de um homem é onde está seu coração, mas onde está meu coração. Já não sei...

*

Diz um ditado que "se Mohammed não vai à montanha, a montanha vai a Mohammed". Sei que muitos não tem tempo de parar e fazer uma leitura, e, eu, por minha vez, tomo por veículo a Internet para chegar mais perto ao público leitor, mesmo que nem sempre os resultados dessa expedição sejam satisfatórios. Mas, no que depender de mim, persistirei/insistirei nesta aproximação, que, apesar dos pesares, é extremamente valiosa. Abril, melancólico e chuvoso, começa amanhã, abrindo o mês, o famigerado"dia da mentira". Quisera eu que tudo o que me aconteceu neste mês, há quase exatos dois anos, não tivesse mesmo passado de uma grande peça, uma farsa descarada do destino, aonde o choro compulsivo, de repente, se transformasse em riso... meu "Abril despedaçado"... Próximo está o aniversário de morte de alguém que muito amei e que muitos no meio musical de minha cidade conheceram... e de certa maneira, pensem o que quiserem, porém, uma das coisas que movem um escritor é justamente a tentativa de clarear suas idéias, e, assim, as idéias de outros... é também uma tentativa de entender o porquê de certas ações praticadas pelos seres humanos... talvez, tal entendimento seja impossível, mas "buscar o impossível nos ajuda a conseguir aquilo que é possível".

Vou falar de perdas... Perdas são necessárias quase sempre, sabemos disso... Estamos sempre ganhando ou perdendo algo, seria o que diriam alguns, a “lei da compensação”, se é que isso existe. 

Pra se ganhar, se deve perder... o quê?... Eis a questão, pois hão de concordar que há perdas irreparáveis... Ao longo da vida, vamos deixando/perdendo/encontrando “coisas’ pelo caminho, é incrível o que vamos deixando/perdendo/encontrando/arrastando ao longo de nossa jornada... Falo “coisas” no sentido mundano, de objetos materiais, mas, também no sentido geral, como sentimentos e pessoas, tanto no sentido figurado quanto no literal... Pois há quem, literalmente, perca até gente, ou porque foram negligentes e se esqueceram de que havia alguém seu, dependente, à espera em algum lugar, ou seja, então, porque, por um momento de desatenção, fica, a partir daí, com toda sua vida pendente, presa a um ansiado desenlace do “o que foi que aconteceu?”, ou ainda, porque alguém que saiu pra “comprar um cigarro”, um doce, um pão... e pronto... nunca mais foi visto. Há quem suma por vontade própria, há quem seja levado, sequestrado do seu ambiente familiar por alguma causa obscura, mas, seja lá de que forma for, para mim não há nada mais terrível, nem a morte, do que um súbito desaparecimento (embora coloque os suicídios, os assassinatos e os genocídios no mesmo grau de terror e incompreensão) esse deve ser o pior/maior dos castigos, sejamos nós merecedores ou não de tal punição. Não existe consolo para esse tipo de dor.

Nada acontece por acaso, dizem alguns, dizem que tudo o que nos acontece tem suas razões... Talvez... penso que sim... Achei que podia terminar este artigo sem sofrimento, mas, na verdade, não posso... faço parte de milhões de seres no planeta que passaram por este tipo de dor e constrangimento. Conto, já disse, o suicídio como um desaparecimento súbito, o meu “ente querido” não desapareceu porque quis, nem foi levado por estranhos, porém, deu cabo de si mesmo, tirou a própria vida num momento de desatino. Aos que passam por isso, aos que recebem essa cota de infelicidade que a vida traz, que tenho a dizer? Nada... achei que teria... até por mim mesma, achei que teria e poderia citar milhões de exemplos, contar centenas de causos, escrever mil e uma histórias... mas, em meio ao artigo, percebi que não adiantaria...“Nada é para sempre”...nem a dor... a frase me recorda a mandala tibetana... uma linda e imensa mandala construída com grãos de areia fina e colorida que é destruída tão logo fica pronta... Eu sei que as dores, embora parecidas, não são as mesmas e eu rezo a Deus todo dia, pedindo para que isso não mais me aconteça; rezo a Deus todo dia, pedindo consolo para os que não conseguem se consolar de suas perdas. Acho que o melhor remédio para nós e nossos males, senão a cura pelo menos um meio de amenizá-los, é nos engajarmos pra valer na vida cotidiana, indo a fundo, nos interessando pelo que está acontecendo ao nosso redor, estando no mundo, mas, sem, contudo, a ele pertencermos. Esperando e trabalhando por dias melhores que certamente virão, devolvendo à nossa longa espera a sabedoria necessária em aceitar, enfim, que não somos os únicos “desamparados” do planeta e que nossas desditas possam, ao menos, aos outros, servirem de exemplos.

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