Um corvo, um cobre

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domingo, 23 de julho de 2023

DA NECESSIDADE À BRUTALIDADE

O ser humano é o maior predador da terra, claro, também é o grande articulador de causas maravilhosas e boas ideias. Mas, se depender da parte do ser humano predador, iremos pro fim sem direito a recomeço. A barbárie humana é chocante. Nos países da Ásia, a culinária exótica atrai todo tipo de gente, em busca de experiências sensoriais. Lá é comum, o comércio de carne de gatos, cachorros, morcegos gigantes e etc. 


Vi um filme outro dia na Netflix, FOME DE SUCESSO, que se passa na Tailândia, sobre uma moça que almeja chegar ao patamar de "chef", reconhecida em todo o país. Ela obtêm uma chance, porém, passa por tão poucas e boas, que o fim é uma volta ao começo. Esse filme, fixa bem nas filmagens, o rosto de quem come, as contrações, as caras e bocas que fazem, ao sentir o sabor de um prato novo. Cada banquete contratado, é uma espécie de competição entre os "chefs" concorrentes e, quanto ao telespectador, observar a comilança, enche a alma de agonia, quer dizer, ao menos a minha. Achei um pavor. Mesmo com as melhores, maquiagens e roupas, não passavam de animais, reis do topo da cadeia alimentar, se deliciando com os exageros preparados para o repasto noturno. 

Meu sonho é parar de comer carne. Como bem menos hoje em dia, observar um churrasco já me causa enjoo. Depois da pandemia, meu paladar deu uma surtada, graças ao Covid, e meu apetite tornou-se de certa forma, caprichoso, portanto, o comer em demasia, dá-me uma sensação de que estou fazendo algo errado e assim como penso isso de mim, penso dos outros. O exagero no comer, causa-me dissabor.

Em países da Ásia em que é permitido o consumo de carnes de cães e gatos, já se acena a possibilidade, como acontece na Coreia do Sul, de acabarem com a prática. Na China, o escandaloso e grotesco Festival de Yuli, é combatido como algo ilegal pelo governo e pelas Ongs, onde ativistas da causa animal, chegam a ter até embates fisicos, para resgaterem animais que são roubados de seus donos, para serem abatidos a olhos vistos. Realmente um Festival de covardias e maldades. 


Na Indonésia, baixaram uma lei, em que fica proibida a venda de carne de cães e gatos para consumo, graças a Deus, mas, longe de mim, parecer ou ser hipócrita, é muito estranho se comer um ser que se trata muitas vezes, como amigo, companheiro, filho ou irmão. Sim.. eu sei.. as vaquinhas, ovelhas, vitelos, porquinhos e cordeiros, galos, galinhas, pombos e grande variedade de peixes e frutos do mar, do qual nos alimentamos, também não possuem o direito a nossa simpatia? Sim, possuem, por isso que penso que o ideal seria viver de luz, quem sabe assim o ser humano entraria em outra esfera de evolução, em outra espiral e deixaria de lado ao menos a malfadada brutalidade.  

A verdade é que vamos a passos lentos, mas temos conseguido ampliar a consciência em relação aos animais. Tem quem não entenda, que a interação, o convívio com os anjos de 4 patas ou duas asas, nos proporcionam bem-estar e proteção. Estamos aqui, para dividirmos a terra, nosso lar, também com eles e não só nos alimentarmos de sua fragilidade e inocência. Hoje, que percebo tão em voga, o canibalismo entre humanos, assusta-me a ideia de que sem mais nem menos, possamos virar a caça, a comida de um predador nas sombras, sempre à espreita.



sábado, 22 de julho de 2023

FOTOPINTURA: TÉCNICA FRANCESA, JEITINHO BRASILEIRO

 

Fotopintura: Minha mãe, aos 26 anos, 
imagem restaurada pelo artista, ilustrador 
Jean Okada.


A fotopintura é uma técnica francesa surgida em 1863, que consistia em usar a base fotográfica em baixo contraste, e assim reproduzia a imagem numa tela, claro, tudo feito a mão. O pai da invenção foi o fotógrafo francês André Adolphe Eugene Desderi, uma figura bastante popular de sua época. Essa técnica se espalhou pelo Brasil, principalmente pelo Nordeste brasileiro, tornando-se um meio de eternizar imagens de pessoas queridas e até de famílias inteiras. Tenho raízes nordestinas, por conta de pai e mãe, portanto ao menos um quadro desses tínhamos que ter. Um tempo atrás, algum familiar pegou o retrato e havia sobrado apenas umas cópias fotografadas através do vidro da moldura e minha mãe tinha muita vontade, de ela fosse restaurada mas ninguém deu jeito, até encontramos Jean Okada e o resultado é este… simplesmente maravilhoso; a imagem de minha mãe eternizada sem precisar de Inteligência Artificial. Tudo feito no velho esquema: mão, programa de computador e um hábil desenhista.


AQUECIMENTO GLOBAL, RESFRIAMENTO MORAL

Olá, como vai? Aceita um pouquinho de calor neste novo amanhecer?!



Estudos dizem que aquecimento global está encolhendo o cérebro humano ou seja a humanidade está emburrecendo. Daqui a pouco, a inteligência que já é rara entre nós, praticamente deixará de existir.



TICO E TECO, UMA FÁBULA 

Tico e Teco viviam em guerra, a atrapalharem-se mutuamente pelo uso do espaço que deveria ser comunitário. Mexe aqui, enterra ali, desenterra alá, corre pra acolá. Era assim todos os dias, todas as estações. Nem percebiam as mudanças que se sucediam após cada batalha descabida pela posse do pequeno espaço e como também isso impactava a vida de todos ao redor.

Bom, enfim, um dia, após uma violenta tempestade verão, com a luz do sol inclemente a passear, sobre tudo perceberam o caos que haviam provocado. Não era apenas o efeito da natureza naquilo tudo, havia na verdade, a ação de suas patinhas sujas de esquilos briguentos, preguiçosos e relapsos, que de tanto mexer onde deviam e não deviam, em nome do desgaste, da mesquinharia e da ambição, encontraram o jardim desabitado, com a grama ressecada, pequenas árvores tombadas, o riacho poluído, cheio de galhos, folhas e outros detritos… e, para coroar o desacerto final, todas as sementes de nozes que tantas vezes cairam em abundância das altivas nogueiras, encontravam-se jogadas, alienadas, e completamente encolhidas e ressecadas. 

Tico e Teco entreolharam-se espantados e em vez de unirem-se para a reconstrução, entraram em nova discussão a saber quem era o culpado do quê, mas, desta vez, deu curto-circuito e a raiva era tanta, que ambos caíram duros no chão. O vento veio, passou por cima deles, assobiou e se foi.










 




SÓ, MAS NÃO DESACOMPANHADA

Com o aumento da violência, especialmente contra os mais vulneráveis, tem sido difícil ficar pelas ruas até mais tarde, e foi pensando nisso, que a Eletromidia, desenvolveu esse projeto gentil e extremamente genial.



sexta-feira, 21 de julho de 2023

TONY BENNETT

 


Tony Bennett


Tony Bennett, pra mim, tem gosto de infância e sessão da tarde, do tempo em que era feliz, com meu pai e avós ainda vivos, tios jovens e mãe pragmática. Tem gosto de aconchego, casa arrumada e merenda da tarde. Dias ensolarados, tardes calmas e noites venturosas. Tony Bennett tem gosto de passado, presente e futuro,tudo junto, tem gosto de um outono sem percalços, sobre o qual ninguém fala ou sequer pensa, mas que um dia vem, com toda certeza.. Tony Bennett, seu nome é SER-EN-IDADE. Descanse em paz.   

Lovecraft

Muita leitura de Lovecraft, dá nisso. Para mim, o mundo anda muito Lovecraftiano.

 

NOVOS/VELHOS CONCEITOS SOBRE ARTE


Nos últimos anos, tenho tentado me expressar além da escrita, pois faz tempo que tenho me sentido aprisionada diante de todas as (im) possibilidades apresentadas. Tinha até ficado feliz com os resultados, que aplicativos e plataformas de NFTs poderiam proporcionar, ampliando a visão de mundo e conceito sobre arte. Como cidadã brasileira, um país que sofreu um grave retrocesso com um desgoverno proporcionado por um palhaço metido a ditador, sofri, como tantos outros de nós, ao ver nossa cultura, submergida em um mar de lama, porquê, imagine, se tínhamos um desgoverno, que não se preocupava com o mínimo, como iria querer que o povo se expressasse através da arte? A verdade é que não só em nosso país, mas, no mundo todo, sinto abrirem-se e se manifestarem, novas tendências e necessidades de pessoas que buscam um caminho individual e coĺetivo ao mesmo tempo e eu estou entre elas. As ferramentas estão aí, ao nosso dispor, mas é preciso saber onde procurá-las. Não encontrei muitas, infelizmente, nessa busca quase insana justamente para manter-me sã. Nada mais libertador do que a gente pensar, criar, inovar e sobretudo, poder compartilhar o conhecimento, contudo, tenho achado bastante difícil me organizar nessa desorganização.

 


Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...