Sem chão... Sem pão... Sem inspiração...
Sobram-me versos encruados, desencantados, medíocres pontos soltos perdidos no branco espaço
Palavras sem sentido, distorcidas, que revoam pra lá e pra cá que nem pássaro engaiolado, de triste cantiga
Espero na ante-sala, sentado em um sofá, uma porta ser-me aberta... Longa espera entremeada de silêncios e decepções
Faço por onde concretizar meus planos, porém, desagradam-me os meus pensamentos... E não vejo saída às contradições da vida
Preocupa-me a longa espera... Levanto-me do sofá e vou à porta, devagar, mas ela continua fechada
Retorno ao ponto de partida e desabo meu corpo cansado no sofá mal arrumado e deixo meu espírito inquieto vagar descontente, solitário, sobre a superfície nua, lisa e fria de um céu-mar verde azulado, vazio de estrelas
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