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sexta-feira, 9 de abril de 2010

FÁTIMA E OS ANIMAIS




Sufismo no Ocidente, Edições Dervish, Tad: Luiz Otávio F. Barreto Leite

Introdução à história Fátima e os animais

Fátima, filha de Waliyya de Andaluzia, morreu em 1195 e foi a mestra de Ibn al-Arabi, doctor maximus para o Ocidente, que despertou a atenção no século XXII para o que atualmente chamamos de “condicionamento”. O escolástico turco Sigob Qalb fez notar que al-Arabi antecipou em seus escritos as ideias de Berkeley, Fenlly, Kent, Niestzche, William James e outros. A historia que se segue é contada entre os “iluminati” (rashania), dervishes do Pamir, cuja versão é do sufi Abdul-Samad Khan, falecido em 1943.

^^

Era uma vez uma garotinha que cresceu com os seus pais, no bosque. Um dia constatou que seus pais haviam morrido e que teria que cuidar de si mesma.
Seus pais tinham deixado um Mirhrab, um ornamento estranho, parecido com um umbral de uma janela, que estava pendurado em uma parede de sua choupana.
“Já que agora estou só”, disse Fátima, consigo, “e terei que sobreviver no bosque onde só quem vive são os animais seria bom falara com eles, e compreender a sua língua”.
E assim ela, passava uma boa parte do dia dirigindo esta aspiração para o umbral que estava na parede: “Mirhrab, dá-me o poder de compreender os animais e de poder falar com eles”.
Depois de longo tempo, de repente teve a impressão de que podia comunicar-se com os pássaros, com os animais e até com os peixes. E foi para o bosque tirar a prova. Logo chegou a um tanque. Sobre a água do tanque estava uma mosca patinadora, que passeava pela superfície e nunca entrava n’água. Nadando dentro d’água havia vários peixes e colados no fundo do tanque, alguns caracóis.
Para poder dar início a uma conversa, Fátima disse: “Mosca, por que não entras n’água?
“Por que haveria de fazê-lo, achando que isso fosse possível, já que não é? Perguntou a mosca.
“Porque estarias a salvo dos pássaros que descem e te comem”.
“Não me comeram ainda, não é verdade?” disse a mosca.
E esse foi o fim da conversa.
Então Fátima falou com o peixe.
“Peixe”, disse-lhe através da água, porque não aprendes a sair da água pouco a pouco? Eu soube que certos peixes podem fazê-lo”.
“Absolutamente impossível”, disse o peixe. “Ninguém fez isso e sobreviveu. Ensinaram-nos a acreditar que é não apenas um pecado como um perigo mortal”.
Virou-se e mergulhou nas sombras, disposto a não ouvir tais bobagens.
Então ela chamou o caracol: “Caracol, poderias arrastar-te para fora d’água e encontrar ervas boas para comer? Ouvi falar que os caracóis podem, na verdade, fazer isso”.
“É melhor responder uma pergunta com outra pergunta, quando quem escuta é um caracol sábio”. Disse o caracol. Talvez fosses amável o bastante para me dizer exatamente por que tens tanto interesse em meu bem-estar? As pessoas deveriam cuidar de si mesmas.
“Bem”, disse Fátima “suponho que é porque quando uma pessoa pode ver mais acerca de outra quer ajudá-la a obter alturas superiores.
Essa me parece uma estranha ideia”, disse o caracol, e arrastou-se para baixo da pedra onde já não pudesse ouvi-la mais.  
Fátima deixou a mosca, o peixe e o caracol e vagou pelo bosque procurando alguma outra coisa para ver. Sentia que deveria poder ser útil a alguém. Afinal tinha muito mais conhecimento do que estas criaturas do bosque. Pensou que um pássaro, por exemplo, podia ser avisado para que armazenasse comida para o inverno, ou ser aconselhado a fazer um ninho perto do calor de uma choupana, para que não morresse desnecessariamente. Mas não viu pássaro algum.
Ao invés disso, ela se deparou com a choupana de um carvoeiro. Era um homem idoso que estava sentado em frente à porta da casa queimando carvão para levá-lo ao mercado.
Fátima, deleitada ao ver outro ser humano, o único que tinha conhecido além de seus pais, correu até ele. Contou-lhe suas experiências desse dia.
“Não te preocupes com isso, menina”, disse-lhe o homem idoso. Existem coisas que um ser humano tem que aprender e essas coisas são de vital importância para o seu futuro”.
“Coisas que aprender?” Disse Fátima. “Mas, por favor, por que deveria eu procurar outras coisas para aprender? Estas coisas, provavelmente, só iriam mudar meu modo de viver e de pensar”.
E, como a mosca, o peixe e o caracol, ela se afastou da companhia do carvoeiro. Fátima, filha de Waliyya, gastou outros trinta anos, como a mosca, o peixe e o caracol, antes de que pudesse aprender qualquer coisa.         

quarta-feira, 7 de abril de 2010

YouTube - O Trem Azul - Lo Borges (Ao Vivo)

Lô Borges by Fernando Fiuza

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O Trem Azul
Lô Borges
Composição: Lô Borges/Ronaldo Bastos

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça

Coisas que a gente se esquece de dizer
Coisas que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça

terça-feira, 6 de abril de 2010

LULLABY


As flores cobriram de cor a campa cinzenta
A tarde é morna e sem esperança
Comum como uma tarde qualquer
Pausa no pensamento
Pausa no res-sentir-se da ausência
O vento traz-me tua lembrança
Sussurra teu nome por entre as folhas das árvores
Nunca cansa...
É a sua canção de ninar a embalar vivos e mortos
Ainda sinto o abandono
Mas é um consolo vir te visitar
Nesta casa de um só cômodo 
Que, por enquanto, meu amor, é somente tua!

O TREM



Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou pra nunca mais voltar

Há dias o espero, só, na plataforma
Há dias o espero, só, na estação
Em silêncio, eu, o violão

Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou, pra nunca mais voltar

O vento levou meu coração
O trem minha alma levará
O vento em minha direção
Sabe o rumo certo a tomar

Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou pra nunca mais voltar

Meu sangue congelou nas veias
Estou mais morto do que vivo
Nem o sol me acalenta o desespero
Nem a chuva me alcança o espírito

Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou pra nunca mais voltar

Meu corpo dolorido e cansado
No banco do vagão vou deitar
Adormecer e não mais sonhar
Hey, baby, está na hora de ir embora

Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou pra nunca mais voltar

Dentro da bruma o trem desaparecerá
Deixando atrás a noite escura
Na quietude do vagão
Tocarei a última canção

Ouço o apito do trem a chegar
Um instante e subo já
Vou pegar o trem, meu bem
Vou pra nunca mais voltar


segunda-feira, 5 de abril de 2010

CARONTE


 por Nicolas Sagrav

Canto meus males
Aos cantos escuros
Carregando minhas mágoas
Às águas de Aqueronte

Cantos calados
Mudanças e medos 
Vergonhas passadas 
Como pecados em meu peito


E as marcas que deixam
Os passos e as lágrimas
Uma moeda em cada olho
Não salvará a minha alma 

 Canto meus males
Aos cantos escuros
Abaixo dos olhos
Abrigados em meu ser

GULISTAN - O JARDIM DAS ROSAS


 


GULISTAN – O JARDIM DAS ROSAS

Saadi de Shiraz

A partir do original persa traduzido por Omar Ali Shah
Tradução para o português; Rosângela Tibúrcio, Beatriz Vieira e Sérgio Rizek
Attar Editorial 


INTRODUÇÃO

Gloria a Deus, que Ele seja louvado e glorificado! Adorá-Lo é aproximar-se d’Ele, e render-Lhe graças é aumentar nossas bênçãos.
Cada respiração contém duas bênçãos: a vida na inspiração e a rejeição do ar viciado e inútil na expiração. Agradece a Deus, pois, duas vezes a cada repiração.

Quem pode subtrair-se à obrigação
De venerar a Deus em palavras e atos?
Como está dito no Corão:
“Daí graças, ó família de David.
E pouquíssimos de meus servidores são gratos”[1]
Que o servidor confesse suas faltas
E peça perdão junto ao Trono de Deus.
De outro modo, não cumpre com toda humildade
Seu dever para com Ele

Sua Misericórdia estende-se a tudo o que existe e Sua mesa está servida em todos os lugares. Ele não revela os pecados de Seus servidores e não pune os pecadores privando-os da subsistência.

Deus de Misericórdia, Tu que dás
O pão de cada dia
Ao guebro[2] e ao cristão, 
Como poderias privar Teus amigos,
Se contemplas com bondade
Até teus inimigos?

A Seu comando, o zéfiro desenrola o tapete de esmeralda; as nuvens da primavera são as nutrizes das ervas verdes que dormem no berço da terra parda; Ele cobre as árvores com um manto de folhas verdes, semelhante a uma veste de honra, e na primavera, coroa os ramos com guirlandas de flores. Faz que o suco da uva supere o sabor do favo de mel. Transforma a modesta semente da tâmara na alta tamareira que projeta uma sombra refrescante.

Nuvens, ventos, lua, sol e céu
Trabalham a fim de que o homem
Receba a subsistência que lhe cabe.
Não esqueças da generosidade de Deus para contigo.
Os elementos e os planetas a Ele obedecem,
Trabalham e evoluem para o teu bem.
Por tua vez, também deves obedecer.


Continua...



[1] Corão, XXXIV, 13. “Família de David! Dá graças! Poucos são os meus servidores agradecidos”.
[2] guebro: Assim eram chamados os zoroastristas sob o domínio islâmico; eram adeptos da tradição fundada por Zoroastro ou Zaratustra (séc. VII a.C), reformador do masdeísmo, do qual conservou a concepção dualística do Universo. Derrotados pelos árabes muçulmanos no séc. VII d. C., passaram a ser chamados de “adoradores do fogo”. 

domingo, 4 de abril de 2010

YouTube - Robert Johnson- Crossroad

  Robert Johnson por Sebastian Kruger 


Crossroad Blues

I went down to the crossroads
Fell down on my knees
I went down to the crossroads
Fell down on my knees
Asked the Lord above for mercy
"Save me if you please"

I went down to the crossroads
Tried to flag a ride
I went down to the crossroads
Tried to flag a ride
Nobody seemed to know me
Everybody passed me by

I'm going down to Rosedale
Take my rider by my side
I'm going down to Rosedale
Take my rider by my side
You can still barrelhouse
Baby, on the riverside

You can run, you can run
Tell my friend-boy Willie Brown
You can run, you can run
Tell my friend-boy Willie Brown
And I'm standing at the crossroads
Believe I'm sinking down

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Blues da Encruzilhada


Eu fui para a encruzilhada
E caí de joelhos
Eu fui para a encruzilhada
E caí de joelhos
Implorei ao Senhor por misericórdia
"Salve-me se você quiser"

Eu fui para a encruzilhada
Tentei fazer uma troca
Eu fui para a encruzilhada
Tentei fazer uma troca
Ninguém parecia me conhecer
Todo mundo passou por mim

Estou indo para Rosedale
Ao lado de meu cavalo
Estou indo para Rosedale
Ao lado de meu cavalo
Você ainda pode alcançar a casa
Garotinha, na margem do rio

Você pode correr, você pode correr
Diga ao meu amigo Willie Brown
Você pode correr, você pode correr
Diga ao meu amigo Willie Brown
Que eu estou parado na encruzilhada
Acredite, eu estou afundando

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...