Um corvo, um cobre

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sexta-feira, 15 de maio de 2015

OLD BLUES BOY KING


Art by Sebastian Cast

1934, Itta, Bena; Mississipi. Sem melancolia, Boy atravessou o vasto campo de algodão. Ora murmurando uma canção; ora apenas olhando o céu e sentindo o sol sobre e sob a pele. Os raios entravam, penetravam, entranhavam.. Ardiam, como sempre arderiam, porém, o fogo/ardor/calor do sol afugentavam qualquer tristeza. Era sozinho no mundo e talvez, sozinho viveria até o fim de seus dias, tinha apenas nove anos e já sabia, conhecia a solidão.
Começou a tocar por alguns trocados, na esquina da Igreja com a Second Street. Mas, a vida, algumas vezes, se nos apresenta de forma um tanto enigmática. Não era escravo, não tinha nada, nem ninguém, apenas a pobreza extrema a lhe achacar o corpo, mas, a alma, não, poderia ir, pois, pra onde quisesse, ganhar 35 dólares aqui ou em qualquer outro lugar, tanto fazia.. quem sabe, mudando, sua sorte, haveria de mudar também e assim, Riley Ben King foi, se foi com o violão, seu bem mais precioso tal como o de tantos outros.. foi-se arribou do Mississipi, deu adeus ao campos brancos de algodão ..
Por fim, chegou a Memphis, Tenesse, ponto de esperança onde o destino não o decepcionaria... dito e feito ... e um dia, sábado a noite, ouviu um som diferente, o som mais lindo que já ouvira em toda a sua vida, era Stormy Monday, tão bem tocada na guitarra por T-Bone Walker - .. então, ele soube, Young Boy, soube que era aquilo que queria fazer .. tocar blues. Desenvolveu um estilo de tocar simples, com poucas notas, preferiu, e ainda prefere, assim, já que ele mesmo diz que "posso fazer uma nota valer por mil." Deste modo, comprou uma guitarra, uma Gibson de 30 dólares, que quase queimou num incêndio numa noite de inverno de 1949. Naqueles tempos, soía comum nessas casas noturnas, sem muito luxo, para aquecer o salão, encher meio barril com querosene. Dois homens puseram-se a brigar e derrubaram o barril, espalhando as chamas por todo o lugar. Soube depois, que a briga começou por causa de uma mulher chamada Lucille e por causa disso, desde então, passou a chamar a todas as suas guitarras de Lucille, para que assim o episódio jamais esquecido, não mais acontecesse.
Agora, Blues Boy King, não estava mais só, tinha o blues, tinha Lucille, tinha toda a gente e consideração e tocando blues, alcançou fama, fortuna, posição social, reconhecimento, satisfação.. Era, e continua a ser, um dos grandes entre os grandes. Não fazia, nunca fez e nunca fará, vergonha a si mesmo. Devia/deve tudo ao blues e ainda hoje, quando ouve alguém dizer que não entende o blues, que não gosta de blues, old Blues Boy King, volta aquela noite de sábado, onde ouviu T-Bone tocar pela primeira vez e imbuído do espírito do blues que nunca o abandona, põe-se a tocar e não desiste até que o outro, por sua vez, esteja também totalmente convencido.

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