Um corvo, um cobre

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sábado, 1 de novembro de 2008

MARA



Amargam-se as relações
aonde os anos, em vez de fortalecerem os laços,
apenas os desfazem

Estranhas companhias em família,
Estranhos comportamentos
Estranhos casamentos
Estranhos, somos, uns aos outros, sempre
em melancólicas vivências, desamparadas ausências

Não me reconheço em meu irmão
Todo dia, levanto acabrunhado,
Assombrado por fantásticas, horrendas aparições
Tento esquecer os pesadelos, mas não encontro sossego

Perco o rumo por algum tempo
Nau desgovernada que gira em perigoso remoinho
de emoções no mar revolto por dentro de mim

Sob furiosa tempestade,
relampejos, clarões de verdade
rasgam o céu carregado, manchado por nuvens sombrias
Distante está o farol pra alumiar e me ajudar
a chegar a um porto seguro...



PRINCÍPIO, MEIO E FIM



É chegada a hora de pousarmos a vassoura... Portanto, para terminarmos nosso breve passeio sobre fórmulas e encantamentos, e o resumo da possível origem das feiticeiras, que, provavelmente vieram da “Terra do Verão”, o Oriente, pelo menos assim reza a tradição, queremos definir a fronteira que separa religião e magia, em outros tempos, tão confundidas uma com a outra, mas hoje se sabe que religião é a submissão ao Senhor Todo Poderoso, a quem se faz preces e louvações, enquanto magia são ritos com a finalidade de agir sobre forças sobrenaturais, quaisquer que elas sejam, a realizarem as ordens e os desejos daqueles que as invocam, digamos os chamados magos, bruxos ou feiticeiros...
A magia, resquício de algo já perdido, tão distante, leva-nos a pensar se as práticas e rituais, por não diferirem umas das outras em várias partes do planeta, se tais práticas não vieram a existir e a se expandir (através de imigrações, invasões, etc...) a partir de um único ponto... (?!) e embora a magia tenha sido malvista por um longuíssimo tempo, e em alguns aspectos, nem funcione mais, contudo, justifica-se o seu estudo, já que ainda é praticada por povos “primitivos” e por pessoas cuja mente vagueia entre a realidade e a fantasia, e ainda por nos parecer estranha, intrigante, e, por vezes também constragedora à religião, tal como a ordem social imposta.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

POSSÍVEL ORIGEM DAS BRUXAS



Do Oriente para o Ocidente

Seguindo as informações que se tem desde a Idade Média, foi uma possível combinação de cultos anteriores e posteriores que acabaram por culminar no grande temor que acometeu a Igreja na Idade Média. Entre os principais responsáveis como propagadores da "antiga fé" consta-se a tribo Aniza; numerosa, rica, poderosa, oriunda dos remotos desertos da Arábia, aparentada ao clã dos faquires ou os “humildes de espírito”, que chegou à Espanha antes dos meados do século V, como aqueles, que, através de sua ferocidade nos campos de batalhas, acabaram por inspirar aos bardos tribais, com a expansão do Islã, vasto material a ser decantado, prática que muito contribuiu mais tarde, para o desenvolvimento do código de honra da cavalaria assim como dos poemas épicos de amor.
Estes beduínos remontam aos tempos pré islâmicos, Dias dos árabes, cuja vida cotidiana era um conjunto de ações atribuladas e fabulosas. Guerreiros dotados de astúcia, habilidade estratégica e uma capacidade de, em um abrir e fechar de olhos, desfazerem-se de tudo. O preceito antigo “crescei e multiplicai-vos” era uma prerrogativa da tribo, que rapidamente se expandiu, chegando até aos nossos dias, em grande número nos desertos da Síria.
Abu El Atahiyya (748-c 828) “o pai da poesia sacra árabe” era um oleiro que viveu ao tempo do culto dos foliões (dervixes maskhara ou mabrush, "marcados na pele" ou talvez ainda "embriagados pelo estramônio") e do grande califa Harum al-Raschid. Voltado à contemplação, Abu el-Atahiyya almejava um maior equilíbrio entre as glórias e o poder de Bagdá aliado a um desenvolvimento das faculdades humanas e foi com esta proposta que ele dirigiu-se ao califa, que lhe concedeu uma verba anual de cinqüenta mil moedas de prata.
Com a morte de Abu El-Atahiyya, “os sábios”, o círculo de seus discípulos, votou-lhe um culto à personalidade e para simbolizar o clã a qual pertencia, escolheram a cabra por possuir a mesma raiz do nome da tribo, ou seja (anz, aniza). Uma tocha era posta entre os chifres da cabra, (o que, talvez, na Espanha, veio a resultar na aparição do Diabo) o que, representava para eles, na verdade, a luz da iluminação intelectual. A marca tribal (wasm) lembrava muito a uma seta larga, também conhecida por pé-de-águia, ou o temido pé-de-pato das feiticeiras, que sinalava o local das reuniões. As mulheres do grupo, principalmente as mais jovens, eram marcadas com uma tatuagem, conforme o costume beduíno. É por essa época, como já foi dito, antes dos meados do século V, depois da morte de Abu el-Atahiyya, que uma parte de sua escola, ainda de acordo com a tradição, emigrou para a Espanha, que então se encontrava a mais de um século sob o domínio árabe, e vivia por lá um grande número de sírios... E foi assim que os Aniza, e entre eles um mestre dervixe, versado nas canções, usos e costumes de sua tribo, chegaram à Europa, trazendo na bagagem toda a sua cultura heróica e mágica, envolto em muitas lendas...

Continua...

Do livro Os Sufis; Idries Shah; Editora Cultrix; por Virgínia Allan


Fórmula indiana para se ficar mais bela

Ó Arati, esse Demônio, que feia me faz, a ti expulso. Toda a falta de graça que tenho comigo será corrigida pelos poderosos Varuna e Mitra. Aryaman, belas faça minhas mãos, deixe-me ser feliz, pois a felicidade é o fim para o qual, nós, as mulheres, fomos criadas!
Pelo espírito Savitar, toda feiúra, banida seja! Todas as coisas indesejadas da mente, do corpo e da aparência, desapareçam... Toda imperfeição, toda falta de beleza expulsas sejam!

Ritos Mágicos e Ocultos; Idries Shah; Biblioteca Planeta por Virgínia Allan

terça-feira, 28 de outubro de 2008

YO NO ACREDITO EM BRUJAS...


Existe um ditado espanhol que diz: “Eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem...” as brujas (os) ou feiticeiras (os), eram as (os) praticantes da “velha religião” ou “fé” ou ainda “tradição antiga” que, na Europa Ocidental, celebravam seus rituais e crenças em grandes festividades e eram por isso, perseguidos e tachados pela Igreja como devotos do demônio.
Feiticeiro (bruxo, palavra em espanhol, que lhe é correspondente) significa “sábio” e eram pessoas estudiosas, ligadas à natureza e suas práticas, que penetravam os segredos mais profundos, passados depois de geração em geração, que lhes permitiam obter das ervas e outras fontes naturais, elixires e fórmulas de “encantamento” que ajudavam na cura de doentes. Eram eles os “médicos”, conhecidos dos vizinhos e aldeões, que confortavam o corpo e o espirito, e durante muito tempo não foram perturbados nem ameaçados por qualquer motivo. Mas, minha intenção aqui não é tratar da origem das bruxas, nem o que levou a Igreja Católica a persegui-las. Como nos aproximamos do Halloween, que, embora não seja exatamente uma tradição da cultura brasileira, mas que está começando a se disseminar, pois temos nós também, sempre tivemos, como em qualquer lugar nossos mágicos, bruxos, xamãs e afins...) gostaria de transcrever algumas fórmulas antigas e curiosas. Irei começar com a magia amorosa.

1. Para conquistar a paixão de um homem: Esta fórmula é de origem indiana e a mulher não deve confiar a outra a sua prática, deve ela mesma recitá-la pelo menos por sete vezes:

Possuída estou pelo amor abrasador que sinto por este homem, e este amor vem a mim de Apsaras, o que sempre vence.
Que ele, este homem, pense em mim, só em mim... que me deseje somente e que seu desejo queime... que esse amor nasça do espírito e que o envolva totalmente, eternamente!
Que me deseje como nunca antes me desejou! Eu o amo, eu o quero... deve ele por mim o mesmo sentir!
Ó Maruts, que de amor ele fique cheio, ó espírito do ar, o encha de amor; ó Agni, que ele arda em amor, fogo eterno e invisível, mas somente por mim!

Continua...


Do livro Ritos Mágicos e Ocultos; Idries Shah; Biblioteca Planeta - por Virgínia Allan

terça-feira, 14 de outubro de 2008

ORA PRO NOBIS



Há um mar por dentro de mim
que ora calmo, ora violento
vai em ondas quebrar
na praia do meu desalento
Não sofro mais como antes
porém, não sorrio com tanta avidez
Não desperdiço o tempo que necessito
iludindo-me com insatisfeito,
torto viver
Preencho com este mar bravio
o que ainda me resta de vazio
Sinto sede, sinto frio...
Mas, ciente da dor que se foi
que aos poucos, lentamente,
se esvaiu
Sorrio, agora, incerto da certeza mortal
que tudo encerra, do silêncio sepulcral que nos cerca
o cotidiano feito as pressas, cheios de emendas e detalhes
que nunca se desfazem
Aonde foram parar as horas?
Enfim, deixarei de lado
meu rosário de lamentos
Ai, minha Nossa Senhora Desatadora dos Nós
Ora pro nobis







segunda-feira, 13 de outubro de 2008

À NEGRA SENHORA DOS OLHOS DE ESTRELAS



Meu coração está só e de aflição ele chora

Não ouço os vossos passos, senhora,

e não mais escuto a vossa voz

O sol esfriou e a aurora perdeu a sua cor

A solitária andorinha voou, partiu para além do mar

Triste, o pássaro cativo também anseia voar,

pois noutra terra está a donzela de negras tranças e suave sorriso

Ela, mais bela que a distante lua,

despiu-se do seu manto de grandeza e humildemente,

para o chão volveu seus olhos de estrelas:

“Ouve”, disse ela, “o amado já vem”

sábado, 11 de outubro de 2008

O FOGO QUE DERRETE O VÉU



Jalal ud-Din Rumi




Atenta para as sutilezas
que não se dão em palavras
compreende o que não se deixa
capturar pelo entendimento

Dentro do coração empedernido do homem
arde o fogo que derrete o véu de cima abaixo
Desfeito o véu
o coração descobre a história de amor
entre a alma e o coração
Regressa sempre
em vestes renovadas

Ao recitares “sol”
Contempla o sol
Sempre que recitares “não sou”
contempla a fonte do que és




Poemas Místicos, Divan de Shams de Tabriz; Tradução de José Jorge de Carvalho; Attar Editorial

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...