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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-MAIS QUE UM DIA NUBLADO...


MAIS QUE UM DIA NUBLADO...



Há mais que chuva e frio em um tempo nublado... De vez em quando um raiozinho de sol escapa pelo furo de uma nuvem cinzenta e carrancuda... um presente para alguém hoje distraído como eu... Ando mais depressa... e, como sempre, na pressa, nem reparo na singeleza dos detalhes que todo dia me escapam, faça chuva ou faça sol... Alguns dizem que "Deus está nos detalhes"... Talvez seja verdade... Bom, cá estou eu a me repetir...“Oh, Lord! Save me”... Há perigo em cada esquina; você nunca sabe se hoje será ou não o seu último dia, pois esse pensamento nem ousamos pensar, já que, medo há só de soletrar a palavra morte, que dirá pensar nela todo dia, e, sem pensar, você passa, incauto, diante do perigo ou então vai direto de encontro a ele... “Há perigo na oportunidade?” ou “Há oportunidade no perigo?” Depende da situação; para alguns, ambas as frases significam a mesma coisa e para outros “nem todo igual é semelhante”... para mim, quase tudo que me é desconhecido é perigoso e nem sempre vejo nisso oportunidades escondidas... talvez não saiba avaliar bem as situações, guio-me muito pela intuição, portanto, se um olhar ou um timbre de voz me provocarem arrepios, ou, melhor dizendo, para que nada fique subentendido, “calafrios”, trato de “arrepiar carreira”... talvez haja mesmo uma oportunidade... para o outro do olhar sombrio e voz melíflua e suas obscuras intenções... Às vezes, há mesmo mais que chuva e frio em um tempo nublado... às vezes há um calor abafado e uma espécie de torpor... há impaciências revestidas de incertezas... há mesmo um certo temor de que o sol nunca mais apareça... Claro... sei que há o lado bom e feliz de um dia nublado, não precisam me lembrar e que, para mim, pode ser traduzido, ou musicado, como um cantinho de solidão e paixão, no longínquo e profundo vale pensamento, um cantinho reservado no oco do mundo de mim mesmo, onde não há vez para angústias que nunca se vão; um cantinho particular onde a música possui sabor e cor, um cantinho limpo, puro, onde a alma se alimenta, enquanto o coração descansa...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-DESPEDIDA


DESPEDIDA

Havia flores espalhadas pelo chão
O portão, velho e enferrujado, pendia de lado

Evidente era o abandono
Evidente era a solidão

Desconfiado, o vizinho olhava-me, de soslaio
Mesmo assim, inclinou a cabeça, em singela saudação

Continuei minha inspeção...

Dentro da casa tudo estava como antes
Faltava apenas o calor humano a recepcionar o visitante
Ninguém...

Havia uma saudade impregnada nas paredes
De onde agora pendiam somente quadros
Flores ressequidas nos pequenos vasos e uma velha cortina
a balouçar ao vento

Embora triste, precisava vir me despedir
O passado ainda era ferida aberta, doída, no coração
Mas evidente era o abandono
Evidente era a solidão

Assustou-me a aparente calma
E o negro buraco percebido a tempo
Vozes, do nada, me assaltaram
Sai abruptamente...

Apressada, pisei as flores
Quase pus abaixo o portão...
Mandei um aceno mecânico para o vizinho que me olhara de soslaio
Fui embora pra não mais voltar...


Parei de chorar...
O tempo passa e com ele nossos desenganos

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

CONVITE


No crepúsculo da tarde que cai
conversemos, meu querido, frente a frente
em silêncio, de alma para alma; de coração para coração

Carrego comigo minhas grandes tristezas
e também as pequenas alegrias
Dividi-las-ei contigo, meu único e caríssimo amigo

Suaves hoje são meus pensamentos
Distantes estão agora todas as agonias

Sentemo-nos aqui, debaixo do céu que é nosso teto
e olhemos juntos, a lua que nos sorri
Ouve... ela murmura-nos um segredo e nos convida
a dançar

É o começo de tudo
Nossos pés se movem num ritmo lento
Tu me sorris e olhamo-nos, outra vez, em silêncio, frente a frente
olho no olho... Reconhecemo-nos enfim...

Somos ambos, meu querido, filhos da mesma estrela
Somos ambos, meu amigo, filhos do sol

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-INVERNOS ENTRE VERÕES


INVERNOS ENTRE VERÕES


Tenho vivido tantos invernos
mesmo em meio aos verões que já nem estranho...
Uma saudade de um raio de sol me invade

Um pai leva com cuidado a filha ao colo
Sorriso suave estampado no rosto onde o sol se derrama
em mornas caricias... Fios de cabelos de anjo solto ao vento
de uma cálida, límpida manhã

Fui feliz assim, um dia, nessa constância de uma vida in - comum

Sopram agora outros ventos
Sussurram agora em meus ouvidos outras doces, monótonas cantigas
E antigas vertigens retornam aos meus dias

Invisíveis tormentos me acalentam os sentimentos
Fogo brando que nunca se apaga...

Revolvo minha alma nessa estranha saudade
de tempo idos, que não mais voltam
Dói-me o peito
Brota a mágoa
Invernos de solidão em meio a verões de silêncios





segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PETICIÓN DE UN FALCON



Abd Al-Aziz Ben Al-Qabturnuh (fallecido después de 1126)
Traducion: Emilio Garcia Gomez



¡Oh rey, cuyos padres fueron altaneros y del más egregio rango! Tú, que adornaste mi cuello con el collar de tus favores, grandes como perlas y engarzados como las perlas en el hilo, adorna ahora mi mano con un halcón.

Hónrame con uno de límpidas alas, cuyo plumaje se haya combado por el viento del Norte. ¡Con qué orgullo saldré con él al alba, jugando mi mano con el viento, para apresar lo libre con lo encadenado!


PEDIDO POR UM FALCAO


Abd Al-Aziz Ben Al-Qabturnuh (fallecido después de 1126)
Tradução: Virgínia Allan


Oh rei, cujos magníficos pais pertenceram a mais antiga linhagem! Tu, que enfeitaste meu colo com o colar de teus favores, grandes como pérolas encadeadas em um colar enfeita agora minha mão com um falcão .
Honra-me com uma de suas límpidas asas, em que a plumagem tenha sido vergada pelo vento Norte. Com que orgulho com ele sairei ao alvorecer. Minha mão ao vento, a balouçar pára, juntos, a liberdade fazer de presa


http://www.webislam.com/?idc=1976

sábado, 24 de janeiro de 2009

SEM...



Sem chão... Sem pão... Sem inspiração...
Sobram-me versos encruados, desencantados, medíocres pontos soltos perdidos no branco espaço
Palavras sem sentido, distorcidas, que revoam pra lá e pra cá que nem pássaro engaiolado, de triste cantiga
Espero na ante-sala, sentado em um sofá, uma porta ser-me aberta... Longa espera entremeada de silêncios e decepções
Faço por onde concretizar meus planos, porém, desagradam-me os meus pensamentos... E não vejo saída às contradições da vida
Preocupa-me a longa espera... Levanto-me do sofá e vou à porta, devagar, mas ela continua fechada
Retorno ao ponto de partida e desabo meu corpo cansado no sofá mal arrumado e deixo meu espírito inquieto vagar descontente, solitário, sobre a superfície nua, lisa e fria de um céu-mar verde azulado, vazio de estrelas

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

15 MINUTOS




A carapuça que nos cabe...

“Não sou nada
Eu nunca serei nada
Aparte isso tenho em mim
todos os sonhos do mundo” (F. P)

E eles estão à venda... quem dá mais?

Vende-se ou troca-se sonhos
Por uma parcela ínfima de encanto
Um afago no ego e no reconhecimento, um brinde em taça de cristal
ao engano e ao talento

Vende-se ou troca-se sonhos
Por um momento de glória e descanso
Na fútil cama da fama, entre lençóis de cetim e colchas de seda
Um instante de descanso sem pensar em grana, por um tempo de fartura
Por um bafejo de esperança

Vende-se ou troca-se sonhos
Por moedinhas de cobre dourado
Um mísero cachê contado ou mesmo ainda uma bolsinha de couro remendado

Venha apreciar, por favor, o meu trabalho
Veja como faço bem a minha arte
Mereço ou não uma consideração?
Por favor, um pouco de atenção...

Continuarei “artista” apesar de tudo...
Adverso ou não aos prós e contras
Tenho direito aos meus 15 minutos
Estou à venda e não discuto
Aceito a esmola atirada no chapéu da mendicância









Cantilena do Corvo

DEMÔNIOS... OS MEUS, OS SEUS, OS NOSSOS

  Sempre indaguei da vida, se ela presta mesmo, apesar de, lá no fundo de mim, acreditar que sim, “a vida presta”, apesar de tantas barbarid...