Um corvo, um cobre

Se quiser jogar um cobre a um corvo pobre, será muito bem vindo: chave pix: 337.895.762-04

Quem sou eu

Minha foto
Manaus, AM, Brazil

Translate

Wikipedia

Resultados da pesquisa

Pesquisar este blog

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

BLUE IN GREEN

para Miles Davis

Paixão
Blue in greenSó em mim
Verdes clarões azulados
Acendem e apagam
Giram dançam vão e voltam
Numa dança louca e sem fim
Paixão
Blue in greenSó em mim

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O CAVALO DE JOSÉ [1]



Nos estábulos da fazenda de José, há um cavalo raro de extrema beleza! Todos tentam montá-lo, mas, quem é que pode? Marcos, o irmão de José, foi ao chão numa dessas tentativas. Apenas José consegue subjugá-lo e corre com ele, na velocidade do raio, pelos pastos e campinas.
Para as crianças das redondezas o cavalo é mágico; para elas, ele veio do espaço, trazendo em seu pêlo pedaços do dia e da noite. Uma mancha escura aqui, e ali uma luminosidade de estrelas. A cauda é tão longa e brilhante, que até parece o cabelo da menina mais bonita. Nada há no Universo, por mais belo que seja, que ouse fazer-lhe comparação. Cada pata; tem por ferradura, a dourada lua nova; e mesmo a pedra mais dura, não resiste à força de seus golpes.
Este animal extraordinário gosta de brincar saltando as barreiras do tempo. Sim, para as crianças, o cavalo é mágico, pois quando ele passa, correndo na velocidade do raio, levantando poeira, uma manada corre atrás, levando crianças em seus dorsos, cruzando os espaços, nas pegadas do cavalo de José.

[1] Baseado em Jami; El Caballo de José; Destellos de Luz; Editorial SUFI; por Virgínia Allan

terça-feira, 5 de agosto de 2008

TOCA SIM...MY BABY


Toca sim, meu bem, um blues daqueles...amargo, sofrido, emotivo...um blues antigo que pareça surgir do nada, mas que nasce do fundo da alma machucada...Um blues sentimento, puro tormento, que passeie nas ruas, invada as casas...desarrume a sala...
Toca sim, rapaz, um blues celeste que se junte às preces das mães eternamente de mãos postas, cuidadosas e das senhoras carolas, tão caridosas...Um blues matreiro, sorrateiro que deite o olhar prazeroso, para a moça festeira e à mulher de corpo escultural, sensual, fatal, cheiroso, maliciosamente gostoso...Enfim, neném, toca sim, um blues daqueles...um blues bem “blues”...que de tão triste faça rolar a lágrima do olho...Um blues azul, mágico, irmão, que de tão estranho devolva ao poeta a inspiração...Que acorde nas crianças, para sempre, a alegria e que dê ao homem comum um justo, bom e belo motivo para ainda estar vivo...
Toca, sim, meu bem...my baby...um blues daqueles...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

GATA BRANCA EM DESCANSO


Quieta ela estava, toda enrolada,
bola de pêlo, branca e sossegada
na cadeira de embalo do vovô
Quieta estava...
muito mansa...
a aproveitar o descanso...
nada a perturbava...
nem o lento, monótono, vai e vem
da cadeira de balanço...
fingia dormir, a gata manhosa...
de vez em quando, pondo os olhos a passear
pela sala silenciosa
mas, de súbito, pela janela aberta, entra,
voando, descuidada, uma jeitosa
radiante libélula
vem lá, a pobrezinha, em hora marcada,
de encontro à morte anunciada...
incauta, pousa ela ao pé da escada, depois,
voa, para o alto da porta...
nada repara em sua viagem
vai em zig-zag pelo espaço
sem dar-se conta do perigo à espreita...
o som do bater de asas
acorda quem já não dormia...estica-se, espreguiça-se...
e num salto ágil, eis a bichinha, presa,
entre as patas da gatinha, que, sem pressa
a brincar, a pega e solta e torna a pegar...

domingo, 3 de agosto de 2008

"PASSA,PASSA, GAVIÃO"...



E as belas palavras ditas ficaram em um canto...esquecidas...esmaecidas...e agora...desfeitas...amontoadas...embaralhadas...não mais significavam nada...“conversa mole pra boi dormir”..."boi...boi...boi...boi da cara preta... "viu no que deu? foi ouvir e responder ao canto da sereia que a paixão arrefeceu... num piscar de olhos...num instante...quem entendeu? Só ele...o “bicho-papão” bom de papo...que resolveu sair do armário...querendo fazer jus a fama deitou-se na cama e fingiu-se de príncipe...sapo...encantado...e que sapo?! Nem mesmo era nada...e o sentimento...?! calculado...dissimulado...frio...escorregadio...por um fio...sem definição...curtição... empolgação...nem amizade...descolorida...descabida...fugidia....sem luz do dia...ou no fim do túnel...apenas papo furado...um sintoma da falta do que fazer...dele...é claro...“oficina vazia”...simples assim...para ela tal sedução...não passou de armação...judiação...um gesto...inconseqüente...indecente...maldade premeditada...braba...de quem desejava um súbito...agitado...movimento...para o seu monótono...melancólico...tedioso...precário viver...sonambúlico...medonho...Depois de tudo... ele... pessoa nefasta...sem qualquer pretexto...respeito...voltou-se para si mesmo...nenhum assombro...mais importante que tudo junto...ele...único...umbigo do mundo...tão envolvido...apenas por seus próprios silêncios...dilemas...pensamentos...problemas... tormentos...interesses...deveres...afetos...desafetos...que tanto fez...tanto faz...nada lhe apraz...“se oriente, rapaz”...que pena...mas...tenha dó...processos mentais...superficiais...triviais..aborrecidos....mundanos...birra de menino tolo...querendo doce...total falta...de jeito...de tato...de quem aparentava ter tanto...encanto... sensibilidade...a mais...deixe estar meu bem...conta-se nos dedos...as promessas...feitas nas horas incertas...por isso...jamais cumpridas...p...da vida...esperavas o quê...guria...? Justiça se há de fazer...mas...bem que mereceste...tonta...amor de verdade...não sabes? é raro demais entre os seres...humanos(?!)...quando irás aprender....? é tarde?...“caiu na rede é...”? Fábula...um conto de fadas...? farpas...? carpas...? Era uma vez...vejam vocês...uma solitária..."pombinha branca...o que estás fazendo?"...cuidado...o laço está armado...estás com fome...avezinha...diz a grande...imponente...ave de rapina...à sofrida pombinha...que de ingênua não tem nada...mas padece de compulsão por ilusão...faminta...de amor...ardente...urgente...amigo...irmão...paixão...e calha sempre de dar ouvidos ao caçador espertalhão...que nunca pensa que é caça, não..."toma esse anelzinho, meu bem, e não digas nada a ninguém"... o que é que tens amiguinha...coitadinha...toma cá essas migalhas... não há de ser nada...diz o bonitão...indolente...insolente...gavião...toma...que hoje estou de muito bom humor...são restos...farelos de amor...de verdade...coisa fina..cara...toma...vai... e vê lá... que estou a te fazer um favor...pega e come logo minha amada...e num repente a desnutrida...distraída...impulsiva...comovida pombinha...sem aflição...é engolida...mastigada...devorada...pelo voraz...“valentão” que então voa...pra bem longe...pro alto...no cume do monte...de volta a proteção do ninho...aparente...mente...arrumado...narcisista...mente...inconstante...mente...desconcertante...mente...inacessível...mente...dormente...mente...Ó...deixemos de lado essas falas...que adianta de fato...“chorar pelo leite derramado”...? Muito chato esses desabafos...deprimentes...mentes...delírios...de carência...afetiva...? efetivo...produtivo... é viver a vida...“viva e deixe viver”...fazer o quê? a fila anda...bacana...pra mim e pra você...tudo a ver...cadê o lobogrobobo que estava aqui?...o GATO...“mágico” de botas...comeu...e se refestelou..."ciranda...cirandinha...vamos todos cirandar...vamos dar a meia volta e meia vamos dar...o anel que tu me deste era vidro e se quebrou e o desamor, graças a Deus, que tu me tinhas era pouco e se acabou..."

sábado, 2 de agosto de 2008

PÁSSAROS SUICIDAS



Arrancar a poesia de dentro da alma
Traduzir em palavras o intraduzível
É tentar pescar a lua no poço
É realizar o impossível
Trêmulo reflexo da beleza altiva
Que bem sabemos onde está,
Mas que não se pode alcançar
As palavras são engraçadas
Ora dizem tudo (ou um pouco mais que tudo)
Ora não dizem nada
Doida, doída, adormeço na penumbra
Do meu claudicante pensar
Cuja prosa no falar distancia-se
Do ardor fulgurante dos tristes poetas amantes
Errantes...pássaros suicidas, longe do ninho...
Vislumbrei o futuro iminente
Em minhas mãos se desfolharam as rosas órfãs do meu jardim
De onde, agora, hermeticamente fechado, partem sons de silêncios
Na obscuridade esquecida de um dia eterno

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CANTIGA DE AMIGO


I




Meu coração está só e de aflição ele chora; não ouço os vossos passos, senhora, e não mais escuto a vossa voz. O sol esfriou e a aurora perdeu a sua cor. A solitária andorinha voou, partiu para além do mar; triste, o pássaro cativo também anseia voar, pois noutra terra está a donzela de negras tranças e suave sorriso. Ela, mais bela que a distante lua, despiu-se do seu manto de grandeza e humildemente, para o chão volveu seus olhos de estrelas: ‘Ouve’, disse ela, ‘o amado já vem’.



II



Senhora fascina-me o vosso olhar, mas fujo deles como alguém que, em pleno mar, teme ser arrastado pela fúria de uma tempestade. Por isso, detenho-me na ilusória segurança da praia; porém, quando revelados forem os sentimentos de vosso coração, cuidado...! Nada mais restará; nem mesmo eu; senhora, pois, com certeza, serei levado, tragado pela corrente impetuosa, impiedosa de vosso amor”.

III



Tão bela era a lua que cego fiquei, fascinado de amor. Perdido no Vale da Busca era um estranho em uma terra estranha. Vagando pra lá e pra cá, lamentei a minha sorte e fui repreendido pelo sol: “Almejas a lua e não suportas a humilhação? A lua vos escolheu, e devolves com indignidade tamanha devoção. Ó néscio, não sabes que quando os segredos te forem revelados o teu destino será também se transformar em lua?”.

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...