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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Batendo palma para o Mick dançar


Mick, aos 80

Hoje, 26 de Julho de 2023, é aniversário de Mick Jagger, um dinossauro ainda a andar livre, leve e solto sobre a terra. Sempre a cantar e pular, mesmo agora, aos 80 anos, com essa energia raríssima a espalhar por aí. Se fosse eu, já estaria desconjuntada e, desse modo, aposentada. Que Deus o abençõe e para este tipo de maluco, continuarei a bater palma só para vê-lo dançar. 



MATÉRIA ESCURA, SÓ POR CURIOSIDADE


Você sabe o que é "matéria escura"?! Eu também não sei, então, fui pesquisar. Gosto muito de Astronomia, gosto de tudo o que se refere ao espaço, ao Cosmo, essa imensidão "flutuante" de sonhos reais, da qual o homem não têm lá definições precisas, porque o Universo está sempre em mutação, não direi expansão, posto que não possuem mais certeza alguma sobre essa teoria. A vida é assim. Surpreendente! Afirmar que as leis do Universo são inflexíveis ou que, teorias "absolutas" são absolutas, é se firmar no lugar de Deus e duvidar da própria existência. Hoje, "teorias absolutas" são simplesmente descartadas e logo substituídas por outras, o que, em algum momento de nossa história, tal coisa seria considerada simplesmente impensável, mas, há, sempre houve, quem duvide e que continuará a duvidar, que impossibilidades sejam empecilhos de fato ou complicados e frágeis pontos finais. 





Mapeamento da matéria escura
Foto: ACT Collaboration

As partes laranjas, é onde há mais massa; roxo, onde há menos ou nenhuma. A faixa em branco, mostra a luz contaminante da poeira em nossa galáxia, a Via Láctea, medida pelo satélite Planck, que tudo obscurece, impedindo assim uma visão mais profunda.

Bem, voltemos à "definição" de matéria escura, uma definição, aliás, inexata, inconclusa, como tudo o que se refere ao Universo. 

Para começar, matéria escura é uma grande quantidade de matéria sem origem definida, mas que sem a qual, a vida na Terra, não seria possível, enfim, ela seria uma hipótese que explicaria a existência e a forma das galáxias, que, sem ela, não poderiam girar. Então, podemos dizer categoricamente, que, a nossa existência só é possível por causa da existência da matéria escura. A matéria escura, que nem o buraco negro, não emite luz e não se pode detectar, isto é, "até ontem", agora, talvez seja possível, por causa do telescópio James Webb, o mais poderoso já construído e lançado no espaço no dia 25 de Dezembro de 2021. 

O telescópio conseguiu registrar evidências da matéria escura, que, acredita-se, seja composta de axions ou axião - um bóson não bariônico, partículas subatômicas, bem menores que prótons, nêutrons e elétrons. 









terça-feira, 25 de julho de 2023

EU TOMO CONTA DO MUNDO



Clarice Lispector

                    Eu tomo conta do mundo

Clarice Lispector

Sou uma pessoa muito ocupada: tomo conta do mundo. Todos os dias olho pelo terraço para o pedaço de praia com mar, e vejo às vezes que as espumas parecem mais brancas e que às vezes durante a noite as águas avançaram inquietas, vejo isso pela marca que as ondas deixaram na areia. Olho as amendoeiras de minha rua. Presto atenção se o céu de noite, antes de eu dormir e tomar conta do mundo em forma de sonho, se o céu de noite está estrelado e azul-marinho, porque em certas noites em vez de negro parece azul-marinho. O cosmos me dá muito trabalho, sobretudo porque vejo que Deus é o cosmos. Disso eu tomo conta com alguma relutância.

Observo o menino de uns dez anos, vestido de trapos e macérrimo. Terá futura tuberculose, se é que já não a tem.

No Jardim Botânico, então, eu fico exaurida, tenho que tomar conta com o olhar das mil plantas e árvores, e sobretudo das vitórias-régias.

Que se repare que não menciono nenhuma vez as minhas impressões emotivas: lucidamente apenas falo de algumas das milhares de coisas e pessoas de quem eu tomo conta. Também não se trata de um emprego pois dinheiro não ganho por isso. Fico apenas sabendo como é o mundo.

Se tomar conta do mundo dá trabalho? Sim. E lembro-me de um rosto terrivelmente inexpressível de uma mulher que vi na rua. Tomo conta dos milhares de favelados pelas encostas acima. Observo em mim mesma as mudanças de estação: eu claramente mudo com elas.

Hão de me perguntar por que tomo conta do mundo: é que nasci assim, incumbida. E sou responsável por tudo o que existe, inclusive pelas guerras e pelos crimes de lesa-corpo e lesaalma. Sou inclusive responsável pelo Deus que está em constante cósmica evolução para melhor.

Tomo desde criança conta de uma fileira de formigas: elas andam em fila indiana carregando um pedacinho de folha, o que não impede que cada uma, encontrando uma fila de formigas que venha de direção oposta, pare para dizer alguma coisa às outras.

Li o livro célebre sobre as abelhas, e tomei desde então conta das abelhas, sobretudo da rainha-mãe. As abelhas voam e lidam com flores: isto eu constatei. Mas as formigas têm uma cintura muito fininha. Nela, pequena, como é, cabe todo um mundo que, se eu não tomar cuidado, me escapa: senso instintivo de organização, linguagem para além do supersônico aos nossos ouvidos, e provavelmente para sentimentos instintivos de amor-sentimento, já que falam. Tomei muita coisa das formigas quando era pequena, e agora, que eu queria tanto poder revê-las, não encontro uma. Que não houve matança delas, eu sei porque se tivesse havido eu já teria sabido. Tomar conta do mundo exige também muita paciência: tenho que esperar pelo dia em que me apareça uma formiga. Paciência: observar as flores imperceptivelmente e lentamente se abrindo.

Só não encontrei ainda a quem prestar contas.

(*Crônica de Clarice Lispector, publicada originalmente no ‘Jornal do Brasil, 4 de março de 1970)

– Clarice Lispector, do livro “Aprendendo a viver”. Rio de Janeiro: editora Rocco, 2004.

"EU TOMO CONTA DO MUNDO" Parte 2"


Para Clarice


Clarice Lispector 

Publicada em meu perfil do Facebook, em 06 de Março de 2012, inspirada em uma crônica de Clarice Lispector intitulada "Eu tomo conta do mundo". Para ler a crônica original, abra o link: 



Ficar vigilante me causa imensa aflição. Olho para tudo; presto atenção, mas olho e presto atenção com certo receio. Temo Clarice, deparar-me com o absurdo de uma situação e não poder nada fazer. Mas, mesmo assim, mantenho-me de vigia. Cuido do céu, do rio, das matas, cuido das crianças e da vizinhança. Reparo nas árvores, no canto dos pássaros, no coaxar dos sapos. Cuido do manto estrelado da noite que cai, se o sol está frio ou quente demais. Dou-me conta da aflição e tristeza do pobre, da miséria material e espiritual que ronda a terra. Realmente o Cosmo dá muito trabalho, Clarice, e principalmente se o reconhecemos como nossa casa ou a casa de Deus, ou, se reconhecemos o cosmos como o próprio Deus e de Deus é difícil mesmo tomar conta.

Rostos inexpressivos, corpos sem alma, estão cada vez mais comuns. Gente que vive automaticamente, sem sequer dar-se conta de si mesmo ou de sua existência. Falo lucidamente, ou assim penso eu... é que são tantas as coisas para se tomar conta... inclua-se nisso tudo a floresta Amazônica, tão profunda e misteriosa, mas não infinita como pensam tantos, os arrogantes e gananciosos. O dinheiro que eu não ganho “tomando conta do mundo”, ganham eles tentando destruí-lo.

As estações estão enlouquecidas mal dá tempo de mudarmos com elas, o que ontem era de um jeito, hoje está de outro. O gelo, que se derrete nos polos e enche os mares, a camada de ozônio que está cheia de buracos, os rios que também se enchem demais, causando enchentes, ou secam, rapidamente, criando desertos e matando de sede o povo e os animais.


segunda-feira, 24 de julho de 2023

DUAS ESTRELAS QUE SE APAGAM

 

Leny Andrade 


Doris Monteiro


Hoje, duas grandes estrelas deixaram de emitir seu brilho, Doris Monteiro e Leny Andrade partiram daqui, a encantar outros céus e engrossar o coro dos anjos celestiais 

Duro ver as luzes da ribalta se apagarem bem diante de nossos olhos. Um mundo tão familiar desaparece, junto a suspiros, lágrimas de saudade e emoção. A vida não cessa, pois legados esquecidos podem ser revividos, atualizados em qualquer esfera do tempo. O legado de quem semeia luz e amor, fica, por toda a eternidade ou seja lá o que for, que a palavra eternidade realmente significa.




QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

 

Marielle Franco no traço de Jean Okada

Quem mandou matar Marielle?

Finalmente, a pergunta está prestes a ser respondida. Logo chegaremos ao mandante deste crime hediondo, porque quem matou já sabemos quem foi, Ronnie Lessa, apagado como queima de arquivo, e os motivos, por ora imaginados, mas ainda não declaradamente confirmados. 

Não preciso relembrar a trajetória da vereadora Marielle Franco, cuja luta contra as milícias do Rio, acabaram levando-a à morte prematura. Os tiros disparados contra ela e seu motorista, Anderson Gomes, em uma noite após uma palestra dirigida às mulheres, quando dirigia-se para casa, foram feitos por Ronnie Lessa, que na época era vizinho do então presidente, Jair Bolsonaro, e pai de uma ex-namorada de um de seus filhos, conhecido por 04. Hoje, a denúncia foi confirmada pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; em delação premiada, o ex-policial militar, Elcio Queiroz, admitiu participação no crime, juntamente com o ex-bombeiro, Maxwell Simões.

Repararam como todos são ex? Ex em quase tudo, menos no fracasso; ex na profissão, na vida pública e privada e até na vida como vida… por exemplo, Ronnie Lessa, que é ex-vivo. 

Bom… que tudo se esclareça, quem sabe assim Marielle e Anderson, possam ter o descanso que merecem.




domingo, 23 de julho de 2023

O DIREITO ARRANCADO À PONTA DE FACA

 



Crime aconteceu na Rua Argélia, no bairro Petrovale, em Betim — Foto: Vagner Tolendato/TV Globo


Quando um funcionário, geralmente mal remunerado, toma as dores da empresa ou do patrão, para o qual trabalha, deve haver algo de muito errado com ele, lógico, poderíamos dizer, que lhe falta amor próprio. Para quê, como funcionário, se exaltar com terceiros, clientes ou não, por conta de serviços disfuncionais de uma empresa, que deveriam ser por direitos e deveres, relegados apenas ao patrão ou patrões?! Para quê chegar a extremos, como brigas e assassinatos, por conta de quem muitas vezes, como empregador, usa e abusa da pessoa como funcionário? 

Em Betim, na grande BH, uma mulher, funcionária de uma padaria, exercendo a função de balconista, encheu-se de fúria ao ver um comentário depreciativo de certa conhecida sua em uma rede social, sobre o lugar em que trabalhava, a padaria no caso. Provavelmente, já deveria haver um ranço, uma antipatia entre as duas, ranço este que a acusada resolveu selar com um assassinato.

O crime se deu quase um mês depois dos comentários depreciativos terem sido postados por Ana Paula, a vítima, que disse ter comprado "pão com carrapato" e criticado o grau de limpeza do lugar. A acusada, rebateu, dizendo não ser verdade, e que o ambiente era limpo com frequência, sendo, inclusive, dedetizado, e, para completar numa típica atitude infantil, daquelas bem mimizentas, disse que ia falar para a "Lene" - a dona da padaria" - e, palavras dela, "que isso não vai ficar assim."

A acusada, pessoa deprimente e nefasta, guardou no coração a mágoa feita nem diretamente a ela própria, mas sim a um estabelecimento no qual trabalhava e que a vítima, como cliente, estava no direito de expor seu desgosto, ainda mais se achou que foi ferida em seu direito de consumidor. Atualmente, ninguém quer reconhecer que o outro também tem direitos e que o mundo não gira ao redor do próprio umbigo do Narciso, que exige, grita, xinga e bate o pé para que apenas o seu direito deva ser mantido, observado e reconhecido.

E foi então, que, decorridos os dias, a acusada avistou Ana Paula, a vítima, em uma confraternização em um bar; imediatamente foi lá e começou com a mesma uma violenta discussão que acabou em morte por ataque com arma branca. Ana Paula, foi atingida nos braços, tórax e ombro e ainda chegou a ser levada pela irmã ao hospital, porém, não resistiu. A acusada fugiu, mas foi pega em uma base comunitária. Estava com os pés, roupas e rosto sujos de sangue. Fiquei pensando se ninguém no bar conseguiu ou quis ajudar a moça. Será que tentaram alguma coisa ou ficaram apenas observando, agarrados uns nos outros, aos gritos e prantos? Quiçá, muitos tenham saído correndo, receio, né, de uma mulher sozinha armada com faca (contém ironia).

Agora, vejam só: uma pessoa, por conta de uma reclamação que nem foi dirigida a ela, de forma pessoal - e mesmo se fosse - toma por si, a decisão de matar, dando cabo de duas vidas, a dela própria e a da vítima, ao desferir várias facadas. O instinto de um funcionário para proteger o negócio, um bem que não é seu de forma nenhuma, mas sim do patrão, quase sempre acaba em tragédia. Nunca, jamais, troque sua vida por bens materiais, nem que seja o seu, imagine então se for de patrões. Os patrões têm que dar condições de trabalho para que o funcionário não coloque a vida, física ou mental, em risco. Foi-se o tempo, em que para manter um emprego, a pessoa tinha que pagar com a própria vida, ainda se paga, de certa maneira. Resta-nos um longo caminho a percorrer, para que possamos perceber e admitir que todos dependemos uns dos outros, e mais que patrões e empregados, somos seres humanos unidos por fios invisíveis e universais em busca de decência, justiça e tolerância dentre formas de viver mais humanas, para que o "sobreviver", não se torne um lugar comum inflamado de ódio e coberto de mágoas.



Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...