Um corvo, um cobre

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sábado, 20 de setembro de 2008

TEIA DE ARANHA OU VÉU DE ROSA?!



A aranha pequenina
na roseira tece uma teia!
Fina renda ela tece
com maravilhosos fios de seda
O delicado rendado
transformar-se-á em um véu prateado
que esconderá a bela rosa vermelha
da invejosa lua cheia
Véu prateado que se desfará no calor da manhã
quando a rosa encontrar – se nos braços do sol!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ARTE, ARTE, Ó ARTE...

imagem - Jackson Pollock (28/01/1912-11/08/1956)

De tudo se faz canção de tudo se faz “arte”?!.
Se as cordas arranham um violão ou
Se uma agulha cai ao chão
Se o vento sopra
Se a lua brilha
Se a tarde morre
Se a noite cai
Poema rima coração
Bela canção!
Pintura
Xilogravura
Fotografia
Grafite
Colagem
Perfeição?!
Cascas de laranjas
cacos de vidros
corpos divididos
tênis velhos
Confusão?!
Instalação?!
Deterioração?!
“Arte” ou judiação?!
Eis aí a questão!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A CRIAÇÃO, MITO IORUBA



No principio era o Caos sem forma. Não havia terra; não havia mar, havia apenas uma fria e estranha solidão a pairar, desoladora, sobre um pântano.
Lá, no alto do céu mais alto, acima do pântano, vivia Olorum, o Ser Supremo. Ao redor de Olorum, outros deuses, sempre prontos a servi-lo e a atender seu chamado, inclusive Oxalá, o Grande Deus.
Um dia, chamou Olorum a Oxalá à sua presença e mandou-lhe que criasse um mundo com terra firme e para isso, para que Oxalá fosse bem sucedido em sua missão, deu-lhe uma concha de caramujo com uma porção de terra mágica, um pombo e uma galinha de cinco garras.
Oxalá desceu do céu até o Caos e pôs-se a organizá-lo. Primeiro, procurou, e achou, naquele mar pantanoso um ponto seco onde jogou a terra mágica, em seguida, sobre ela, soltou o pombo e a galinha que logo começaram a ciscá-la e ciscaram tanto que a terra e o mar foram de uma vez separados.
Assim que Oxalá voltou à presença de Olorum, a fim de prestar contas de sua obra, um camaleão foi enviado para avaliá-la e o seu relato foi bastante alentador, enchendo Olorum de satisfação, o que fez que mandasse Oxalá de volta e terminasse o que havia tão bem começado.
O ponto seco localizado por Oxalá ficou conhecido como Ifé
[1], mais tarde Ifê-Ilê [2] até hoje tida como cidade sagrada.
Oxalá levou quatro dias para fazer tudo e no quinto dia, descansou. Mas, outra vez Olorum chamou-o a sua presença e ordenou a Oxalá que baixasse a terra e criasse toda espécie de planta. De pronto surgiu a primeira dendezeira. Isto feito, Olorum ordenou a chuva que caísse e a chuva desceu, cantando, dançando, e molhou as sementes que então cresceram e formaram uma enorme floresta, cobrindo a terra.
Oxalá pôs-se a criar, a partir da terra, as primeiras pessoas, mas, precisou levá-las para o céu; pois somente Olorum, o Ser Supremo, poderia dar-lhes vida, insuflar-lhes o espírito, proporcionar-lhes o ritmo.
Oxalá foi e se escondeu na oficina de Olorum, ansioso por presenciar o misterioso encanto do surgimento da vida. Mas, dos olhos e do pensamento de Olorum, nada escapa e sabendo que Oxalá o espiava, o fez cair em um sono profundo.
Oxalá nada viu e o segredo da vida permaneceu com Olorum e até hoje Oxalá faz o corpo, através do amor que une um homem e uma mulher, porém, apenas o Ser Supremo, Olorum, pode dar-lhe vida
[3].



[1]Ifê; em idioma ioruba significa “vasto”.
[2] Ilê; casa
[3] Mito Ioruba (África Ocidental) sobre a criação: J.F. Bierlein, MITOS PARALELOS; tradução: Pedro Ribeiro; 2003, Ediouro Publicações S.A.

RESPLANDECER



Amor que chegaste agora
Pegando-me em hora tão desprevenida
Perguntas-me o que move a vida
E eu fico sem saber o que te dizer

De minha boca
saem somente doces palavras
para certeiras fazerem moradas
em teu coração bem-querer
onde em aconchego
calam-se em segredos
São elas ninhos macios
de pequenos passarinhos

Há dias que não descanso
As noites me consomem
Meus olhos ardem de espanto

Foi-se a primavera
Guardei-me em uma longa espera
Mas o amor finalmente resplandeceu

para mim através de ti





quarta-feira, 17 de setembro de 2008

OS TORMENTOS DE UM JARDIM DE INFÂNCIA

para Clarice


Nos tempos do jardim de infância, também fiz um destes testes para saber se podia passar para a sala do primeiro ano, afinal já sabia ler e escrever. Naquele tempo, Clarice, ainda existia a distinção “primeiro ano A forte; primeiro ano B fraco”, e, assim, sucessivamente... Pode uma coisa dessas? Nem me lembro do resultado em si, mas, daí um pouco, para minha confusão, tinha abandonado a salinha agradável que era o jardim de infância, para começar a verdadeira vida escolar.
Não tive a tua sorte e não havia amigo nenhum pra me consolar ou proteger dos medos que, em minha mente infantil, ganhavam proporções exageradas; não possuía vivacidade, aliás, minha timidez era gritante, nem possuía a graça necessária para livrar-me das situações que a mim tornavam-se alarmantes. Chorava por qualquer motivo e por isso tome a ouvir os ralhos de minha mãe que toda vez me ameaçava pôr-me de castigo. Consolo mesmo só havia em meu pai, meu grande amigo e protetor.
Das amizades Clarice, o que dizer? Apenas que são “engraçadas” ou um completo mistério. Amizades vêm, vão e nem sabemos, às vezes, direito, como ou porque começaram ou terminaram. Vejamos: Tem quem tenha um melhor amigo desde o inicio de sua vida, uma amizade que segue a pessoa estrada afora. Outras têm um amigo que, por qualquer peripécia do destino, levou-os a separação, mas, quando este amigo retorna, volta, reaparece, parece até que nunca tinha ido a lugar nenhum tão constante o sorriso e o solidário “ombro amigo”, ou, então, tornam-se, um para com o outro, completos desconhecidos, estranhos, esquisitos... inimigos. Outros Clarice, nunca viram fulano ou sicrano na vida, porém, basta uma só troca de olhares, uma só troca de palavra... eis que surge “o melhor amigo de infância”. Minha modesta opinião Clarice, é de que as amizades como os amores são atordoantes mistérios, e, para finalizar, te digo que eu apesar de ter crescido e possuir um bom número de “amigos”, não parei ainda de chorar por qualquer motivo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

FÁBULA



Era gata
virou mulher
muito recatada
languidamente encostada
a um canto, quieta...
Mas, eis que a sua frente,
de repente, surge um rato
E a mulher vira gata
por instinto
e sem pretensão

acabou-se a confusão...

SOLITÁRIO NO FIO...



Ao cair da noite
Solitário no fio
Canta um passarinho

Voa por um instante pra lá e pra cá
Ao redor do velho poste
Que de tão carcomido quase não mais se sustenta
Abandonado, meio tombado para o lado
Cheio de fios amarrados

Mas passarinho não quer saber da miséria humana
acumulada que invade casas, ruas e calçadas
Que invade toda a gente...

Quer mais é cantar seu canto
Sem espanto
Sossegado solitário no fio
Um canto de passarinho



Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...