Um corvo, um cobre

Se quiser jogar um cobre a um corvo pobre, será muito bem vindo: chave pix: 337.895.762-04

Quem sou eu

Minha foto
Manaus, AM, Brazil

Translate

Wikipedia

Resultados da pesquisa

Pesquisar este blog

sábado, 6 de setembro de 2008

PARAISO PERDIDO



Constrange-me o lento/veloz passar das horas
e em meu espírito instala-se o desejo impossível do retorno ao paraíso.
Mas pregado à porta deste céu almejado eis um recado: “Paraíso fechado pra balanço. Período de retorno, indeterminado”.

A VIDA É...

para Daise

A vida é uma viagem
Por vezes longa por vezes breve...
O tempo exato e leve de um sopro
Um suspiro um espirro um cochilo...
Mas que importa o tempo gasto
se foi bem empregado?
O fim da viagem? Uma incógnita...Importa?
Importa é seguir adiante
Não perdido entre brumas
brancas espumas
atolado nos mangues
afogado em lamas
tragado por areias movediças
envolto em frias
doces
cruéis
sublimes
torturantes
armadilhas...
O ideal é deixar-se levar
nas asas do vento voar
que bem conhece o rumo certo a tomar
Voemos então..bem alto...pra longe...além dos montes
lá para aonde vivem os anjos
Antes de virarmos poeira tomemos de empréstimo
o brilho das estrelas...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008


Para Anninha

Lá vem a menina
Tocando a cornetinha
Perturbando toda a gente
Da sala à cozinha

Fi-fi-fi
Fi-fon-fá
Fi-fi-fi
Fi-fon-fá

Iaiá ó Iaiá
Ensina-me a cantar?
Como pra quê ó Iaiá?
Quero fazer par com a menininha
Que toca a cornetinha sem parar

Ela faz fi - fi- fi- fi- fon-fá....
Faço eu lá-lá-ri-lá-ra-lá...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

TRÊS BREVES POEMAS PARA ANA C.

Ana Cristina Cesar

A mulher com a sombrinha azul
Passeia num lugar distante
Sombra errante séria
Nem liga se está em Paris
ou Londres
E “A teus pés” desiste dos sonhos
***
Paz para a alma ferida
Perdida por entre soluços
Lá onde vagueia a tristeza
solene, chorosa, magoada
vestida de luto
***
Um floco de neve
Uma gota de chuva
Uma manhã de orvalho
Tudo se desfaz
Ao toque do sol



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

PIPA NO CÉU



Rodopia no céu
A pipa de papel
Rabiola enrola
Pega, corta e apara
Menino corre atrás
Pula cerca, pula muro
Engole vento
Come tempo
E a pipa de papel
Ponto colorido
No céu
Cai...cai...cai...Lentamente...
Passa nuvem...passa fio...passa passarinho...
Tinha uma árvore no meio do caminho...


terça-feira, 2 de setembro de 2008

LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO...

Para Clarice

Confesso-te, Clarice. Eu já roubei...Tenho experiência no assunto. Sou uma ladra de corações. Tenho muito deles em minha caixa e sem falsa modéstia, alguns estão partidos até hoje. É uma pena... Coração remendado, assim como as flores, não duram, então eu posso te entender Clarice, muito bem, embora as flores, as rosas principalmente, nunca tenham me apetecido...tinha pena de colhê-las, doía-me quebrar-lhes o talo, pois, sabia que, se isso fizesse, elas não durariam, mesmo com minha redobrada atenção e carinho, tão efêmero se lhe afiguram os seus dias, gostava mesmo era de colher corações...! Como te disse, embora as flores não tenham sido os objetos preferidos de meus anseios sei o que é ficar completamente perdida, embevecida, encantada diante de algo que está anos luz de qualquer explicação, e, que, por um estranho e impertinente sentimento, você se julga no direito de pegá-lo, de tomá-lo para si, simplesmente porque, por obra e graça de Deus, este objeto é, ou deve ser, seu, somente seu; estava destinado a você, só a você e a mais ninguém. E, para acalmar o espírito e o absurdo da situação, você arranja todo tipo de desculpas para si mesmo, que vão desde as mais esfarrapadas às mais justas, desculpas estas que agem no espírito, apaziguando-o, e que, acabam por te convencer de que você não fez realmente nada de errado e, aí, a partir desse teu convencimento, tenta convencer aos outros de que agiu guiado pelas mais íntegras, nobres e sinceras intenções. Quando criança, roubei uma boneca e uns anos depois um berloque de Papai Noel de uma exposição que fizemos no colégio. O berloque era tão insignificante e a dona dele tão descuidada, que com a ajuda de uma amiga, me achei no direito de pegá-lo; pensei que ninguém daria falta, mas, deram... Resultado...Tive que devolver o brinquedo, pedir desculpas, engolir o vexame, agüentar pacientemente a bronca de minha mãe e ouvir um interminável discurso sobre os Dez Mandamentos, dando-se sempre maior ênfase ao “Não roubarás”. O discurso, Clarice querida, fez efeito e a culpa e o medo me fizeram recuar diante de várias situações "interessantes", digamos assim, e, durante algum tempo me contentei com aquela brincadeira de criança de “esse lado é teu, esse é meu”...que fazíamos em todo lugar, fosse em casa ou nas ruas, a caminho da escola, até mesmo quando folheávamos revistas, “essa página é minha essa é tua”...numa disputa tola, porém divertida. Contudo, não perdi totalmente a mania de “dar conta do alheio”. Continuei roubando coisinhas sem qualquer importância, como um ou outro bombonzinho, folhas de árvores, uma fruta...Só um pouco mais tarde é que fiquei saliente outra vez e roubei alguns corações. Todavia Clarice, numa dessas curvas do caminho, depois de tanto roubar, eu é que fui roubada, despojada de meu coração, do meu amor e por pouco de minha vida. Deparei-me um dia com um jovem ladrão que surrupiou meu coração num momento de distração. O ladrãozinho era mais jovem do que eu e não tinha muito a oferecer, mas ofertou-me uma flor; uma flor que de tão rubra e perfumada metia medo, dado o brilho intenso de suas pétalas aveludadas, e, quando o sol incidia sobre ela, era como se fosse inflamada por um fogo divino. Sim, Clarice, uma rosa, não uma bela “rosa cor-de-rosa apenas entreaberta”, mas uma rosa, com alguns espinhos, de um vermelho vivo, resplandecente, puro ardor, louca paixão. Porém, mesmo fascinada e boba pelo objeto ofertado e pelo gesto ousado do jovem ladrão, recusei a rosa vermelha e com a recusa o amor tornou-se ainda mais violento / sedento / tormento. Ah, como eu queria Clarice, aceitar aquela flor...a linda flor que me ofertava o ladrão, “que nem homem feito era ainda”, não passava de um menino. Eu queria do fundo do meu coração aceitar a flor. Eu queria, mas não podia...Ele não se contentou com a recusa. Perseguia-me. Não desistia, confrontando-me nas horas mais silenciosas, pegando-me desprevenida, justamente naqueles momentos em que a paixão acaba se sobrepondo a razão. E em atos de exagero ao extremo, jogava-se aos meus pés, lamentava-se de sua dor e prometia-me amor, amor, infinito amor...Foi em um momento de total fragilidade/fatalidade, ele se aproveitou e me pegou, roubando de vez meu coração. Cedi, enfim, a tentação e cai nos braços do ladrão. Emocionada pela insistência, pela querência, pela carência, desafiei os fados que desde o inicio me foram desalentadores e prometiam-me inconstâncias, sofrimentos e ressentimentos, mas sem pensar duas vezes aceitei o jovem ladrão tresloucado. Todos nos vigiavam e com olhares reprovadores se forçaram a aceitar nossa união. Para nós pouco importava. Tínhamos “nossa” casa, canteiros de rosas, músicas, crianças, sol e chuva e o mais importante, tínhamos um ao outro e por alguns anos muita felicidade com pouquíssimas nuvens ameaçadoras, chegava a ficar tonta de tanta alegria. Tive esperança, perdão e vontade de perdoar. Meu coração se engrandeceu, a alma se aqueceu e o espírito se aquietou. Mas, para nossa desdita, ele já conhecia, antes mesmo de me conhecer um ladrão maior, mais hábil e mais forte, já que tinha o dom de farsante e sabia iludir, que o tiranizava, sem compaixão, pairando, como uma sombra sobre sua / nossas cabeças. E este ladrão audaz roubou-lhe de todas as maneiras, tanto material quanto espiritual. Roubou-lhe a paz, a vontade, até, por fim, levá-lo por inteiro, mas não de livre e espontânea vontade, pois muito ele resistira. O meu jovem ladrão, cujo amor era como uma rosa de um vermelho vivo, vermelho paixão, foi-se, misturando-se à poeira do infinito, voltando a fazer parte da grande rosa que é o Universo. Agora está por aí, alma encantada, tocando a música das esferas. Falo Clarice, em inconstância, sofrimento e ressentimento, mas não passam de palavras, pois a inconstância não foi tanta, o sofrimento não foi tanto e os ressentimentos dissiparam-se com o tempo. Tudo se dissipou com o tempo. Tudo passa, não? O que me restou? Restou o amor; as lembranças, a saudade, as duas crianças e uma solidão desmedida...Mas, ainda roubo corações, acreditas!? Ah...E alguns livros...Eu já tive pressa, muita pressa de viver, pois sentia que logo tudo iria terminar e estabanada, fazia como tu, que, ao meter a mão na sebe com o propósito de recolher as pitangas que se escondiam, na pressa de apanhá-las, sem querer, acabava por esmagar alguma, amadurecida demais. Eu, nessa pressa de viver, passei por alto alguns momentos, me esquivando, nunca percebendo a real importância das coisas e o que poderia fazer a diferença. Eu, ladra que fui talvez tenha, do meu “pequeno príncipe”, lhe roubado algo também, quem sabe a juventude, a energia e o juízo. Ele roubou-me, eu o roubei, mas no que diz respeito a minha vida com ele ou a vida em si, como um todo, o certo e o errado, o justo e o injusto, ainda não sou capaz de separar. Entretanto, não tenho do que me queixar. Ele só queria amar e ser amado. Eu só queria amar e ser amada. O amor, como uma flor ou um fruto, como disseste, pedia para ser colhido. Não queria crescer; amadurecer e depois morrer num galho seco qualquer, velho, virgem e solitário, não é este o destino do amor. Ganhei uma rosa de um vermelho vivo, intenso, vermelho paixão, que de tão forte o brilho iluminou tudo ao redor, rosa em vaso de cristal, singela, mas, ao mesmo tempo, tão preciosa, da qual cuidei e amei, até que um dia, como tudo na vida, ressecou e morreu. Mas, a essência das coisas nobres Clarice, esta sim sabemos que nunca morre e no mistério profundo onde repousa a verdade absoluta há sempre lugar para o perdão, perdão para todas as fraquezas, leviandades e misérias, há perdão, inclusive para o amor demais, há perdão para sempre, há perdão para tudo e todas as coisas, há perdão, enfim, Clarice, até para o “ladrão que rouba ladrão...”

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

UM SOM DE CLARINETA



Um som de clarineta
Que não sai de minha cabeça
Por onde andará a pequena Julieta?

Foi em um fim de tarde
Um passeio no parque

Julieta dançava
E a clarineta tocava
E minha cabeça...
ai minha cabeça...Rodava...

O vento quis bailar também
E soprou por todo o parque...
Arrepiou e tanto se empolgou
Que pela pequena Julieta se apaixonou

Era um lindo dia...
E Julieta deixou-se em suas asas levar
Ponto colorido no céu pairando livre no ar
Feito pipa de papel
até lentamente por entre as nuvens desaparecer
Tocando a clarineta sem parar

Toca toca toca clarineta
Martela tuas notas em minha cabeça
Já que eu perdi a pequena Julieta...

Foi um dia um sonho uma ousadia pura magia...
Acho que Julieta e a melodia da clarineta
Só existem em minha cabeça...

Enlouqueci?

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...