Um corvo, um cobre

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quinta-feira, 4 de março de 2010


 
Generalife, Alhambra_ Espanha 

<3

 No meu jardim há céus, luas e sóis, pacientes estrelas...
Nele não há segredos nem pecados ou secretas passagens, 
apenas suaves, belas paisagens...

terça-feira, 2 de março de 2010

WILLIAM BLAKE


 William Blake
(Quadro by Thomas Phillips)


###


Ao ver Deus pela janela
pensou ter enlouquecido ou mesmo se
nas ruas escuras e frias de Londres
encontrava os profetas bíblicos
Deus livrou-o da pena de sua mente
em trevas mergulhar
Sonhos e visões, desde então,
em poesia se traduziram 
Os véus rasgados, em trapos transformados
nada restando enfim há não ser a certeza
de Deus ter encontrado
Se era louco ou visionário,
pouco importa, os homens julgam de maneira torta
e sofrem com seus ais!
Subindo, almejando a beleza eterna
Aos mortais deixou em suas celas
Quando ao eterno uniu-se, 
ao despertar de um sono intranqüilo,
restou-lhe somente a vaga sensação
de que um dia, como homem, lançado ao abismo
criou asas e voando a alturas nunca d’antes imaginadas
viu a face de Deus e dos anjos

<3







Dante e Vigílio nos portões do Inferno
Gravura para A Divina Comédia (Dante Alighieri)
Por: William Blake
***

[2]


ARGUMENTO

As Núpcias do Céu e do Inferno, William Blake, Tradução: Oswaldino Marques; Editora Francisco Alves

Rintrah ruge & brande seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas aluem-se sobre o abismo.

Outrora cheio de cordura, numa trilha arriscada,
O justo não se desviou do seu curso                  5
Ao longo do vale da morte.
Onde crescem espinhos são plantadas as rosas,
E na charneca maninha
Cantam as abelhas inventoras do mel.

Depois, a vereda perigosa foi semeada
E fluiu um rio, uma fonte,                                  10
Em cada penhasco e sepultura;
E sobre os ossos alvacentos
Vingou a argila vermelha;

Até que o iníquo abandonou as vias da bonança,
Para palmilhar sendas inseguras                         15
E tanger o justo a áridas plagas.

Agora a furtiva serpente caminha
Em suave humildade,



E o justo exaspera-se nos desertos
Onde vagueiam leões.                                           20

Rintrah ruge & brande seus fogos no ar carregado;
Nuvens famintas aluem-se sobre o abismo.           22

[3] Pois que um novo céu há começado, e faz agora trinta e três anos do seu advento, o inferno Perpétuo revive. E, olhai! Swedenborg é o Anjo sentado na tumba; seus escritos são a roupa branca bem dobrada. Agora é a dominação do Edon & o regresso de Adão ao Paraíso: vede Isaías, caps. XXXIV & XXXV.
Sem Contrários não há qualquer progresso. A Atração e a Repulsão, a Razão e a Energia, o Amor e o Ódio são necessários à existência Humana.
Destes contrários deriva o que os religiosos chamam de Bem & Mal. O Bem, segundo eles, é o ente passivo que obedece a Razão. O Mal é o ativo que brota da Energia.
O Bem é o Céu. O Mal é o Inferno. 
  



 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

ABSINTO




Subversivo é o meu pensar...
Suspiro/respiro
Concentro sonhos em uma garrafa de absinto
Açúcar e láudano pra refrear a dor

Treme em meu rosto um sorriso furtivo
Viva o absinto!
Agora, apenas a “fada verde” me consola
e mais que qualquer droga ajuda-me a des/afogar a solidão

A noite é suave e melancólica...
A lua se esconde na nuvem mais próxima...
Sob o efeito do absinto
Só tu e eu existimos
E entre uma e outra dose do licor
Vou me perdendo/enganando de amor

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MINHA NOITE NA TAVERNA



Tenho sono!
Procuro descanso no contorno crescente da lua
O cântaro está vazio
O vinho derramado, desperdiçado sobre a mesa
escorreu e misturou-se a água esparramada no chão
Esquecido de mim, te procuro... um rosto por trás do véu...

Mas, meus amigos já se foram ou adormeceram
A taverna está solitária
E a rua deserta

Nem o jovem servente resistiu ao cansaço
Acobertado pela escuridão
Agarrou-se a noite sem estrelas
E por uns instantes pediu...
Silencio!




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS



 Cabeça de velho 
(Candido Portinari)


Dizem que o lar de um homem é onde está seu coração. Mas onde está meu coração? Já não sei... Porém, de onde estou posso ver o céu... melancólico, tristonho... Nenhum vestígio de sol, nenhuma prece a se estender sobre o veludo azul celeste, agora acinzentado, em que passam nuvens arrastadas, carregadas d’água...Tudo me parece velado, distante, estranho... quase um sonho e sinto a tristeza a pairar no espaço feito grande pássaro agoniado de asas largas, abertas, medonhas, infinitas... tão sombrias... a acolher ao seio os contos desfeitos e as agruras comprimidas de mais um dia. "Dois pesos, duas medidas"... lida cotidiana... leviana. Impressiona-me o silencio! Não mais ouço a tua voz... E longe vai a ânsia de te encontrar, sobrevoar o porto, cruzar o mar e descansar no cimo do monte bem perto de teu olhar. Deixar na curva do rio o cansaço, também o rosário e a oração que desfiava em horas de aflição. Absorto em meu pensar, procuro ar... um relâmpago corta devagar a amplidão do céu, entorpece-me a escuridão... sinto olhos a me observarem no escuro, tenho estranhas sensações, fantasmagóricas visões... Porém, imperturbável, deito minha cabeça no travesseiro e durmo o sono dos justos. Meus pecados vão ficando pelo caminho minhas faltas, aceito-as, como prerrogativa de redenção.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

INTERLÚDIO



Fugiram-me as palavras
Amanheci vazia de idéias
Vazia de tudo...
Prodiga em abandonos
Pobre de esperanças

Balouçante, vacilante 
O apanhador de sonhos
Vigia-me do teto

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

EM SUSPENSO... LONGA ESPERA...




Enquanto espero, faço versos, 
mas a noite também é longa e eu me canso... 
Deito-me em um chão de estrelas 
e me aconchego com a lua... 
Perdemo-nos, ela e eu, noite adentro... 
alheios ao caminho, como dois bêbados 
abandonados à própria sorte, que em sua necedade, 
vão pregando verdades absolutas e eternas, 
para paus e pedras e velhos lapidados muros...

Cantilena do Corvo

DEMÔNIOS... OS MEUS, OS SEUS, OS NOSSOS

  Sempre indaguei da vida, se ela presta mesmo, apesar de, lá no fundo de mim, acreditar que sim, “a vida presta”, apesar de tantas barbarid...