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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-DESENCANTO


DESENCANTO

Desencanto... hoje sou, estou puro desencanto... desencantado com tudo... com o meu futuro, o futuro do mundo... A causa disso deve ser o tempo... chuvoso e sempre apressado... não encontro um jeito de fazê-lo ficar ao meu lado... corro com ele, contra ele, mas nunca ao seu lado... Mas isso são coisas de gente que desencantou; quem desencanta desperta para outra realidade, talvez, desencantado, abra os olhos para a verdadeira realidade da vida. Não temos chance com aqueles que estão surdos, mudos, cegos... “Em terra de cego quem tem olho é rei? É, certamente, mas com poucas chances de exercer o seu poder de modo eficiente... Conheço alguns reis que nunca tem suas ordens acatadas, pois os cegos além de cegos, são surdos, ou melhor, ouvem o que querem e quando querem, sendo também poucas vezes mudos, falam quando deveriam calar... Acho que esta minha apreciação faça jus a mim... deveria estar agora de boca fechada, vedado os pensamentos, predisposto a inação... deveria eu simplesmente estar quieto no meu canto, curtindo a minha solidão, o mau tempo e o meu mau-humor... mas, infelizmente para uns e felizmente para mim, enxergo, ouço e falo bem demais e me recuso a deixar passar tudo em brancas nuvens...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

SEGREDOS QUE PERMEIAM A NOSSA IGNORÂNCIA




Clarice Lispector


Há muitos segredos, Clarice, que permeiam a minha, a nossa, ignorância, que, por vezes, a sinto de forma por demais brutal. Ignorância cheira sempre a omissão, tens razão, é obvia a sensação de mal-estar, de ignorância... enfim, é mesmo uma horrível sensação. E, se cresce, como a escuridão, até se tornar palpável, como dizes, chega a ser uma ofensa descomunal, sem tamanho... a ignorância que nos é imposta (e aceita por nós) é propositalmente sustentada por aqueles que deveriam nos abrir os olhos e a mente, realmente é uma ofensa impar, imperdoável a qualquer um de nós enquanto seres pensantes. Ainda estamos como na Idade Média, pois o que me ofende mesmo é o descaso com que somos tratados cotidianamente. Somos patos, bobocas, prato cheio para políticos mau-intencionados que nos roubam no maior cinismo e disfarçam tudo com discursos floreados, distorcidos, de suas pretensas boa vontade inexistentes. E nós sem entendermos nada, porque sempre somos "vítimas" e até parecemos gostar dessa posição... pobre de nós, pobre povo... sempre vítima das situações. O que nunca entendemos, é que nós, como povo, temos poder, mas sempre intimidados, deixamos de usá-lo. O povo é roubado, espoliado sempre em sua própria época, seja lá em que espaço de tempo for. Coitado do povo. Porém, entenderia o povo se soubesse que é tão poderoso? O que falta ao povo... discernimento? Será que essa ignorância precisa ser permanente... precisa perdurar para sempre... por que não termos um povo sábio, ciente e condutor de seu próprio destino? Será que isto nunca será possível? Será que os segredos físicos e psíquicos, o sumo bem, estão velados ao povo?... bom... há um ditado que diz “que toda maioria é burra”... Será? Nos tratam como crianças tolas, incultas, nada modestas com a alegria, embevecidas, comovidas, com a piedade e os “cuidados” de quem nos humilha, e o fio de esperança realizáveis, quase invisível, que por Deus nos é estendido, não por piedade, mas, por nos ser de direito, este fio de esperança, dádiva divina, matéria do qual são feitos os sonhos, passa por nós “quase” desapercebido... “quase” nunca é visto.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

MAIS QUE FÁBULA, VIDA REAL...


Tradução Virgínia Allan
Era uma vez, não faz muito tempo, certo edifício infestado por ratos. Os administradores deste decidiram por bem exterminá-los, então, certa noite espalharam raticida de cima abaixo da construção, porém, na manhã seguinte o veneno tinha desaparecido, os ratos o haviam comido. “Trocaremos o veneno”, disseram os administradores e fizeram nova tentativa. Mas, também esta segunda dose mortal, foi gulosamente ingerida pelos ratos, que, ainda deram mostras de que muito haviam aproveitado a nova dieta.
Decidiram-se recorrer às velhas ratoeiras e para tentar aos ratos imunes a veneno, utilizaram como isca, suculentos pedaços de queijo. Entretanto, os ratos nem tocaram o queijo. Foi aí, que, um dos administradores, pensou: “Talvez os ratos tenham desenvolvido gosto pelo veneno, talvez lhes faça bem”. Assim supondo, comunicou aos outros e armaram um plano, que foi posto em execução na mesma noite: colocaram nas ratoeiras, queijo polvilhado com veneno. Na manhã seguinte, as ratoeiras estavam cheias de ratos fortes e saudáveis.

Desta história, pode-se extrair toda sorte de moral e ensinamentos, mas, a citamos aqui, por ser absolutamente verídica ou pensa você que as fábulas são meros produtos da imaginação, tolas fantasias, destinadas somente a divertir ou instruir? As melhores fábulas se extraem da vida real, da própria comunidade e dos processos mentais do individuo.

De uma notícia impressa no Daily Mail, Londres, 2 de Dezembro de 1967, pág. 9, col. 3... coletada por Idries Shah e posta como nota introdutória de seu livro REFLEXIONES, Edições PAIDOS.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

AFORISMOS


Tradução: Virgínia Allan


Otimismo/Pessimismo: Às vezes, um pessimista é tão somente um otimista com informação adicional.


Os fins e os meios: Estarão à deriva aqueles que crêem, todavia, que um meio possa ser um fim.


Oportunidade: As pessoas se esquecem que, quando se aceita uma oportunidade, esta não seja, talvez, o que crêem que seja. Um homem reconhece e aceita uma oportunidade de acordo com o grau de homem que é, e também se esta oportunidade é uma que realmente lhe corresponde.


Fama e esforço: O esforço torna famosos a alguns gandes homens. Um esforço ainda maior, permite que a outros grandes homens permaneçam desconhecidos.


Prejuízo: As gentes não podem manobrar o prejuízo porque tentam entender-se com o sintoma. O prejuízo é o sintoma, as suposições erradas são a causa. "O prejuízo é o filho da suposição.


Talento: O talento é a presença da habilidade e a ausência da compreensão sobre a fonte e funcionamento do conhecimento.


Conhecimento x Crença: O conhecimento é algo que tu podes utilizar. A crença é algo que utiliza a ti.


Sombra: Hás notado que quanta gente que caminha na sombra, maldiz o sol?


Idries Shah; REFLEXIONES, Ediciones Paidos


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

NOTA DISSONANTE



No céu do Oriente, há tempos não brilha a luz da estrela de Belém. Ela foi empanada por outra espécie de brilho, certamente menos belo, menos amável, menos intenso... porém, certeiro, rápido e mortal. Hoje, o que brilha no céu do Oriente, não são os foguetes de festas, nem de felicidades, e a fumaça que sobe não é um sinal de paz... O brilho, no céu do Oriente, é traiçoeiro, medonho e voraz. Ultimamente, as crianças palestinas tem sofrido bastante... elas estão levando a pior... pais assustados, desesperados... famílias inteiras, há anos, raramente escapam dos bombardeios lançados ou do brilho de ódio que percebem nos olhos do estranho que mora ao lado; ódio acumulado, tanto de um lado quanto de outro, por décadas e décadas de uma guerra interminável. Acontece agora tal e qual aconteceu outrora, em tempos remotos, quando Jesus e sua família fugiam da ira assassina dos soldados romanos; a história se repete do mesmo modo, brutal e cruel, mas neste cenário atual, nos dois lados, não há reis magos, nem José e Maria, há apenas meninos Jesus assassinados, homens e mulheres, seres humanos massacrados, desamparados, que recebem de presente do mundo calado porções de mísseis, fuzis, bombas, mártires suicidas e granadas de indiferença; indiferença que campeia triunfante por entre os homens errantes desta terra, que exercem em seus domínios, em puro delírio, egoístico poder... infelizmente, parece não haver solução... irredutiveis sãos os dogmas, as ideologias apregoadas, o ensinamento religioso deturpado... A Jihad islâmica, certamente continuará, Israel resitirá e será assim, até a destruição total... até o fim dos dias... Tomara que não... Estamos todos a espera de um milagre e não do Juízo Final...

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

SE EU ADORMECER NÃO ME ACORDE


Se eu adormecer, por favor, não me acorde
Acordado, não há suporte que acomode minha vida incomodada
Prefiro sonhar estranhos sonhos
do que encarar face a face a dura realidade
e os desenganos sem tamanhos

O sono, em cinza, acolhe-me em seus braços
E em sossego, adormeço, esquecendo os dissabores
Melhor que um bom vinho, que me faça falar a verdade
É adormecer em profundo sono

O sono, eu sei, é irmão gêmeo da morte
E talvez, mais valesse morrer de vez
Mas fraco, covarde, vil humano, ainda vacilo diante do encontro com a dama de negro

Se eu adormecer, por favor, não me acorde
Há poucas flores a enfeitar-me o passo
As alegrias são fitas coloridas e fininhas que amarram
a inquieta quietude a surpreendente fatalidade escondida nos dias

As águas da chuva descem morro, serra, encosta
Levando gente, lembranças, tudo...
É água que mata, chuva desvairada, afogando as esperanças e um desejo de futuro

Se eu adormecer, por favor, não me acorde
Não quero ouvir um réquiem para os mortos
Nem as preces dos humilhados e o choro dos desesperados

É Natal, é Ano Novo e deveria reinar a paz na Terra, mas,
só o que o que se houve sobre ela é “choro e ranger de dentes”...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ESTRANHO DIA




Foi num estranho dia
Que me chegaste
Quando a tristeza ainda me consumia
Porém, com um olhar me alegraste
E nele vi o quão me querias
Revelando-me um amor antigo
Por anos e anos recolhido

Desde então, querido, de minha vida fazes parte
E é um tormento quando não te vejo
Lamentos saem da boca que anseia beijar-te
E os olhos fecho em puro desassossego

Velhas mágoas ao meu peito afloram
E meu canto de esperança eu desafino
Incerto do amor que me devotas
Incerto do rumo do meu próprio destino

Mas, quando surges
Belo e esplendido como o sol
O temor me foge, rápido, veloz
E sou novamente surpreendido pela alegria
Bufão atrapalhado ao teu sorriso acorrentado

Cantilena do Corvo

DEMÔNIOS... OS MEUS, OS SEUS, OS NOSSOS

  Sempre indaguei da vida, se ela presta mesmo, apesar de, lá no fundo de mim, acreditar que sim, “a vida presta”, apesar de tantas barbarid...