Houve um tempo em que até fazia questão da companhia de outros humanos, nem que fosse pra passar o desassossego da solidão no balanço das horas, em longas conversas “sérias”, ou somente um bate-papo furado, com pessoas de verdade, nada de muito ousado... simples trocas de ideias, jogadas, descartadas, rapidamente deixadas de lado... Houve um tempo em que a gentileza de um sorriso, um olá, um agrado e um gesto desinteressado de amizade, daqui e acolá, me deixavam contente e com boa disposição para com toda gente... Mas, agora, reconheço, sem querer generalizar, na minha esfera de circunferência (conceito matemático... estarei sendo redundante... Hum! Provavelmente...) tirando uns e outros, tanto fez tanto faz, pouco se me apetece tal convivência ou a troca de gestos largos, amigáveis, gentis, espontâneos ou programados, estudados, friamente calculados nesta minha difícil missão sobre a Terra... Um mundo louco, palco de delírios, onde se vive um teatro, cujas armadilhas, infelizmente, muitas vezes (como qualquer armadilha bem ou mal camuflada) são tardiamente percebidas, lhes põem em cheque o amor e o equilíbrio... vão na corda bamba, feito “o bêbado e a equilibrista” e assim, banalizadas as emoções, os sentimentos, mantêm-se todos à superfície de tudo... Amores, amizades como dizia Allan Poe em seu poema O Corvo, “tudo se vai”... A mente humana não é estável, nem confiável as pessoas possuem humores variáveis e confundem “alhos com bugalhos” e pouco importa a idade... são tantos desencontros por coisas tolas, bobas, banais que a desistência de tentar me manter humano é quase iminente, uma verdadeira tentação... Enfim, porque não entregar de vez os pontos e ser como todos são? Esse algo indecifrável, enigmático, francamente acomodado e problemático... Não posso... apesar de tudo, gosto da minha posição de Alien em expansão e um Alien em expansão como eu, digo isso de coração aberto, sem arrogância ou falsa modéstia, é um Alien em expansão e nunca deixará de ser, sinto muito, um Alien da minha estirpe não pode desenvoluir (usei de um neologismo, eu sei) e portanto, não vejo as coisas por este ângulo... Não, não estou amarga, talvez decepcionada... porém, faço o que devo fazer e constatado o fato, e sempre surge um item a mais, o anoto no extenso relatório sobre a confusa, frágil estabilidade das relações humanas... É a minha função, o meu trabalho, afinal estou aqui para aprender. Ponto final. Na verdade, mais que decepcionante, tais atitudes, chegam a ser tragicamente engraçadas... Hoje eles conhecem e amam intensamente; amanhã odeiam e esquecem, ou então, simplesmente, tudo lhes é indiferente... “Normal” dizem eles (tudo lhes parece absolutamente normal e deve ser, em se tratando desses seres estranhos seres... Sem dúvida, são coisas da tal personalidade cambiante e manipulável, que neles age, atua conforme as fases da lua...
Um corvo, um cobre
Se quiser jogar um cobre a um corvo pobre, será muito bem vindo: chave pix: virginiallan@hotmail.com
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Cantilena do Corvo
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