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domingo, 22 de agosto de 2021
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
Uma fala de Agha sobre a ocupação do Afeganistão (1995)
Omar Ali-Shah
Mestre da Tradição Sufi no Ocidente
Nascimento: 1922, Afeganistão
Falecimento: 7 de setembro de 2005, Jerez, Espanha
Em 21 de Outubro de 1995, Omar Ali-Shah, mestre da Tradição Sufi no Ocidente, falou em palestra, devidamente transcrita por seus discípulos, o seguinte sobre a ocupação no Afeganistão. Lembrando aqui, que, Agha, morto em 2005, era afegão, de uma linhagem que remonta aos tempos do profeta Mohammed.
***
"Eu quero lhes falar brevemente sobre um assunto, que, eu sei interessa a algumas pessoas. Este tema preocupante para alguns, contêm muita desinformação, já que não existem informações corretas sobre a situação real no Afeganistão. Como todos vocês sabem, este é um assunto que me emociona porque envolve meu país e meu povo.
Atualmente, existe em Kabul um governo provisório. Como resultado de dez anos de ocupação soviética, a estrutura social se quebrou e as pessoas têm voltado à antiga forma de identificação por clãs. Isto porque, antes de 1745, o que hoje conhecemos geograficamente como Afeganistão era uma coleção de principados independentes. Tratava-se de um sistema feudal e se baseava, não em linhas racistas, mas no sistema de clãs e funcionava muito bem.
Como em todas as sociedades, ou inclusive famílias, existiam disputas e atritos entre os diferentes clãs. Em 1745 alguém disse: 'Olhem, (foi provavelmente o Nasrudin da época quem falou) outras pessoas têm reis. Que vocês acham de ter um rei?' Desculpem-me, não foi em 1745; o movimento se iniciou em 1720, porém, somente 25 anos depois, e por consenso, eles decidiram criar um reino e escolher uma pessoa que todo mundo aceitaria como rei. Em consequência, Ahemed Shah Durrani foi nomeado rei e se transformou em rei, mas ninguém tomou conhecimento dele no Afeganistão. Na verdade, ele se transformou em rei e todos o aceitavam como rei e cortesmente ofereciam seus respeitos, entretanto, diziam: 'Vocês conhecem os Paghmanis, ele é um Durrani e todos eles são lixo'.
De qualquer forma, o Afeganistão se consolidou, mas, como resultado da invasão soviética, da destruição e do genocídio que a acompanharam, o povo voltou às suas raízes nos clãs. No começo da invasão soviética, independentemente dos ciúmes e atritos existentes entre os diferentes clãs, a totalidade do país lutou unido contra o inimigo, ou seja, os soviéticos. Logo que as tropas soviéticas se retiraram, como consequência da total destruição da infra-estrutura, as estradas, o sistema de irrigação, sistema de comunicações, sistema de educação, etc, os diferentes clãs, em diferentes lugares do Afeganistão, acharam muito difícil permanecer fisicamente unidos e assim reestabelecer os antigos contatos. Atualmente, a situação se agravou, pelo fato de que os soviéticos, sistematicamente, executaram médicos, advogados, professores, sacerdotes e, em outras palavras, a totalidade da classe média ou classe profissional.
Nesta situação de caos e isolamento, existe um vazio de poder, o qual, inevitavelmente, como diz um ditado afegão 'é preenchido pelo diabo'. Da mesma forma, como todo americano esta imbuído do pensamento e da esperança de um dia poder se transformar em presidentes dos Estados Unidos, cada afegão considera que ele deve se transformar em rei. Nas circunstâncias atuais de total destruição da infra-estrutura e da existência de um vazio de poder, não requereria muitos anos para se obter um consenso e se escolher um líder. No entanto, elementos introduzidos neste vazio, vindos do exterior, exacerbaram os atritos e tensões dentro do país durante os últimos oito ou nove anos. Assim, por exemplo, o atual regime russo, embora derrotado e expulso, exerce sua influência no Afeganistão com o objetivo de proteger as suas semi-independentes repúblicas autônomas da Ásia Central. Eles querem manter o fornecimento de petróleo e os gasodutos instalados, do Afeganistão até então, a chamada União Soviética.
No Ocidente, os Khomeines do regime iraniano tentam ampliar sua influência através da minoria Shia do Afeganistão. Os franceses também exercem sua influência por meio de suas atividades industriais e comerciais; antes da invasão soviética, eles tinham um contrato para extrair e exportar petróleo e gás. Os americanos participam, afim de contrabalançar o potencial russo na região. Sendo que também o Paquistão deseja exercer a sua influência, e eis que na parte Este desse país está sendo armado, treinado e estimulado um grupo de jovens desafortunados afegãos, que tentam então estabelecer um partido denominado Talibã. Por outro lado, a Índia interfere automaticamente, simplesmente por se opor a qualquer coisa que faça o Paquistão ou seja, lamentavelmente, a situação atual é de guerra civil.
Com a cooperação de várias agências e fundações internacionais, nós temos tentado reconstruir, muito lentamente e em escala bem pequena, algumas partes da infraestrutura com o propósito de fornecer maquinaria básica, elementos médicos e alimentação. Nesse período, estas atividades deviam ser mantidas ocultas, secretas, clandestinas, em razão de que os soviéticos, além dos bombardeios cotidianos, destruíam qualquer lugar onde se pretendia estabelecer qualquer coisa que lembrasse a vida normal. Assim sendo, nós concentramos nossos esforços nos campos de refugiados do Paquistão e do Irã.
Gostaria de lhes ilustrar a situação atual com alguns números. Na época anterior à invasão soviética, a população afegã era de 16 milhões. Durante a ocupação soviética, e como resultado das lutas, bombardeios e técnicas de extermínio, perderam-se 1.750.000 pessoas. No final da ocupação soviética, existiam 5 milhões de refugiados no Irã e no Paquistão. Atualmente, existem 3,75 milhões de refugiados, provavelmente a maior e mais significativa população de refugiados no mundo. Não escutamos muito sobre esse tema e ele não tem cobertura pela imprensa porque existe uma atitude do tipo: 'os soviéticos foram embora, há paz na região e, consequentemente, não nos ocuparemos mais do assunto'.
Graças a Deus, não temos visto nos jornais ou na televisão, falo em relação ao Afeganistão, aquelas terríveis e deprimentes imagens de crianças desnutridas e hospitais cheios de vítimas da fome e de pessoas emagrecidas. A razão pela qual não vemos essas reportagens impactantes e muito emocionais dos campos de refugiados afegãos, é porque, novamente, graças a Deus, as pessoas não estão magras ou morrendo de fome. Em primeiro lugar, e isso é muito importante, os afegãos são um povo fisicamente forte. Em segundo lugar, se eles são deslocados de seus lugares de origem, assim que eles encontram algum refúgio, seja uma choupana, uma tenda ou mesmo uma caverna, começam a trabalhar, cultivando batatas em 10 metros quadrados ou criando duas galinhas. É um povo sadio, limpo por natureza e lembrando, não estou fazendo alusão a outros refugiados no mundo, que vivem nas mais dramáticas circunstâncias. Se eles se encontram nessas condições, certamente, não é por vontade própria, mas, como geralmente acontece, é porque são muitas pessoas, restritas a uma área muito pequena e sem possibilidades de trabalhar ou realizar outras atividades.
Os refugiados afegãos se organizam seguindo uma estrutura básica tradicional, na forma de aldeias. Nessas aldeias, tem-se uma pessoa mais velha ou mais experiente que dirá aos outros o que devem fazer e cuidará para que seja feito. Se num determinado acampamento são alojados um número demasiado grande de refugiados, um grupo deles irá embora e começará um novo acampamento em outro lugar. Eles fazem isso de uma forma muito útil, particular e afegã, e informando imediatamente as autoridades. As autoridades do Paquistão, tendo já muitos anos de experiência no trato com afegãos, aceitam assim a nova situação. Desta forma, embora exista dentre eles fome e algumas doenças, incluindo falta de qualquer coisa que chamaríamos conforto, pelo menos conseguiram se organizar em pequenas comunidades controláveis.
É nestes acampamentos específicos do Paquistão, onde temos concentrado esforços e utilizado o dinheiro de vocês. Temos providenciado, elementos para o cuidado com a saúde, tais como drogas, antibióticos e demais medicamentos, juntamente com equipamentos básicos para agricultura, pequenos geradores de eletricidade, bombas e etc, na esperança de que essas pequenas comunidades possam tornar-se autossuficientes. Se assim acontecer, quando algumas das 10 milhões de minas soviéticas tenham sido removidas, eles poderão voltar as suas vilas. Preservando o contexto familiar e a coerência da comunidade, esta simples infraestrutura, poderá, futuramente ser utilizada para criar uma outra nova infraestrutura, ao voltarem aos seus respectivos lugares de origem. Eu não sei quando isto vai acontecer ou o quanto vai demorar. Com certeza, este processo se acelerará e, muito, quando enfim, acabar a interferência externa. Até isto acontecer, nosso objetivo é mantê-los vivos, saudáveis e reforçar a sua fé e crença de que estão indo para casa." (Oberschleissem, Alemanha, 20 a 22 de Outubro de 1995)
terça-feira, 17 de agosto de 2021
Mulheres afegãs
"Ommolbahni Hassani, mais conhecida como Shamsia, é uma grafiteira afegã e professora de escultura na Universidade de Kabul. Ela tem popularizado a arte urbana nas ruas de Kabul. Shamsia expõe a sua arte digital e a sua arte urbana na Índia, Irão, Alemanha, Itália, Suíça e nas missões diplomáticas de Kabul." (Sagarana Patrícia Ribeiro)
Shamsia Hassani -Afghanistan- femme street artiste
Du talent et beaucoup de courage!
segunda-feira, 16 de agosto de 2021
O bode expiatório
O bode expiatório de Coach criado por Spielberg
Como uma Cabra marcada para morrer virou metáfora para enganar pobres
O filme “Jurassic Park”, lançado em 1993, foi um fenômeno de bilheteria. Um sucesso estrondoso filmado por Steven Spielperg e que influenciou inúmeros filmes de ficção científica.
Além das influências na cinematografia, o filme também entrou para a cultura pop e passou a influenciar socialmente.
É o caso da cena da cabra, que hoje é usada por coachs de todo o Brasil para falar sobre comodismo e meritocracia.
A cena é a seguinte: Durante o passeio de carros pelo Park, a equipe da instituição coloca uma cabra para atrair o Tiranossauro Rex, a principal atração do dia. Porém, o dinossauro não aparece. Um dos personagens, o paleontólogo Allan Grant, ao ver a frustração das outras pessoas por não terem visto o Rex, diz algo como: "Ele não quer ser alimentado. Ele quer caçar. Não se pode reprimir 65 milhões de anos de instinto selvagem"
Os coachs, atividade que se difundiu amplamente nos últimos anos, usam a pobre cabra e o poderoso dinossauro para dizerem às pessoas: "Comodismo faz mal, não deixem que te deem a cabra, vá buscá-la".
A metáfora, muito cafona e até mesmo desonesta, faz pessoas pobres acreditarem que só vão vencer na vida se matando de trabalhar.
Em uma selva, com comida escassa e muitos perigos, até o Tiranossauro Rex agradeceria um prato de comida em mãos.
Texto - @joelpaviotti
(Nos créditos do filme tá falando cabra. Então chamamos de cabra?
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