Observar os humanos me deixa muito apreensiva e extremamente exausta. Já deveria estar acostumada, mas do meu ponto de vista intergalático, eu, como habitante de um mundo “inexistente” (sim... pois, para os humanos, aquilo que não se vê, ou que não se pode tocar não existe) ouso dizer que os humanos me irritam profundamente com essa mania de se acharem a melhor coisa já feita por Deus neste vasto Universo. São melhores que tudo e em tudo, senhores de uma arrogância tão estúpida quanto inútil. Zombam até mesmo do “trabalho das estrelas”. (Não me peçam para explicar como é feito este trabalho...) Resultado... estou com uma dor de cabeça deveras horrorosa e um desânimo que beira ao desencanto. Desencanto total... com a vida, com as pessoas, de um modo geral. Às vezes, não é sempre, me dói estar viva... me dói estar “presa” a um corpo e a um mundo tão doente... Minha espaçonave está logo ali, pousada no meu quintal... bem ao alcance... estão faltando algumas peças... Saibam... a aterrissagem foi um tanto trabalhosa... todo dia ajeito, mas não sei quando ficará pronta. Bom... de qualquer modo, é fato... estou proibida de abortar a missão... Liberdade de escolha tem seus limites... outros aliens estiveram aqui antes de mim... e outros, certamente virão depois, mas não pensem que sou a única, atualmente, a me remoer com os disparates cometidos pela humanidade, essa “donzela adormecida”, há outros, como eu, espalhados pela superfície do planeta. Vou deixar de lado, no futuro, minhas reclamações... entretanto, hoje, me perdoem... está difícil... acordei com uma sensação de estar sobrando... estou vazia... nada de música, nada de amigos, nada de paixões... é meio estranho me ver de repente como um ser carente, fragilizado... é meio estranho me ver como um desses humanos, que arrastam consigo uma multidão de fantasmas... não quero virar um boneco, uma espécie de Pinóquio E.T.ransformer... esse disfarce de humano me incomoda...a pele me dá alergia... Vou dar um tempo... Vou para a lua, partirei no foguete que já está a subir.... a fugir pra longe daqui... Haaa... outra vez me perdoem os pensamentos desarrumados... deve ser a atmosfera da terra, tão pesada, que depois de tanto tempo, começa a fazer seus efeitos... só pode ser...
Um corvo, um cobre
Se quiser jogar um cobre a um corvo pobre, será muito bem vindo: chave pix: virginiallan@hotmail.com
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segunda-feira, 28 de abril de 2008
DE CLARICE...
A EXPERIÊNCIA MAIOR: Eu antes tinha querido ser os outros para conhecer o que não era eu. Entendi então que eu já tinha sido os outros e isso era fácil. Minha experiência maior seria ser o âmago dos outros:e o âmago dos outros era eu.
***
ANTES ERA PERFEITO: Ter nascido me estragou a saúde.
***
DESENCONTRO: Eu te dou pão e preferes ouro. Eu te dou ouro mas tua fome legítima é de pão.
***
VIVER: Ele teve a sensação de ser. Não poderia explicar, tão profundo, nítido e largo que era. A sensação de ser era uma visão aguda, calma e instantânea de ser o próprio representante da vida e da morte. Então, ele não quis dormir, para não perder a sensação da vida.
(Do livro Aprendendo a Viver, Crônicas reunidas de Clarice Lispector, 2004,Editora Rocco)
domingo, 27 de abril de 2008
RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-COBRA NORATO [1]
É noite!
A cidade dorme.
Das profundezas das águas sai Norato,
Das profundezas das águas sai Norato,
menino encantado em cobra.
Pelas ruas vazias
Pelas ruas vazias
passeia feito gente.
Silêncio!
Solidão.
A cidade dorme.
Silêncio!
Solidão.
A cidade dorme.
Norato, menino encantado em cobra,
mergulha de volta às profundezas das águas.
***
***
[1] COBRA NORATO I: Reza uma lenda, de origem portuguesa, que Norato ou Honorato, era um moço belo e sedutor, filho de um português muito rico, dono de uma fazenda no Tocantins para o cultivo do cacau. O rapaz, ambicioso, matou o pai afim de ficar com a fazenda e todos os seus bens. Seduzido pela Iara, foi levado por ela para o fundo das águas, encantando-se em Cobra-Grande ou Cobra-Honorato, e ainda Cobra-Norato.
COBRA NORATO II: A versão indígena das bandas do Pará nos conta que Cobra Norato era filho de uma índia que um dia, ao tomar banho no Paraná do Cachoeiri, ficou grávida de um boto. Nasceu-lhe um casal de gêmeos, Maria Caninana e Norato. As crianças, de estranha aparência, foram abandonadas por sua mãe no rio Tocantins. Maria Caninana era má e ao crescer tornou-se o terror dos viajantes e das gentes de barranco. Norato, não suportando mais tanta perversidade, mata a irmã, passando a viver sozinho nas águas da Amazônia. Dizem que em noite de festa, despe-se da pele de cobra e vai dançar a procurar nos bailes alguém corajoso o bastante que o desencante.
Do livro MORONETÁ-Crônicas Manauaras, Virgínia Allan; Editora Valer
COBRA NORATO II: A versão indígena das bandas do Pará nos conta que Cobra Norato era filho de uma índia que um dia, ao tomar banho no Paraná do Cachoeiri, ficou grávida de um boto. Nasceu-lhe um casal de gêmeos, Maria Caninana e Norato. As crianças, de estranha aparência, foram abandonadas por sua mãe no rio Tocantins. Maria Caninana era má e ao crescer tornou-se o terror dos viajantes e das gentes de barranco. Norato, não suportando mais tanta perversidade, mata a irmã, passando a viver sozinho nas águas da Amazônia. Dizem que em noite de festa, despe-se da pele de cobra e vai dançar a procurar nos bailes alguém corajoso o bastante que o desencante.
Do livro MORONETÁ-Crônicas Manauaras, Virgínia Allan; Editora Valer
sábado, 26 de abril de 2008
CRENÇAS DE CABOCLO
Esta, meu pai nos contava nas noites de chuva, quando amedrontado pelo barulho do rovão, corríamos para a sua cama, expulsando nossa mãe que acabava por dormir na rede. Dizia assim:
''Caboclo João, um dia cansou da lida dura por dentro daqueles matos. Aquilo não era vida, não! Certa feita, depois de uma briga feia com o regatão (que acabou derrubando no rio e por isso mesmo, o dito cujo jurou vingança) decidiu-se. Iria embora. Partiria já, imediatamente; e sem contar conversa, rumou para casa, na velocidade de um pé de vento. “Mulher, apronta nossas tralhas e pega as crianças. Quero tá bem longe quando a noite cair”.
Maria; era como ela se chamava, sempre pronta a obedecer, fez o que o marido mandava, e a pobre casinha de teto de palha, de portas e janelas pintadas de azul, às margens do rio, lá ficou, sozinha e triste, sem as canções de ninar, que ela, Maria, gostava tanto de cantar; lá ficou, sozinha e triste, sem as travessuras de Tiquinho e Alice. Até o gato, de curiosos olhos amarelos, que não quis acompanhá-los, desapareceu no fundo da mata. Lá se foi caboclo João com a sua Maria, levando pela mão Tiquinho e Alice. Ainda não resolvera para onde ir, porém, iriam mesmo assim. Imprudência? Certamente! Mas, o que caboclo João não podia (e nem devia), era ficar ali, esperando simplesmente a morte chegar.
A família andou muito, e realmente, já estavam bem longe, quando principiou a escurecer. Por sorte haviam chegado a um lugar agradável, um recanto cheio de flores e frutos bons de se comer. 'É!'... decidiu-se. Dormiriam ali.
Apesar de ter nascido e se criado no mato, caboclo João não era daqueles que acreditavam em seres encantados. Em todos esses anos nunca vira um unzinho só que fosse!
Curupira nunca lhe deu peia, Jurupari, vixe, passava ao léu Boiúna, essa então! Onde já se viu cobra preta sem tamanho, que vira canoa e engole gente!
Maria não acreditava; também não duvidava. Sua experiência lhe dizia que existem tantos mistérios neste mundo que nem valia a pena se preocupar. Não sentia medo, porque João não sentia medo. Eta caboclinho corajoso! Pra ele, não tinha nada nem ninguém.
Ajeitaram o local, fizeram uma rápida refeição e se prepararam para a noite. Tiquinho e Alice, acomodadinhos no colo quente da mamãe, não tinham do que reclamar. Caboclo João cheirando a brisa que vinha do rio e olhando o céu coberto de estrelas, pensou que não existia vida melhor. Logo adormeceu. Maria, pelo sim pelo não, não mirou o céu, pregou sim o olho foi nas crianças, com medo de cobra e formiga de fogo. Entretanto, embora convencida de que precisava ficar de vigia, o sono foi mais forte.
Dormiam confiantes na mão misericordiosa do Todo Poderoso, que não lhes faltara em hora nenhuma. E eis, que no silêncio da noite, não ouviram o apito de um vapor, avisando que estava de partida, não viram o vapor se transformar em tronco e depois virar novamente em uma ilha, e outra vez virar vapor, causando imensos banzeiros e arrepios nas gentes dos barrancos.
Caboclo João não acordou; Maria nem se mexeu; Tiquinho e Alice sonhavam que trepavam na velha goiabeira.
Na manhã seguinte, oh, ingrata surpresa!, após terem percorrido léguas e léguas, haviam voltado para o mesmo lugar de onde saíram, em frente a casinha de teto de palha, às margens do rio, que com suas portas e janelas pintadas de azul, parecia sorrir.
Caboclo João não acreditou; só podia ser um sonho, um sonho mau, pesadelo de Jurupari! Como é que podia, estando naquele pedaço de chão bonito e distante, ver sua casinha tão pertinho. Esfregou os olhos, mas, não adiantou: a imagem permanecia ali. Não tinha jeito. Voltaram para o mesmo lugar. Num repente se deu conta: continuavam com os pés fincados na ilha encantada. Decidiu-se.
“Depressa, mulher, pega as crianças e corre pra casa. Terra firme que nada. Isto é o diacho de uma ilha encantada. Cobra preta que vira bote e engole gente!”... Caboclo João nunca soube explicar o que se deu. O fato é que ele resolveu não se arriscar. Decidido, voltou para casa e agradeceu a Deus a ajuda de sua mão piedosa. Verdade ou mentira! Quem é que sabe? Como dizia caboclo João, melhor não arriscar, pois não é todo dia que se pode escapar da cobra grande.
Do livro Moronetá-Crônicas Manauaras, Virgínia Allan, Editora Valer
sexta-feira, 25 de abril de 2008
HAI-KAI À MODA BRASILEIRA
Pia a coruja
Canta o caboclo
Mergulha o boto
***
Dentro do quarto
brilha a luz da manhã
nos cabelos da menina
***
A criança
no colo da mãe
tenta alcançar a lua
***
Vento na mangueira
Bombardeio no telhado
Coração assustado
***
Mãos pequeninas
rabiscam no papel
pedaços de sonhos.
***
Manga madura
fruto saboroso
seio voluptuoso
***
Depois da chuva
reluz ao sol
o caju vermelho
***
Pôr de sol
Solidão na mata
Lamento de pássaro
***
Pôr de sol
Solidão na mata
Canta a cigarra
***
Ao sol
o pássaro estende as asas
leque de penas douradas
***
Nasce o sol
Festa na mata
Revoada de pássaros
***
Noite fria
estende-se sobre a terra
o cobertor azul
***
Sapo encantado
põe a cara feia pelo buraco
janela de seu palácio
***
Silêncio profundo
A tarde em prece
o coração me aquece
***
A papoula vermelha
que ontem era broto
hoje abriu-se em flor
***
Mãos pequeninas
rabiscam no papel
pedaços de sonhos
***
Mergulha o boto
***
Dentro do quarto
brilha a luz da manhã
nos cabelos da menina
***
A criança
no colo da mãe
tenta alcançar a lua
***
Vento na mangueira
Bombardeio no telhado
Coração assustado
***
Mãos pequeninas
rabiscam no papel
pedaços de sonhos.
***
Manga madura
fruto saboroso
seio voluptuoso
***
Depois da chuva
reluz ao sol
o caju vermelho
***
Pôr de sol
Solidão na mata
Lamento de pássaro
***
Pôr de sol
Solidão na mata
Canta a cigarra
***
Ao sol
o pássaro estende as asas
leque de penas douradas
***
Nasce o sol
Festa na mata
Revoada de pássaros
***
Noite fria
estende-se sobre a terra
o cobertor azul
***
Sapo encantado
põe a cara feia pelo buraco
janela de seu palácio
***
Silêncio profundo
A tarde em prece
o coração me aquece
***
A papoula vermelha
que ontem era broto
hoje abriu-se em flor
***
Mãos pequeninas
rabiscam no papel
pedaços de sonhos
***
Balões amarelos
riscados de azul
Poemas ao entardecer
***
Velha árvore
Ah doce é o perfume
das flores no chão
***
Mangueiras em flor
Um besouro vadio
passeia entre as folhas
***
Passarinhos na goiabeira
Entardecer no quintal
Minha alma sorri
***
Sol de verão
No alto das árvores
o namoro das araras
***
Dia cinzento
Cadeiras vazias
Silêncio no jardim
***
Canção de vento
valsa das flores
***
O galo no alto do muro
lança aos quatro cantos do mundo
sua canção vespertina
***
Borboletas coloridas
Frágeis enfeites da manhã
***
A gata branca
no colo do dono
descansa as mágoas
***
Verão!
Canta a cigarra
no tronco da seringueira
***
Balões amarelos
riscados de azul
poemas ao entardecer
***
Mariposa
ao redor da lâmpada
ensaia sua última dança
***
Noite escura
No telhado
o soluço da chuva
***
No retorno das flores
aberto estará o portão
do meu jardim
***
Ao sabor do vento
balançam as palhas
da pupunheira
***
No verão
partiremos rumo ao sol
Minha sombra e eu
***
Após a chuva
pendem das folhas
brincos de brilhantes
***
Lua de prata
vento nos cabelos
A menina deitada
sonha acordada.
***
No telhado da igreja
arrulham os pombos
***
Da janela
olhos cansados contemplam
a lua de outono
***
Pelas quatro estações
sem mistérios
conduzirei a minha alma
***
Vento nas folhas
Prenúncio de partida
O inverno chegou
***
Melancólico Abril
molhado de chuva
conduzirei a minha alma
***
Vento nas folhas
Prenúncio de partida
O inverno chegou
***
Melancólico Abril
molhado de chuva
quarta-feira, 23 de abril de 2008
SALVE, JORGE!
SALVE, JORGE!
Hoje, dia de São Jorge da Capadócia... Os foguetes, aqui nas redondezas, não param de estourar... nem ia escrever mais nada, até lembrar que hoje é dia do Santo Guerreiro, matador de dragões... "Ogum dos terreiros, abre os meus caminhos". É uma pena que o Ilê de Santa Bárbara, que fica perto de minha casa, e possui mais de cem anos de existência, não abra mais as suas portas... Já algum tempo, os tambores se calaram, não há mais festas nem cantos, mas, certamente haverá procissão. Minha mãe acabou de fazer uma promessa ao Santo e ficou a cantar uma velha canção, a voz sai trêmula, embargada pela emoção, pois os versos da canção, quase nem se recorda mais... Orar é sempre bom... traz paz, diminui a ansiedade... e depois há dragões demais à solta neste mundo, São Jorge deve estar cansado, mas não custa nada implorar por sua ajuda. O dia está pesado, cheio de nuvens... talvez chova outra vez e talvez, não haja lua... Salve, Jorge...!
***
"Em toda casa tem um quadro de São Jorge,
em toda casa aonde o Santo é guardião
Seja em um barracão de gente pobre ou em um bangalô de gente nobre
Quem é devoto é só fazer uma oração
que o guerreiro sempre atende com a sua proteção".
***
Oração a São Jorge
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos tendo pés, não me alcancem; tendo mãos, não me peguem; tendo olhos não me vejam e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina graça, Virgem de Nazaré me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus com sua Divina Misericórdia e grande poder seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
O SOL EXISTE
Ainda que seja noite
O sol existe
Por cima de pau e pedra
nuvens e tempestades
cobras e lagartos
O sol existe
ainda que tranquem o nosso quarto
e apaguem a luz
O sol existe
(autor...?)
Por cima de pau e pedra
nuvens e tempestades
cobras e lagartos
O sol existe
ainda que tranquem o nosso quarto
e apaguem a luz
O sol existe
(autor...?)
***
Corpos que vagam no azul celeste
aéreos, etéreos, singelos, amigos sinceros
sempre acima de nós, guiando-nos claros
em nossa jornada, dura caminhada.
aéreos, etéreos, singelos, amigos sinceros
sempre acima de nós, guiando-nos claros
em nossa jornada, dura caminhada.
***
Partia do silêncio da tarde, um soluço melancólico que se abrandou co m um simples bilhete de amor... Doces palavras rabiscadas com pressa sobre um sentimento recente ainda desconhecido... mas, dentro do peito, ainda fechado, selado por uma saudade, um coração batia descompassado, enquanto um sorriso de plena felicidade iluminava-lhe o rosto.
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