Tempo seco
Depois da chuva
Sol aparece entediado
por cima do meu telhado
***
Um floco de neve
Uma gota de chuva
Uma manhã de orvalho
Tudo se desfaz
Ao toque suave do sol
Tempo seco
Depois da chuva
Sol aparece entediado
por cima do meu telhado
***
Um floco de neve
Uma gota de chuva
Uma manhã de orvalho
Tudo se desfaz
Ao toque suave do sol
Lá no morro do Pavio
Vive o vento em assobio
Levanta folha de palmeira
Quebra galho de ingazeira
Lá no morro do Pavio
É tudo por um fio
Mas não tem insegurança
Que descarte a esperança
Lá no morro do Pavio
Não tem tempo ruim
Cada manhã é mais clara que a outra
E se chove ou faz frio
De repente, surge um lugar quentinho
Lá no morro do Pavio
A amizade não é apenas uma lembrança
Maria canta e embala uma criança
Há pelada no campinho
E uma boa pescaria no rio
Tem abrigo pros aflitos
As horas demoram a passar
Porém tem sempre coisas boas
Pra se fazer e se pensar
Lá no morro do Pavio
Quando bate o desassossego e a saudade
Surge logo uma novidade
E tudo então se transforma em canção
Na roda de um violão
Ai, quem me dera compadre
Matar essa vontade
Voltar ao morro do Pavio
E ouvir de novo do vento o assobio
Quem me dera compadre
Voltar aos tempos de criança
E sem saber dançar
Entrar na roda-dança
Estranha nostalgia o peito me invade
Dor de magoa magoada
Que nunca sara
Ai... É o tempo compadre, que nunca para
Sempre indaguei da vida, se ela presta mesmo, apesar de, lá no fundo de mim, acreditar que sim, “a vida presta”, apesar de tantas barbarid...