Liberdade coração
(legenda e foto: Wilson Gorj)
Achava tão triste àquelas tardes
Em que da minha casa ouvia
A cantilena monótona
Da Ave Maria
Os pássaros passavam em revoada
(Constantes, cantantes revoadas)
Como que em alegre procissão
Enquanto na modesta igrejinha
Prostravam-se as senhorias em solenes confissões
Fundi-me a essas tardes melancólicas
Que impregnaram-me a alma
Com a essência dessa tristeza infinita
Onde, agora, nem o mais doce e puro vinho
Pode alegrar-me a tempo
As cores rapidamente esmaecem
Assim como meus dias
Quisera ainda saber do amor...
Mas, perdi o rumo, o coração
Ao regar com lágrimas de aflição
As rosas secas, desfolhadas
Que crescem ao longo da ignorada, impossível estrada
Que conduz ao país perdido de Sião
3 comentários:
As "Ave Marias" por mais bonitas que sejam, (De Chubert, Ghonot, e outras), sempre me deprimem, porque me lembram que às seis horas da tarde, em todas as rádios, ouvia-se a hora do "Ângelus", e eu imaginava que o mundo inteiro estava triste.
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