Tenho febre
Mas meus delírios
São conscientes
E impenitentes
Guardo no passado
Pequenos mistérios
Que não faço mais questão
de desvendar
Ruídos na calçada
Passos na escada
Porém, não são fantasmas
É a chuva
É o vento
É o tempo
É o tormento
Inventam-se situações
Para evitar-se o abandono e a solidão
Marca-se o gado
Rouba-se no baralho
Ás de espada escondido na manga
É faca de dois gumes
Tenho pressa
Inimiga da perfeição
Por não ter opção
Caminhos cruzados
Escolhas malfeitas
Contas insuspeitas
Quanto você deve afinal?
Não tenho troco
Não tenho dinheiro
Não tenho sossego
Tenho febre e por isso escrevo
Percebo o sentido
Através do absurdo de ser
Do não ser
Lua, céu, mar não saem do lugar
Mas parecem me acompanhar
Caminham
Bem mais do que
Na direção do vento
Sem contratempo
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