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domingo, 28 de dezembro de 2008

AUSÊNCIA



Suprimo, meu amado,
as longas horas em que te espero
ardendo no fogo invisível do mais puro amor
E como a mariposa ao redor da lâmpada
ensaio minha última dança
E pelas esferas encantadas, escondidas,
vai meu espírito, livre, soberano
ao encontro da rosa mística...
Pois saibas amante adorado,
sobre esta terra,
somos nós como um sopro ou a chama vacilante de uma vela
sonho vago,
que, lentamente, se apaga
na mente daquele que desperta.

sábado, 27 de dezembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-A FLOR, A DOR E O AMOR



A FLOR, A DOR E O AMOR


Havia uma flor
Havia uma dor
Havia o meu amor
Esperava que uma supernova
surgisse resplandecente pela estrada
de minha vida afora
Havia o meu amor
Havia uma dor
Havia uma flor
Não devia carregar nenhuma bagagem
Esqueci-me dos conselhos dos antigos sábios
e entreguei-me a inúmeros perigos
Exposta a toda sorte de desatinos
Havia uma dor
Havia o meu amor
Não mais havia a flor
O jardim tão bem cuidado, mergulhado em sombras
Murchou... ressecou... perdeu a cor
Triste, tentei voltar sobre os meus passos
Mas era tarde... a longa estrada se estreitava a cada passada
Havia o meu amor...
Mas ainda havia a dor
Porém, a dor foi amenizando conforme o tempo decorrido
e o trabalho compreendido
Havia boa intenção e a vontade em dar as mãos
Havia compreensão
A alegria secreta tomou conta de meu ser
E entendi, finalmente, o por quê...
De repente...
Não mais havia a dor
Havia somente o meu amor


quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-MIL RAZÕES PARA UM BLUES



TULIPA NEGRA


Graciosa rainha da noite,
que a lua enche de graças e infindáveis carinhos.

Nenhuma canção, jamais, fará jus a tua beleza, pois, nenhum bardo, por mais sábio que seja,
conseguirá apreender o teu real significado.
Por mais que ele cante o amor,
as lágrimas teimarão em rolar
por seu rosto descontente,
já que o negror da tulipa é incognoscível,
e descrevê-la não é possível


Do livro RÉQUIEM; Virgínia Allan, Editora Scortecci




MIL RAZÕES PARA UM BLUES


Misteriosa e fascinante é a flor Tulipa. Originária da Turquia, tulipan (que quer dizer, turbante) pertence à família dos lírios (liliáceas) e costuma florescer no fim da primavera. Reza uma lenda persa que, certa moça, Ferhad, apaixonou-se perdidamente por um rapaz, Shirin, que, entretanto, não correspondeu a essa louca paixão. Rejeitada, Ferhad fugiu para o deserto, aonde ninguém pudesse vê-la chorar... e Ferhad chorava constantemente, dia e noite, de saudade, tristeza e solidão e cada lágrima vertida, caída ao chão, mal tocavam a areia, transformava-se em uma linda flor, a tulipa. A tão decantada tulipa negra, que, na verdade, possui tonalidade marrom-escuro, é conhecida como “rainha da noite” e assim como diz o poema, descrever a sua beleza com exatidão, não é possível. Motivo de inspiração a poetas e escritores, a exaltada beleza maravilhosa desta flor, perde-se no imaginário da humanidade na vã tentativa em decifrar os seus mistérios. Símbolo de perfeição, oculta, dentro de nossas almas, está a sua essência, misturada a nossa, em um casamento feliz e possível. Entretanto, poucos são aqueles que se dão conta deste milagre interior, pois a busca eterna por nós mesmos está, muitas vezes, centralizada apenas nos aspectos externos, deixando-se de lado o retorno positivo proporcionado pela natureza das coisas. Dentro e fora de nós, está a verdade, revestida de vários modos, em variadas formas, seja na imagem de uma criança; de um quadro, de um poema ou na forma de uma flor, portanto, descobri-la não é algo tão distante, e é isto que nos diz a preciosa tulipa, de negras pétalas aveludadas, cuja criação o homem, ainda, não foi capaz, sequer, de igualar. Título igualmente de um livro de Alexandre Dumas, autor de Os Três Mosqueteiros, o romance A Tulipa Negra trata da realização de dois sonhos quase que impossíveis: a concretização de um amor e a produção de uma tulipa negra. A história se passa na Holanda, em pleno século XVII, entre os anos de 1672 e 15 de maio de 1673: Um médico, que também cultiva tulipas, Cornelius van Baerle, é preso, sob falsa acusação pelo crime de traição. Na cadeia, apaixona-se por Rosa, a belíssima filha do carcereiro. Um prêmio de cem mil florins é o que oferece a Associação Hortícola de Haarlem ao desafio proposto de se produzir uma tulipa totalmente negra este é o enredo da história, todavia não foi o belo e intrigante tema do romance de Alexandre Dumas; muito menos a lenda acima descrita, que originaram o nome da mais antiga banda de blues manauara... Fiz o relato acima apenas como uma curiosidade e afim de evitar especulações. Gostamos de ler e escrever, entretanto, nunca lemos o livro de Alexandre Dumas e, tampouco ainda, já chegamos perto de uma tulipa negra. A tulipa também não é uma flor regional, ou quiçá, nacional, além do quê, floresce no fim da primavera, estação que não temos em nosso estado, mas é um símbolo de recomeço e, pensamos, um sonoro e exótico nome para uma banda cujo gênero foge um pouco ao gosto do grande público... mas, retirando uma lição desse caldeirão, que alguns poderão chamar de "mistura estranha", é sempre bom imaginar a possiblidade do impossível; é sempre bom imaginar que podemos sim, realizar os sonhos. Temos não uma, mas mil razões para um blues, todas possíveis, realizáveis... Nossos sonhos e nossas razões, não são correr atrás de fama e fortuna, claro, seria ótimo que, de repente, elas viessem como enfeite do trabalho árduo, mas temos nós os pés no chão e não voamos nas asas da ilusão, voamos sim, como já dissemos na "razão de um blues", e o que estamos tentando fazer é deixar um legado para o futuro, um legado modesto, porém, digno de nota ou de todos os tons. Desejamos inpirar, promover e abrir novos horizontes... Só assim, nestas condições, é que conseguiremos todos escapar do horrendo estado em que somos jogados, muitas vezes, pela absoluta miséria espiritual, moral e material... Seres inacabados que somos, temos ainda muito o que fazer.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

BLUES, UMA DEFINIÇÃO PARTICULAR


A nossa memória é leve e breve. É preciso sempre que um vento sopre e refresque nossas idéias, nossos pensamentos, reavive as lembranças esmaecidas, como acontece ao fogo que está prestes a se apagar. No meio da floresta amazônica canta o uirapuru um triste blues, quem conhece o uirapuru sabe que é um pássaro pequeno de canto melodioso, melancólico e poderoso. O canto se espalha e envolve a quem o ouve... inspira, acalma, enleva, a alma se liberta. A resposta ao canto mágico é imediata, pois todo mundo traz um blues dentro de si e cada um tem o seu jeito de tocá-lo, cantá-lo ou até mesmo (por que não?) de escrevê-lo, de dizê-lo, enfim, uma definição particular. Mesmo tendo surgido em outra terra, de diferente clima e cultura, o blues é universal, pois, é algo inerente ao gênero humano, assim pode soar diferente para cada um, para cada lugar, porém nunca deixa de ser um blues verdadeiro. Poderia dizer como os antigos europeus, que entendiam "blue" como um estado de espírito, uma tristeza mortal, aonde atuavam nossos demônios interiores, isto é, tudo aquilo, todos os sentimentos, que precisavam ser postos para fora; aqui no Brasil o chamamos de "banzo". A história do blues é triste, bela e inesquecível, cheia de encantos com algumas notas (blue note) irônicas de alegria e uma pitada de deboche, enfim uma canção que soa exatamente assim, alegre e triste ao mesmo tempo, aos ouvidos, a alma e ao coração. Embora a sua história tenha começado lá bem longe (ou "longe é um lugar que não existe" como sugere o título de um livro) ao sul dos Estados Unidos, é nos familiar a sua forma, e cada gente, de qualquer parte do planeta, pode traduzi-lo seguindo o seu próprio ritmo, seguindo a sua canção interior, de acordo com a "verdade" que dirige sua própia existência. Para mim, isto é blues.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-MANAUS, MÃE DOS DEUSES - BREVE DESCRIÇÃO




MANAUS, MÃE DOS DEUSES - BREVE DESCRIÇÃO


A cidade de Manaus, capital do Amazonas, está localizada entre os rios Negro e Solimões.  
Fundada em 1669, com a construção do forte São José da Barra do Rio Negro, recebeu o nome de Manaus (que significa "mãe do deuses") após sua elevação à categoria de vila ocorrida em 1832.
No tempo áureo da exploração da borracha, Manaus ficou conhecida como a "Paris das Selvas", devido ao elevado grau de riqueza e sofisticação, e foi uma das primeiras cidades do país a possuir luz elétrica, tendo na construção do Teatro Amazonas atingido o seu ponto máximo.
Musicalmente, Manaus sofreu as mesmas influências que o resto do Brasil, isto é temos raízes musicais fincadas nas raças branca, índia e negra, acrescentando-se também o tempero introduzido pelos imigrantes árabes e judeus, portanto elementos latinos, afros, orientais e europeus. Outrora, tivemos as óperas e as orquestras trazidas de fora pelos barões da borracha para apresentações exclusivas para a elite, ou mesmo (caso das orquestras) para um evento estritamente particular. Atualmente voltamos aos Festivais, começando com o festival de cinema, passando por ópera e jazz... por todo o estado, ocorrem diversas festas e manifestações folclóricas, embora não com a mesma importância conquistada pelo Festival Folclórico de Parintins aonde as estrelas principais são os bois Garantido e Caprichoso. Mas, não pensem que Manaus é só folclore, também nos embalamos e nos inspiramos outros ritmos sons. Na década de 60, três dos Festivais Estudantis de Música, foram aqui realizados e o rock'n'roll em nossa cidade morena, a nossa "porto de lenha", rolava solto, assim a paixão pelo blues foi uma questão de tempo.
Em pleno século XXI, Manaus possui muitas opções, com shows de bandas que imaginávamos anos luz de nossos sonhos e o "bom e velho blues" tem conquistado seu espaço, aliás, muito merecido, porém a duras penas. É tempo de saber que música está além de qualquer fronteira, não é propriedade de ninguém. Em nossos dias é de se admirar de quem se admira que numa cidade conhecida pela sua vasta floresta e por isso mesmo, chamada algumas vezes de "pulmão do mundo" ou ainda, por causa de seu clima quente e úmido de "Inferno Verde " ou "Sucursal do Inferno" se ouça e se faça blues?!... mas, ora, se aqui é o inferno ou uma sua sucursal, aonde mais poderiam viver os demônios da tristeza, os nossos "BLUEDEVILS"? Afinal não são eles que nos ajudam a compor um belo blues? Bem... seja aqui inferno ou paraíso, a tristeza e a alegria também são seus habitantes e temos nosso direito de expressar tais sentimentos, na forma e no jeito que quisermos, naquele que nos sentimos mais à vontade, e esta forma para nós, é o blues.

domingo, 23 de novembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-REI DE MIM



REI DE MIM

Tem dia em que custo a me perder ou a me encontrar. Fico assim, entre um meio termo, que é puro exagero. Teimo em me afogar em um imenso mar de solidão, lá aonde os sonhos deixam de ser sonhos... Mas, aí o que eles são? Mistérios intraduzíveis... sem solução.
A lua paira no céu e eu me imagino também no alto, um ponto brilhante, uma estrela antiga a iluminar os amantes, e só quem me vê e entende são aqueles com almas de poetas.
Fujo as agonias, despisto a infelicidade e vou ao jardim colher uma rosa cor-de-rosa que nunca murchará; uma rosa eterna, cujo perfume preencherá a casa, e cuja beleza adornará a fugacidade do lento/veloz passar das horas e a fragilidade dos dias de chuva ou de sol.
Bem no meio do pátio da casa mais encantadora do bairro há um poço que nunca seca... mas não é um poço dos desejos, nem em suas profundezas habita um gênio servo de nossas vaidades, capaz de nos curar ou tornar-nos ricos ou famosos num abrir e fechar de olhos...
Assim, inconformado, sigo eu nas águas do abandono; sigo eu na esteira de um sonho; sigo eu, enfim, sem dar por mim, nas pegadas de um mito obscuro e medonho, que confronta meu rosto desconhecido a um espelho de dupla face... ambíguo...
Corro contra o tempo... ou o tempo é que corre contra mim... ?! Tanto faz...
O tempo... o tempo parece brincar... ora se estira, ora se encolhe, ora torna a se esticar e eu, por mais que corra, não posso tocá-lo, enrolá-lo ou esquecê-lo... Qu
em sou eu...? Um pobre rei destronado... um nobre senhor sem palácio... um mendigo escondido, traído, apaixonado... perdido de mim!

sábado, 22 de novembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-OS PRIMEIROS LIVROS DO "RESTO DE NOSSAS VIDAS"

para Clarice


OS PRIMEIROS LIVROS DO RESTO DE NOSSAS VIDAS



Meu amor pelos livros, Clarice, começou muito cedo e por causa deles aprendi a ler em tempo recorde, já que ninguém do mundo adulto, queria gastar o seu tempo comigo lendo gibis ou histórias de príncipes e princesas, mas, de qualquer jeito, estes vieram depois, já que comecei mesmo pelos gibis do Popeye, o Marinheiro, Esqualidus, (que tinha. se não me engano, um jeito único e engraçado de falar, além de ser esquisito e magérrimo) Tio Patinhas; as bruxas; Maga Patalógika e Madame Mim, os Irmãos Metralha, Mancha Negra, (adorável) Zé Carioca, Professor Pardal... ai, então, vieram as revistas de terror como KRIPTA, DRÁCULA e outras do gênero, cujo nome não me vem agora à memória. Geralmente, nestes tipos de revista, muitas em preto e branco, vinham os clássicos, recontados, ou melhor, reescritos, de escritores até certo tempo atrás considerados malditos, como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, .Bram Stocker, etc...
Entre todos, porém, Clarice, Edgar Allan Poe foi o que exerceu maior influência sobre mim nos primeiros anos de adolescência. Berenice, Eleonora, Morella, O Corvo, O Gato Preto, O Coração Denunciador, O Barril de Amontillado... Lembro-me com que ansiedade ficava esperando meu irmão mais velho chegar em casa com aquele monte de revistas em quadrinhos, revistas de “sonhos”. Sim, não é algo muito “natural” de acontecer, mas o terror, o fantástico, foram os primeiros temas dos primeiros livros do resto de “nossas vidas” e ao contrário do que muitos podem pensar, não vivia assombrada (vivia encantada) e não desenvolvi, por causa disso, distúrbios de personalidade (pelo menos do que eu conheço de mim).
A Nona Arte, que sempre foi rodeada por preconceitos, considerada mesmo como “sub-literatura”, abriu-me novas portas, levando-me a mundos até então, por mim, desconhecidos.
O contacto com uma literatura mais adulta; através dos quadrinhos, facilitou-me o desenvolvimento das idéias, posto que, levou-me a dar-me conta de questões que lutei para resolver, questões existenciais.
No colégio, os livros que logo me agradaram foram os de História do Brasil e História Geral, cuja professora, de Estudos Sociais, (esqueci o seu nome) também ensinava Português, nos estimulava, fazendo com que lêssemos em voz alta, várias passagens importantes, fazendo o mesmo nas aulas de Português. Foi assim que Cecília Meireles, Manoel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e você, Clarice, entraram em minha vida. Nesse tempo ainda não havia brotado em mim a vontade de escrever. Queria apenas participar, apreciar a beleza das palavras e extrair a sabedoria daquilo tudo.
Os contos de fadas me deixavam melancólica, mas, adorava. Branca de Neve, Cinderela, O Alfaiate Valente...
Hans Christian Andersen resisti a ler durante algum tempo dada a tristeza que me transmitia; assim O Patinho Feio só aquietou em minhas mãos, na fase adulta. Outro conto dele inesquecível para mim é A Sombra, tão sombrio quanto o titulo.
Creio Clarice, que todos nós, com raras exceções, somos meio “patinho feio” e só o tempo, nossa competência, força de vontade e um mínimo de sorte, é que nos ajuda a fazer a transformação para cisne. Infelizmente, nem sempre dá certo, transformar-se em cisne requer trabalho duro sobre si mesmo e poucos conseguem manter a disposição para fazer o que é necessário.
Oscar Wilde me apareceu com seu Príncipe Feliz, O Pescador e sua Alma, O Retrato de Dorian Gray e Di Profundis. Tomei gosto e enveredei pelos romances clássicos, como Madame Bovary de Flaubert, Senhora e O Guarani de José de Alencar.
Em seguida, aconteceu-me o episódio da perda dos livros de Machado de Assis e para me consolar, fui de livro em livro sem me dedicar, em especial, a um autor e, vieram os best-sellers: Ernest Hemingway (O Sol também se levanta), Robert Graves (Eu, Claudius, Imperador, A Filha de Homero) e muitos outros.
Herman Hesse, com o Lobo da Estepe e Damian também passou pela minha vida, assim como certamente passou pela vida de todos que gostam de ler. Vivia pelos sebos atrás de tudo o que me interessava e costumava, graças a Deus, ganhar muitos livros e pela minha ânsia e sede de saber, pela incansável busca interior fui recompensada e encontrei Goethe, Dostoyeviski. ..
Herman Melville e sua baleia branca, Moby Dick, me impressionam até hoje e os santos sufis, que com seu modo peculiar tocaram minha essência, fazendo-me despertar para um jeito novo de olhar o mundo.
Se eu fosse listar todos os livros que me influenciaram e fizeram diferença, não caberia mesmo em uma só vida.
Nesta atual fase de minha existência, dessa “nova vida” Clarice; não possuo biblioteca devidamente projetada e equipada, mas, o que tenho me basta. Poucos livros, agora, suscitam meu respeito, minha atenção e paixão. O tempo passou, estou com os pés firmes, muito bem fincados no chão e raras vezes me vejo arrebatada para um lugar de sonhos. Tudo passa. A gente aprende quando quer realmente aprender, e sei que vais concordar comigo, que, tudo o que foi e ainda é importante, está guardado, impresso na alma, pois os verdadeiros livros, aqueles que nos encantam e ensinam, estão vivos, inscritos, eternamente, dentro do coração.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

FELICIDADE DE PASSARIM



Horizontes que se abrem a perderem-se de vista...
No topo da árvore à beira do caminho
Um passarim faz seu ninho

Voa pra lá pra cá
Trazendo no bico, galhinhos secos, retorcidos
Folhinhas amareladas e palhas mortas
Canta uma canção, sozinho... o solitário passarim

Não tem com quem compartilhar
Os segredos, os desejos, os desassossegos
Não tem com quem compartilhar o seu ninho
O nobre passarim
Mas isto não parece incomodá-lo
E vai juntando aqui e ali pedaços de felicidade

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

RECORDAÇÕES DA CASA DA COBRA-MAIS UMA VEZ



MAIS UMA VEZ


Queria que, mais uma vez, você me aparecesse
Como sempre... sorrindo e morrendo de saudade
Queria que você pudesse me dizer que partiu sem sofrer
E que não se despediu para não me deixar preocupada e triste

Queria que, mais uma vez, você entrasse por essa porta
Como sempre... sorrindo e morrendo de saudade
Cansado do trabalho e da faculdade
Correndo para o contrabaixo

Queria que, mais uma vez, você me aparecesse
Como sempre... sorrindo e morrendo de saudade
E abraçasse tuas filhas e com elas brincasse

Hoje eu amanheci assim... sou só saudade... uma saudade só

E choro enquanto escrevo
Pensando em teu rosto amigo, tão querido
Lembrando do teu sorriso e do teu jeito

Saudade... dor doída/doida dolorida...

Que me aperta o peito e cala

Mágoa guardada que me arrasta e maltrata

Ainda te espero
Ainda te chamo
Ainda te amo

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

JAPANESE BLUES



Hey man... Existirá, dentre os sentimentos, algo pior que paixão recolhida? Sim... Aquele amor que jamais se esquece, mas, o qual, entretanto, a alma não aquece, pois pensar na mulher ingrata, bad dream, é manter aberta no peito a chaga... é lamber a ferida, dolorida, para sempre viva... Que, às vezes, cede, cala, porém, dissimulada, nunca sara! Afim de me livrar um pouco desse tormento, canto aqui, para vocês, o meu blues japonês...

My baby, mal me disse um alô
E logo me deixou...
Cavou daqui até o Japão
Em busca de uma nova paixão

Foi daqui pra nunca mais...
Ai, que falta ela me faz!

Sua indiferença grande mágoa me causou
Doeu fundo a sua ingratidão...
E por ter me deixado só, na solidão
Partiu meu coração

My baby, hoo, my soul, me deixou
E fugiu para o Japão
Descansar à sombra do imperador
Em busca de uma nova paixão

Foi daqui pra nunca mais...
Ai, que falta ela me faz!

Ela veio assim...
E mais rápido se foi de mim
Veloz como o tufão
Breve como a ilusão

Em um piscar de olhos
My baby, my soul, ooh no, me deixou....
Fugiu para o Japão

Foi daqui pra nunca mais, oh yá...
Mal me disse olá...
Nem me deu Sayonara...

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...