Um corvo, um cobre

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quinta-feira, 20 de julho de 2023

DO CORAÇÃO DA FLORESTA


Faz tempo que não ouço mais falar da transição para a web.3. Confesso! Sim, sou ou era, não sei, uma entusiasta da web.3 e suas tentativas de uma internet mais democrática e descentralizada. Aqui, do coração da Floresta Amazônica, escrevo. Daqui desse “paraíso” ou “inferno” verde, tento me manter numa realidade para além do normal ou virtual. A necessidade de manter a floresta em pé, viva, nos pede medidas urgentes e, por muitas vezes difíceis de se implantar. Hoje, a floresta sofre, assim como todos os povos originários, seus verdadeiros representantes, o resultado do desmatamento e da exploração ilegal do ouro.. Na tarefa de conscientizar, eu escrevo e reescrevo… temos, para nos ajudar, nossos mitos, que assim como a floresta, lutam diariamente em busca de preservação. A cidade onde moro, Manaus, é um dos destinos turísticos mais cobiçados no momento, então, é preciso entender que, quem aqui chegar é mais um a se engajar nessa causa ecológica e humanitária. 

Para além do metaverso, das IA, dos bitcoins, NFTs, temos um mundo material, que se pode tocar e que sem o qual, não haveria o virtual. Mas, enquanto a tecnologia avança, o pensamento se cristaliza ou até recrudesce para o que há de mais negativo. Agora, você deve se perguntar, por que alguém tão preocupada com o meio ambiente, é uma entusiasta de blockchains, tokens, criptomoedas, que, afinal de contas, ainda usa de meios que vão totalmente ao desencontro do que se propõe as questões ecológicas? 

Bom… direi eu que sou uma entusiasta das propostas levantadas pela web.3, que busca formas e maneiras de se adequar ao futuro com todos os problemas que se nos apontam. Acho que, mesmo sendo leiga no assunto, mas não ignorante, uma vez chegados aqui, não temos como retroceder…. o seguir adiante, porém, nos pede mais comprometimento com a realidade do lado de fora do virtual que nos envolve. Percebo a resistência em torno da web.3, porque, eu acredito, que possa ser transformadora para o lado do bem. É tempo de se encontrar soluções e não socá-las embaixo de um tapete, onde só quem tem muito pode pisar. Não quero me alongar, não é esta a minha intenção. Assim como a web.3 procura se manifestar, a tatear ainda no escuro, estou eu, contudo, mesmo não sendo uma expert no assunto, percebo através da névoa, um norte, um porto seguro, além de qualquer contestação. 


quarta-feira, 19 de julho de 2023

ANNABEL LEE

 




Annabel Lee

Edgar Allan Poe

Tradução: Fernando Pessoa.



Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.



DE VOLTA OUTRA VEZ




Apenas um pássaro, procurando onde pousar. Voltei ao meu blog, pois tenho sentido a necessidade de expandir meus textos, sem a regra de ter que me submeter a contagem de linhas. Gosto de falar e dar opinião, então, mesmo que alcance um blog hoje em dia, deixe a desejar, pro meu caso, penso ser melhor. Quem sabe ao conseguir gerar um pouco mais de tráfego para o blog, eu possa gerar alguma receita. Sim, porque, eu gosto mesmo é de escrever. E gostaria de viver disso, porém, isso é algo que não só parece difícil, mas também quase impossível. Quem sabe depois, possa colocar um botão de doação? ou não. Veremos! Já participei de blogs para escritores, mas escritores em geral costumam ser muito egocêntricos, quase incapazes de olhar um companheiro com bons olhos, assim, desisti de várias plataformas e redes sociais, que,  enfim, só servem para dar visibilidade ao que é completamente inútil  Li ontem, sobre  um "mendigo" indiano, que ficou milionário só pedindo esmola. Ele ainda se dedica à mendicância, embora os filhos, já crescidos, peçam para ele sair dessa vida. Eu fico pensando aqui, com meus botões, como conseguem, porque eu escrevo, mas não consigo que me paguem um café nas redes sociais. Hoje em dia é assim. Pedir um pix não é vergonha, já que todos trabalhamos por 24 horas nessas plataformas e redes sociais, contudo, há aqueles que obtêm sucesso nos seus empreendimentos. Infelizmente, não é o meu caso, mas, quem sabe, um dia seja. 

O DIÁRIO EM DESCANSO DE GREGOR SAMSA

 


Imagem de Gregor Samsa, gerada por IA. 


"Quando Gregor Samsa despertou naquela manhã, após uma noite de sono intranquilo", não imaginou que a realidade seria seu pior pesadelo. Sem querer, viera parar num açougue abandonado, mas, não havia alimento ali, apenas nacos de carnes apodrecidas, abandonadas, esquecidas, impróprio para qualquer consumo. Nem mesmo ele, em sua estranha metamorfose, conseguiria degustar qualquer coisa dali por boa vontade. O sangue coalhado, negro e seco, espalhado sobre as mesas e o chão, não o permitiram que mergulhasse em alguma ilusão onírica. Mal porém se ajeitou para dar o fora, foi derrubado por uma multidão de outros insetos esvoaçantes e rasteiros, não tão racionais quanto ele, porém extremamente necessitados de restos mortais para depositarem seus ovos, afim de que pudessem zelar por sua própria subsistência, sobrevivência, permanência. Alguns desses nacos esquecidos, já apresentavam larvas vivas, a se mexer, retorcer dando assim prosseguimento às necessárias etapas do viver. O velho açougue abandonado, tinha cheiro de morte mad estava repleto de vida. Pobre Gregor, captou no ar o cheiro terrível da podridão e ele perdeu os sentidos. Tomara, para seu próprio bem, que esse pesadelo acabe logo. Não demorou, acordou e ainda zonzo, nem sentiu, tampouco percebeu, a multidão barulhenta, decidida, invasiva, passar por sobre ele, por cima dele, empurrando-o, na contramão cada vez mais para longe - e, enfim, por um fio de boa sorte - para mais perto da porta. A saída logo ali..

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...