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segunda-feira, 29 de março de 2010

MAL DORMENTE




Ah... meu amor
Tudo me causa pena e rancor
A beleza destruída, desperdício de vida
Flores caídas, frutos arrancados, dilacerados antes do tempo,
Deixados ao chão a apodrecer
Folhas miúdas lançadas ao vento
Predestinadas ao tormento
Que tento dizer?
Se vale a pena tanto anseio
Se vale a pena tanto tecer planos e sonhos
Pra tudo, num abrir e fechar de olhos, desaparecer
A figura amada, aqui, a sorrir, sob a tua proteção
E num instante é fantasma, figura de plasma
Aurora que a saudade teima em esperar
O luto eterno aderiu-me à pele
Cerrou-me os lábios
Empalideceu-me as faces
Secou-me os olhos
E encheu-me de pesar
Meu coração é fundo pântano, encharcado de dor e mágoa
Minha alma é noite trevosa
Perdida na insensata tristeza do pensar,
Ai, o tormento de nada saber 
Ai, a dor doída, maldita
Mistérios de morte, segredos de vida
Desdita
Um olhar perdido, um corpo caido
Um sofrimento constante causa-me consternação
Como fugir de inconcebível precipício?
Quem me dera alcançar uma estrela
A mais alta, a mais brilhante
E guardá-la na palma da mão


sexta-feira, 26 de março de 2010

O CARREGADOR ÁRABE E O ERUDITO




 
O Cavalo Mágico; Trad. Julieta Leite; Edições Dervish

 <3



Um árabe carregou seu camelo com duas bolsas. Encheu a primeira com trigo e a segunda com areia para contrabalançar a carga. Quando estava a caminho, encontrou-se com um erudito que o interrogou a respeito do conteúdo das bolsas. Ao ouvir que uma continha areia, ponderou que, em vez de areia, poderia dividir o trigo em duas porções iguais, uma para cada bolsa.
Ouvindo isso, o árabe ficou surpreso com sua sagacidade, passou a ter grande respeito pelo erudito e o convidou a montar em seu camelo, dizendo-lhe então: “Como possuis tamanha sabedoria, acho que deves ser um rei, um vizir, ou, pelo menos, um nobre rico e poderoso”.
“Ao contrário”, respondeu o erudito. “Sou um homem muito pobre. Todas as riquezas que minha sabedoria proporcionou são cansaços e dores de cabeça. Nem sei onde conseguir uma fatia de pão.
“Nesse caso”, disse o árabe, “desce do meu camelo, segue teu caminho e deixa que eu siga o meu. Pelo visto, sabedoria trás azar”.   

quinta-feira, 25 de março de 2010

A UM PALHAÇO...


 Harlequin Setead in a Cafe, 
Quadro Pablo Picasso


Um texto sem graça, meu clown! Não repare! Sei que entendes a incongruência de tempo/espaço, (eu cá não entendo muito bem), pois, tens a vantagem de saber que é melhor sorrir em meio ao desespero, ainda que um sorriso triste, já que, como diz o dito na boca do povo, onde o velho vira novo, que "até nas desgraças é preciso ter sorte..." E o palhaço, que sorri diante da vida e da morte entende isso com perfeição, melhor que ninguém. Aplausos ao clown descuidado, que quanto mais graça faz a esta gente, mais parece descontente. Quanto riso na praça; e o clown entristecido, no seu canto recolhido, com a mão no queixo caído, vai de suspiro em suspiro!


CONTO ACUMULATIVO (OU AFLITIVO?!)




Posso afirmar com todas as letras, foi sim, amor à primeira vista o que aconteceu entre os dois. Amor à primeira vista sim, desses que só acontecem em filmes ou então, se tivermos sorte, uma vez na vida. Mas, coitados, eram tão tímidos um com o outro, que ele passou mais de um ano para se declarar e chamá-la para sair. Mas, apesar de tudo, valeu a pena esperar...  foi tão lindo e romântico quando aconteceu... Num belo dia, ele criou coragem para falar de seu amor...  na cidadezinha todos acompanhavam aquela história como uma novela... era enorme a expectativa...  grande a emoção...
Ela, que há tempos esperava por esse acontecimento, ficou felicíssima e correu para casa a fim de se arrumar, entretanto, a ansiedade dele era tamanha, que, antes mesmo da hora combinada, ele já a estava a sua porta... a esperar....
“E ai? O que foi que aconteceu?” 
“E ai, a moça que já era bonita, estava em casa se arrumando, fazendo o possível e o impossível para ficar ainda mais bonita...”
“E aí?”
“Ora, deixa a moça acabar de se arrumar...”
“Então... o que aconteceu?”
“Deixa a moça acabar de se arrumar...”
“E então…?”
“Deixa a moça acabar de se arrumar...”
“E então…?”

terça-feira, 23 de março de 2010

JUSTIÇA PARA OS ANJOS


 

Gotas brilhantes
Caem do céu ao mar
Devagar
Nem pássaros
Nem estrelas
Nem diamantes
São anjos
Miríades de anjos
Todos mortos
Espalhados
Sobre os campos
Sobre as flores
Arvores
Telhados
Por toda cidade
Que são mil explicações
a quem está desatento?
Que são mil sinais a quem
falta percepção?
Aperto no coração
Ondas de calafrios
Alma por um fio
Perdidos numa paisagem
Cor de chumbo
Desconhecemos o caminho
E vamos seguindo às cegas,  às tontas
Sempre na contramão
Os anjos, agora mortos
Continuam invisíveis
O tempo pára
Perplexo
Estarrecido
Temendo ser cúmplice
Desse desatino



domingo, 21 de março de 2010

SO, MY BABY, UNDERSTAND


 Entenda baby
Não há o que fazer
Nem o que dizer
Não se desespere
Mas se apresse

Peque a tristeza e a dor
E faça um Blues
Vai, baby, me toca um Blues

Mas não rime amor com dor
Ou tristeza com incerteza
Dobre a esquina e espere
Chegar ao fim da linha


Paciência, querida
E a luz há de brilhar sobre você


Como uma esperança renovada
Ou a paz ressuscitada

Entenda baby
Não há o que fazer
Nem o que dizer
Não se desespere
Mas se apresse

Fecharam-se as saídas
E não se pode voltar
Recesso no túnel do tempo
Presa num circulo vicioso
Procure respirar
Onde é o seu lugar?

Ouça o conselho que lhe dou, menina
Há um sol por trás da neblina
Que cobre a colina
Um sol que não arde, não queima
Ele vai te iluminar
Suba, vá até lá e tenha uma história pra contar

Antes que seja tarde
Procure nas ruínas da velha mina
Que existe na solitária colina
Um sol que não arde, não queima
Ele vai te iluminar
Suba, vá até lá e tenha uma história pra contar 

Entenda baby
Isso é o que te resta fazer
Isso é o que tenho a te dizer
Não se desespere
Mas se apresse

sábado, 20 de março de 2010

PRONUNCIAMENTO DO REI ABDALLAH I AO POVO DOS EUA, SEIS MESES ANTES DA GUERRA DE 1948 ENTRE ISRAEL E A PALESTINA









É prazer especial dirigir-me ao público norte-americano, porque o trágico problema da Palestina não será jamais resolvido sem a simpatia dos norte-americanos, sem seu apoio, sem que compreendam.
Já se escreveram, contudo, tantas palavras sobre a Palestina - é talvez o assunto sobre o qual mais se escreveu em toda a história -, que hesito. Mas tenho de falar, porque acabei por concluir que o mundo em geral, e os EUA em especial, sabem praticamente nada sobre a causa pela qual os árabes realmente lutam.
Nós, árabes, acompanhamos a imprensa dos EUA, talvez muito mais do que os senhores pensam. E nos perturba muito constatar que, para cada palavra impressa a favor dos árabes, imprimem-se mil a favor dos sionistas. Há muitas razões para que isto aconteça. Vivem nos EUA milhões de cidadãos judeus interessados nesta questão. Eles têm vozes fortes, falam muito e conhecem bem os recursos da divulgação de notícias. E há poucos cidadãos árabes nos EUA, e ainda não conhecemos bem as técnicas da propaganda moderna. Os resultados disto têm sido alarmantes. Vemos na imprensa dos senhores uma horrível caricatura de nós mesmos e lemos que aquele seria nosso verdadeiro retrato. Para que haja justiça, não podemos deixar que esta caricatura seja tomada por nosso retrato verdadeiro. Nosso argumento é bem simples: por quase 2.000 anos, a Palestina foi quase 100% árabe. Ainda é preponderantemente árabe, apesar do enorme número de judeus imigrantes. Mas se continuar a imigração em massa, em pouco tempo seremos minoria em nossa própria casa. A Palestina é país pequeno e muito pobre, quase do tamanho do estado de Vermont. A população árabe é de apenas 1,2 milhões de pessoas. E fomos obrigados a receber, contra nossa vontade, cerca de 600 mil judeus sionistas. E nos ameaçam com muito mais centenas de milhares.
Nossa posição é tão simples e natural, que surpreende que tenha sido questionada. É exatamente a mesma posição que os EUA adotaram em relação aos infelizes judeus europeus. Os senhores lamentam que eles sofram o que sofrem hoje, mas não os querem em seu país.
Tampouco nós os queremos em nosso país. Não porque sejam judeus, mas porque são estrangeiros. Não queremos centenas de milhares de estrangeiros em nosso país, sejam ingleses, noruegueses, brasileiros, o que sejam.
Pensem um pouco: nos últimos 25 anos, fomos obrigados a receber população equivalente a um terço do total de habitantes nativos. Nos EUA, seria o mesmo que o país ser obrigado a receber 45 milhões de estrangeiros, contra a vontade dos norte-americanos, desde 1921. Como os senhores reagiriam a isto?
Por nossa reação perfeitamente natural, contra sermos convertidos em minoria em nossa terra, somos chamados de nacionalistas cegos e anti-semitas impiedosos. A acusação seria cômica, se não fosse tão perigosa.
Nenhum povo da Terra jamais foi menos anti-semita que os árabes. Os judeus sempre foram perseguidos quase que exclusivamente por nações ocidentais e cristãs. Os próprios judeus têm de admitir que nunca, desde a Grande Diáspora, os judeus desenvolveram-se com tanta liberdade e alcançaram tanta importância quanto na Espanha enquanto a Espanha foi possessão árabe. Com pequenas exceções, os judeus viveram durante séculos no Oriente Médio, em completa paz e amizade com seus vizinhos árabes. Damasco, Baghda, Beirute e outros centros árabes sempre incluíram grandes e prósperas comunidades de judeus. Até o início da invasão sionista na Palestina, estes judeus receberam tratamento mais generoso - muito, muito mais generoso - do que o que receberam na Europa cristã. Hoje, infelizmente, pela primeira vez na história, aqueles judeus começam a sentir os efeitos da resistência árabe ao assalto sionista. Muitos judeus estão tão ansiosos quanto os árabes e querem o fim do conflito. Muitos destes judeus que encontram lar acolhedor entre nós ressentem-se, como nós, com a chegada de tantos estrangeiros. Por muito tempo intrigou-me muito a estranha crença, que aparentemente persiste nos EUA, segundo a qual a Palestina sempre teria sido, de algum modo, "terra dos judeus". Recentemente, conversando com um norte-americano, desfez-se o mistério. Disse-me ele que a maioria dos norte-americanos só sabe sobre a Palestina, o que lêem na Bíblia. Dado que havia uma terra dos judeus no tempo de que a Bíblia fala, pensam eles, concluem que nada tenha mudado desde então.
Nada poderia ser mais distante da verdade. E, perdoem-me, é absurdo recorrer ao alvorecer da história, para concluir sobre quem 'mereceria' ser dono da Palestina de hoje. Contudo, os judeus fazem exatamente isto, e tenho de responder a este "clamor histórico". Pergunto-me se algum dia houve no mundo fenômeno mais estranho do que um grupo de pessoas pretenderem, seriamente, reclamar direitos sobre uma terra, sob a alegação de que seus ancestrais ali teriam vivido há 2.000 anos!
Se lhes parecer que argumento em causa própria, convido-os a lerem a história documentada do período e verificar os fatos.
Registros fragmentados, que são os que existem, indicam que os judeus viviam como nômades e chegaram do sul do Iraque ao sul da Palestina, onde permaneceram por pouco tempo e então moveram-se para o Egito, onde permaneceram por cerca de 400 anos. À altura do ano 1300 a.C. (pelo calendário ocidental), deixaram o Egito e gradualmente dominaram alguns - mas não todos - os habitantes da Palestina. É significativo que os Filistinos - não os judeus - tenham dado nome ao país. "Palestina" é, simplesmente, a forma grega equivalente a "Philistia".
Só uma vez, durante o império de David e Salomão, os judeus chegaram a controlar quase toda - mas não toda - a terra que hoje corresponde à Palestina. Este império durou apenas 70 anos e terminou em 926 a.C. Apenas 250 anos depois, o Reino de Judá já estava reduzido a uma pequena província em torno de Jerusalém, com território equivalente a 1/4 da Palestina de hoje.
Em 63 a.C., os judeus foram conquistados pelo romano Pompeu, e nunca mais voltaram a ter nem vestígio de independência. O imperador Adriano, romano, finalmente os subjugou em Circa 135 d.C. Adriano destruiu Jerusalém, reconstruiu-a sob outro nome e, por centenas de anos, nenhum judeu foi autorizado a entrar na cidade. Poucos judeus permaneceram na Palestina; a enorme maioria deles foi assassinada ou fugiu para outros países, na Diáspora, ou Grande Dispersão. Desde então, a Palestina deixou de ser terra dos judeus, por qualquer critério racional admissível.
Isto aconteceu há 1.815 anos. E os judeus ainda aspiram solenemente à propriedade da Palestina! Se se admitir este tipo de fantasia, far-se-á dançar o mapa do mundo! Os italianos reclamarão a propriedade da Inglaterra, que os romanos dominaram por tanto tempo. A Inglaterra poderá reclamar a propriedade da França, "pátria" dos normandos conquistadores. Os normandos franceses poderão reclamar a propriedade da Noruega, "pátria" de seus ancestrais. Os árabes, além disto, poderemos reclamar a propriedade da Espanha, que dominamos por 700 anos.
Muitos mexicanos reclamarão a propriedade da Espanha, "pátria" de seus pais ancestrais. Poderão exigir a propriedade também do Texas, que pertenceu aos mexicanos até há 100 anos. E imaginem se os índios norte-americanos reclamarem a propriedade da terra da qual foram os únicos, nativos, ancestrais donos, até apenas há 450 anos!
Nada há de caricato, aí. Todas estas aspirações e demandas são tão válidas e justas - ou tão fantasiosas - quanto a "ligação histórica" que os judeus alegam ter com a Palestina. Muitas outras ligações históricas são muito mais válidas do que esta.
De qualquer modo, a grande expansão muçulmana, dos anos 650 d.C., definiu tudo e dominou completamente a Palestina. Daquele tempo em diante, a Palestina tornou-se completamente árabe, em termos de população, de língua e de religião. Quando os exércitos britânicos chegaram à Palestina, durante a última guerra, encontraram 500 mil árabes e apenas 65 mil judeus.
Se uma sólida e ininterrupta ocupação árabe, por 1.300 anos, não torna árabe um país... o que mais seria preciso?
Os judeus dizem, com razão, que a Palestina é a terra de sua religião. Parece ser o berço da cristandade. Mas, que outra nação cristã faz semelhante reivindicação? Quanto a isto, permitam-me lembrar que os cristãos árabes - e há muitas centenas de milhares de cristãos árabes no mundo árabe - concordam absolutamente com todos os árabes, e opõem-se, também, à invasão sionista da Palestina.
Permitam-me acrescentar também que Jerusalém, depois de Meca e Medina, é a cidade mais sagrada no Islam. De fato, nos primórdios de nossa religião, nós, muçulmanos, rezávamos voltados para Jerusalém, não para Meca.
As "exigências religiosas" que os judeus fazem, em relação à Palestina, são tão absurdas quanto as "exigências históricas". Os Lugares Santos, sagrados, para três grandes religiões, devem ser abertos a todos, não monopólio de qualquer delas. E não confundamos religião e política.
Tomam-nos por desumanos e sem coração, porque não aceitamos de braços abertos talvez 200 mil judeus europeus, que sofreram tão terrivelmente a crueldade nazista e que ainda hoje - quase três anos depois do fim da guerra - ainda definham em campos gelados, deprimentes. Permitam-me destacar alguns fatos.
A inimaginável perseguição aos judeus não foi obra dos árabes: foi obra de uma nação cristã e ocidental. A guerra que arruinou a Europa e tornou impossível que estes judeus se recuperassem foi guerreada exclusivamente entre nações cristãs e ocidentais. As mais ricas e mais vazias porções do planeta pertencem, não aos árabes, mas a nações cristãs e ocidentais. Mesmo assim, para acalmar a consciência, estas nações cristãs e ocidentais pedem à Palestina - país muçulmano e oriental muito pequeno e muito pobre - que aceite toda a carga. "Ferimos terrivelmente esta gente", grita o Ocidente para o Oriente. "Será que vocês podem tomar conta deles, por nós?" Não vemos aí nem lógica nem justiça. Não somos, nós árabes, "nacionalistas cruéis e sem coração"?
O árabe é um povo generoso: nos orgulhamos de "a hospitalidade árabe" ser expressão conhecida em todo o mundo. Somos solidários: a ninguém chocou mais o terror hitlerista do que aos árabes. Ninguém lastima mais do que os árabes o suplício pelo qual passam hoje os judeus europeus.
Mas a Palestina já acolheu 600 mil refugiados. Entendemos que ninguém pode esperar mais de nós - nem poderia esperar tanto. Entendemos que é chegada a vez de o resto do mundo acolher refugiados, alguns deles, pelo menos.
Serei completamente franco. Há algo que o mundo árabe simplesmente não entende. Dentre todos os países, os EUA é o que mais pede que se faça algo pelos judeus europeus sofredores. Este pedido honra a humanidade pela qual os EUA são famosos e honra a gloriosa inscrição que se lê na Estátua da Liberdade.
Contudo, os mesmos EUA - a nação mais rica, maior, mais poderosa que o mundo jamais conheceu - recusa-se a receber mais do que um pequeníssimo grupo daqueles mesmos judeus!
Espero que os senhores não vejam amargura no que digo. Tentei arduamente entender este misterioso paradoxo. Mas confesso que não entendo. Nem eu nem árabe algum.
Talvez tenham ouvido dizer que "os judeus europeus querem ir para a Palestina e nenhum outro lugar lhes interessa".
Este mito é um dos maiores triunfos de propaganda, da Agência Judaica para a Palestina, a organização que promove com zelo fanático a emigração para a Palestina. É sutil meia-verdade; portanto, é duplamente perigosa.
A estarrecedora verdade é que ninguém no mundo realmente sabe para onde estes infelizes judeus realmente querem ir!
Imaginar-se-ia que, tratando-se de questão tão grave, os americanos, ingleses e demais autoridades responsáveis pelos judeus europeus teriam pesquisado acurada e cuidadosamente - talvez por votos -, para saber para onde cada judeu realmente deseja ir. Surpreendentemente, jamais se fez qualquer levantamento ou pesquisa! A Agência Judaica para a Palestina impediu-o.
Há pouco tempo, numa conferência de imprensa, alguém perguntou ao Comandante Militar norte-americano na Alemanha o que lhe dava tanta certeza de que todos os judeus quisessem ir para a Palestina. Sua resposta foi simples: "Fui informado por meus assessores judeus". Admitiu que, não acontecera qualquer votação ou levantamento. Houve preparativos para uma pesquisa, mas a Agência Judaica para a Palestina fez parar tudo.
A verdade é que os judeus, nos campos de concentração alemães, estão hoje sob intensa pressão de uma campanha sionista, por métodos aprendidos do terror nazista. É perigoso, para qualquer judeu, declarar que prefere outro destino que não seja a Palestina. Estas vozes dissonantes têm sofrido espancamentos severos e castigos ainda piores.
Também há pouco tempo, na Palestina, cerca de 1.000 judeus austríacos informaram à organização internacional de refugiados que gostariam de voltar à Áustria e já se planejava o seu repatriamento. Mas a Agência Judaica para a Palestina soube destes planos e aplicou forte pressão política para que o repatriamento não acontecesse. Seria má propaganda, contrária aos interesses sionistas, que houvesse judeus interessados em deixar a Palestina. Os cerca de 1.000 austríacos ainda estão lá, contra a vontade deles.
O fato é que a maioria dos judeus europeus é ocidental em termos de cultura e práticas de vida com experiência e hábitos urbanos. Não são pessoas, das quais se deva esperar que assumam o trabalho de pioneiros, na terra dura, seca, árida da Palestina. Mas é verdade, sim, pelo menos um fato. Como estão postas hoje as opções, a maioria dos judeus europeus refugiados, sim, votarão por serem mandados para a Palestina, simplesmente porque sabem que nenhum outro país os acolherá. Se os senhores ou eu tivermos de escolher o campo de prisioneiros mais próximo, para ali vivermos a vida que nos reste, ou a Palestina, sem dúvida também escolheríamos a Palestina. Mas dêem alternativas aos judeus, qualquer outra possibilidade, e vejam o que acontece! Contudo, nenhuma pesquisa ou escolha terá alguma utilidade, se as nações do mundo não se mostrarem dispostas a abrir suas portas - um pouco, que seja - aos judeus. Em outras palavras, se, consultado, algum judeu disser que deseja viver na Suécia, a Suécia deverá estar disposta a recebê-lo. Se escolher os EUA, os senhores terão de permitir que venha para cá.
Qualquer outro tipo de consulta ou pesquisa será farsa. Para os judeus desesperados, não se trata de pesquisa de opinião: para eles, é questão de vida ou morte. A menos que tenham certeza de que sua escolha significará alguma coisa, os judeus continuarão a escolher a Palestina, para não arriscarem o único pássaro que já têm em mãos, por tantos que voam tão longe.
Seja como for, a Palestina já não pode aceitar mais judeus. Os 65 mil que havia na Palestina em 1918, saltaram hoje (em 1947) para 600 mil. Nós árabes também crescemos, em número, e não por imigração. Os judeus eram apenas 11% da população, naquele território.
Hoje é um terço. A taxa de crescimento tem sido assustadora. Em poucos anos - a menos que o crescimento seja detido agora - haverá mais judeus que árabes e, seremos, significativa minoria em nossa própria terra.
Não há dúvida de que o planeta é rico e generoso o bastante para alocar 200 mil judeus - menos de um terço da população que a Palestina, minúscula e pobre - já abriga. Para o resto do mundo, serão mais alguns. Para nós, será suicídio nacional.
Dizem-nos, às vezes, que o padrão de vida árabe melhorou, depois de os judeus chegarem à Palestina. É questão complicada, dificílima de avaliar.
Mas, apenas para argumentar, assumamos que seja verdade. Neste caso, talvez fôssemos um pouco mais pobres, mas seríamos donos de nossa casa. Não é anormal preferirmos que assim seja.
A triste história da chamada Declaração de Balfour, que deu início à imigração dos sionistas para a Palestina, é complicada demais para repeti-la aqui, em detalhes. Baseia-se em promessas feitas aos árabes e não cumpridas - promessas feitas por escrito e que não se podem cancelar.
Declaramos que aquela declaração não é válida. Declaradamente negamos o direito que teria a Grã-Bretanha de ceder terra árabe para ser "lar nacional" de um povo que nos é completamente estranho.
Nem a sanção da Liga das Nações altera nossa posição. Àquela altura, nenhum país árabe era membro da Liga. Não pudemos dizer sequer uma palavra em nossa defesa.
Devo dizer - e, repito, em termos de franqueza fraterna -, que os EUA são quase tão responsáveis quanto a Grã-Bretanha, por esta Declaração de Balfour. O presidente Wilson aprovou o texto antes de ser dado a público, e o Congresso dos EUA aprovou-o, palavra por palavra, numa resolução conjunta de 30 de junho de 1922.
Nos anos 1920, os árabes foram perturbados e insultados pela imigração dos sionistas, mas ela não nos alarmou. Era constante, mas limitada, como até os sionistas pensavam que continuaria a ser. De fato, durante alguns anos, mais judeus deixaram a Palestina, do que chegaram - em 1927, os que partiram foi o dobro dos que chegaram.
Mas dois novos fatores, que nem os britânicos nem a Liga nem os EUA e nem o mais fervoroso sionista considerou, começaram a pesar neste movimento, no início dos anos 30, e fizeram a imigração subir a patamares jamais imaginados. Um, foi a Grande Depressão mundial; o outro, a ascensão de Hitler.
Em 1932, um ano antes de Hitler tomar o poder, só 9.500 judeus chegaram à Palestina. Não os consideramos bem-vindos, mas não tememos que, àquele ritmo, ameaçassem nossa sólida maioria árabe. Mas no ano seguinte - o ano de Hitler -, o número saltou para 30 mil. Em 1934, foram 42 mil! Em 1935, 61 mil!
Já não era a chegada ordeira de idealistas sionistas. Em vez disto, a Europa jorrava sobre nós levas de judeus assustados. Então, sim, afinal, nos preocupamos. Sabíamos que se não se detivesse aquele fluxo gigantesco seria a catástrofe para nós, os árabes, em nossa pátria palestina. Ainda pensamos assim.
Parece-me que muitos norte-americanos crêem que os problemas da Palestina são remotos, que estão muito distantes deles, que os EUA nada têm a ver com o que lá acontece que o único interesse dos EUA é oferecer apoio humanitário.
Creio que os norte-americanos ainda não viram o quanto, como nação, é responsável em geral por todo o movimento sionista e, especificamente, pelo terrorismo de hoje. Chamo-lhes a atenção para isto, porque tenho certeza de que, se ao se aperceberem da responsabilidade que lhes cabe, agirão com justiça e saberão admiti-la e assumi-la.
Sem o apoio oficial dos EUA ao Lar Nacional preconizado por Lorde Balfour, as colônias sionistas seriam impossíveis na Palestina, como seria impossível qualquer empreitada deste tipo e nesta escala, sem o dinheiro norte-americano. Este dinheiro é resultado da contribuição dos judeus norte-americanos, num esforço pleno de ideais, para ajudar outros judeus.
O motivo foi digno: o resultado foi desastroso. As contribuições foram oferecidas por indivíduos, entidades privadas, mas foram praticamente, na totalidade, contribuições de norte-americanos, e, como nação, só os EUA podem responder por elas. A catástrofe que estamos vivendo pode ser deposta inteira, ou quase inteira, à porta de suas casas. Só o governo norte-americano, voz quase única em todo o mundo, insiste que a Palestina admita mais 100 mil judeus - depois dos quais incontáveis outros virão. Isto terá as mais gravíssimas conseqüências e gerará caos e sangue como jamais houve na Palestina.
Quem clama por esta catástrofe - voz quase única no mundo - são a imprensa dos EUA e os líderes políticos dos EUA. É o dinheiro dos EUA, quase exclusivamente, que aluga ou compra os "navios de refugiados" que zarpam ilegalmente para a Palestina: as tripulações são pagas com dinheiro dos EUA. A imigração ilegal da Europa é montada pela Agência Judeus Americanos, que, é mantida quase que exclusivamente por fundos norte-americanos. São dólares norte-americanos que mantêm os terroristas, que compram as balas e as pistolas que matam soldados ingleses - aliados dos EUA - e cidadãos árabes - amigos dos EUA.
Surpreendeu-nos muito, no mundo árabe, saber que os norte-americanos admitem que se publiquem abertamente nos jornais anúncios à procura de dinheiro para financiar aqueles terroristas, para armá-los aberta e deliberadamente para assassinarem árabes. Não acreditamos que realmente estivesse acontecendo no mundo moderno. Agora, somos obrigados a acreditar: já vimos estes anúncios com nossos próprios olhos.
Falo sobre tudo isto, porque só a franqueza mais completa pode ser-nos útil. A crise é grave demais para que nos deixemos deter por alguma polidez vaga, que nada significa. Tenho a mais completa confiança na integridade de consciência e na generosidade do povo norte-americano. Nós, árabes, não lhes pedimos qualquer favor. Pedimos apenas que ouçam, para conhecer a verdade inteira, não apenas metade dela. Pedimos apenas que, ao julgarem a questão palestina, ponham-se, todos, no lugar em que estamos nós, os palestinos.
Que respostas dariam os norte-americanos se alguma agência estrangeira lhes dissesse que teriam de aceitar nos EUA muitos milhões de estrangeiros - em número bastante para dominar seu país - meramente porque eles insistem em vir para os EUA e porque seus ancestrais viveram aqui há 2.000 anos? Nossa resposta é a mesma. E o que farão os norte-americanos, se apesar de terem-se recusado a receber esta invasão, uma agência estrangeira começar a empurrá-los para dentro dos EUA? Nossa resposta será a mesma.


____________
Rei Abdállah I - "As the Arabs see the Jews". The American Magazine, novembro, 1947. E na internet, em http://politics.propeller.com/story/2006/08/03/as-the-arabs-see-the-jews/, em inglês, com a seguinte introdução: "Esse fascinante ensaio, escrito pelo avô do rei Hussein, Rei Abdállah I, foi publicado nos EUA seis meses antes do início da Guerra de 1948, entre israelenses e palestinenses". Tradução de trabalho, para finalidades acadêmicas, sem valor comercial. (Leitura sugerida pelo Embaixador Arnaldo Carrilho, palestra em São Paulo, em 2007)

Texto do Rei Abdállah I -Retirado do http://www.viomundo.com.br/bau-do-azenha/como-os-arabes-veem-os-judeus/, de Luiz Carlos Azenha - Vi O Mundo - 01/01/2009

quinta-feira, 18 de março de 2010

SE NÃO FOR MUITO TARDE...




E quando a alegria retornar
se não for muito tarde
não irei repousar a cabeça em teu ombro
pois em lugar nenhum
encontrarei descanso
Nem sei mais se é dia ou noite
Devo parar de chorar
As lágrimas toldam-me a visão
Fantástico borrão...
São elas puro brilhante, liquido diamante...
que não valem a pena desperdiçar
nos vãos tormentos humanos
Portanto... não faça como eu
Guarda-te de secar a fonte
Busco incansável
pelo trovador do amor
que me ensine a canção
que há de apaziguar meu coração
Assim, quem sabe mais atento, despertado os sentidos
não tornarei a deitar a cabeça em teu ombro amigo
Irei adiante em minha jornada solitária
por este mundo afora
O pão dourado do saber
nem migalhas encontrei
O rei mendigo/amante...
Pergunto-me por onde ir...
O poeta em Konia mandou-me
que seguisse na esteira do sol a procura de Shams
Shams conhece o segredo
Shams conhece o caminho


*** 


quarta-feira, 17 de março de 2010

SOU UMA PERGUNTA... SOU UMA RESPOSTA


 
Clarice em Berna, Suiça, 1946

:) 


SOU UMA PERGUNTA, é um texto de Clarice Lispector, como um questionário do livro de crônicas Aprendendo a Viver; Clarice Lispector, Editora Rocco Ltda.
 Aqui, resolvi brincar um pouco respondendo suas perguntas. Um texto interativo... As perguntas são de Clarice, as respostas são minhas... Espero que apreciem (e aprovem) a brincadeira.  Um formspring às avessas...




<3 



Quem fez a primeira pergunta?
Sabe Deus, ou melhor, o primeiro ser insatisfeito, neste caso, a serpente: "por que eles e não eu?"
Quem fez o mundo?
Deus?
Se foi Deus, quem fez Deus?
Os homens que ele criou
Por que dois e dois são quatro?
Quem disse? Dois mais dois até podem ser quatro, mas dois e dois são 22
Quem disse a primeira palavra?
A primeira besta metida a homem
Quem chorou pela primeira vez?
A primeira mulher, por terem-na chamado de Eva... Eva é a mãe...
Por que o sol está quente?
Porque não é frio
Por que a lua é fria?
Porque não é quente
Por que o pulmão respira?
Oras, porque é o pulmão, não o coração
Por que se morre?
Porque não se pode viver para sempre
Por que se ama?
Porque não se odeia
Por que se odeia?
Porque não se ama
Quem fez a primeira cadeira?
O primeiro homem cansado de esperar em pé
Por que se lava roupa?
Pra não deixá-la suja
Por que se tem seios?
Porque existem mulheres e a troca de sexo
Por que se tem leite?
Porque se fazem bebês
Por que há o som?
Porque há o silêncio
Por que há o silêncio?
Porque há o som
Por que há o tempo?
Porque aprendemos a contar
Por que há o espaço?
Porque precisamos viajar
Por que há o infinito?
Porque não nos conformamos com o fim
Por que eu existo?
Você existe, Clarice, pra nos fazer pensar... e chorar
Por que você existe?
Porque meu pai e mãe existem e antes deles os meu avós
Por que há o esperma?
Porque há o óvulo
Por que há o óvulo?
Porque há o esperma
Por que a pantera tem olhos?
Pelos quase mesmos motivos que você e eu
Por que há o erro?
Porque há o acerto
Por que se lê?
Pra se tentar entender
Porque há a raiz quadrada?
Bom... sou muito ruim em matemática... existe a raiz cúbica... alguma redonda?
Por que há flores?
Porque há jardineiros
Por que há o elemento terra?
Porque existe ar
Por que a gente quer dormir?
Porque a gente precisa de descanso
Por que acendi o cigarro?
Você... não sei. Eu não fumo
Por que há o elemento fogo?
Porque existe a água
Por que há o rio?
Porque existe a nascente
Por que há gravidade?
Porque existe força de atração
Porque existem leis
Depende do ponto de vista. As leis existem para serem acatadas, burladas, infringidas, rompidas, re-partidas...
Por que e quem inventou os óculos?
Talvez o jacaré de óculos, que, praticamente, fóssil pré-histórico não deve lá enxergar muito bem..
Por que há doenças?
Porque há saúde
Por que há saúde?
Porque há doenças
Por que faço perguntas?
Porque gostarias de entender tudo
Por que não há respostas?
Porque precisamos nos enganar dizendo que há
Por que quem me lê está perplexo?
Porque é bobo
Por que a língua sueca é tão macia?
Isso já não sei te dizer. Nunca experimentei uma
Por que fui a um coquetel na casa do Embaixador da Suécia?
Porque, talvez, estivesses curiosa
Por que a adida cultural tem como primeiro nome Si?
Porque deve ser muito indecisa e  ainda não Si encontrou
Por que estou viva?
Porque deixaste nome e memória
Por que quem me lê está vivo?
Tens certeza? Vai ver ninguém tem a exatidão desse fato
Por que estou com sono?
Porque, noite passada, não deves ter dormido bem ou então tens tido muita conversa chata (
bocejando de novo?!)
Por que se dão prêmios aos homens?
Agora também se dão às mulheres. Agora ela está quase lá, sendo tratada como igual e elevando tanta ou mais porrada como antes
Por que a mulher quer o homem?
Porque ela também precisa de sexo e poder
Por que o homem tem força de querer a mulher?
Porque é um prepotente
Por que há o cálculo integral?
Matemática outra vez...
Por que escrevo?
Porque insistes em obter respostas
Por que Cristo morreu na cruz?
Porque ele tinha mania de Perfeição
Por que minto?
Porque dizer sempre a verdade não é tão comum assim
Por que digo a verdade?
Porque mentir dá muito trabalho...
Por que existe a galinha?
Porque existe o ovo
Por que existem editoras?
Pra fazer todo mundo achar que só eles entendem do assunto
Por que há o dinheiro?
Porque precisamos viver de trocas
Por que pintei um vaso de vidro de preto opaco?
O coração tem razoes que a própria razão desconhece
Por que há o ato sexual?
Porque, acho que posso dizer assim, existe a lei da gravidade
Por que procuro as coisas e não encontro?
Porque, certamente, ou perdeste ou não sabes onde deixaste... o que não vem a dar no mesmo
Por que existe o anonimato?
Porque existe a fama
Por que existem os santos?
Porque existem os santos pecadores
Por que se reza?
Pra se ter a ilusão de proteção
Por que se envelhece?
Porque não há como deter o tempo
Por que existe câncer?
Porque há o desequilíbrio
Por que as pessoas se reúnem para jantar?
Porque precisamos de companhia pra falar a mesa
Por que a língua italiana é tão amorosa?
Não sei... nunca namorei um italiano. Bem que gostaria
Por que a pessoa canta?
Quem canta seus males espanta
Por que existe a raça negra?
Porque existe a raça branca
Por que é que eu não sou negra?
Porque seus pais não eram negros
Por que um homem mata o outro?
Porque não sabe o que fazer, não sabe conter a ira,  porque é mau, porque é doente, porque mente
Por que nesse mesmo instante está nascendo uma criança?
Pra humanidade sobreviver
Por que o judeu é a raça eleita?
Eles se acham...
Por que Cristo era judeu?
Porque ele não teve pra onde correr, quero dizer, não teve escolha... era um predestinado (por opção?)
Por que meu segundo nome parece duro como um diamante?
Porque tem luz... LIS-PECTOR
Por que hoje é sábado?
Hoje não é sábado
Por que tenho dois filhos?
Porque dois é bom...
Por que eu poderia perguntar indefinidamente por quê?
Porque achas que toda pergunta tem uma resposta e não é bem assim
Por que o fígado tem gosto de fígado?
Hummm... esta Fernando Sabino poderia te responder
Por que a minha empregada tem um namorado?
Porque ela também é filha de Deus...
Por que a Parapsicologia é ciência?
Porque o homem gosta de fazer confusão juntando objetividade e subjetividade... quer explicar o que não consegue aceitar
Porque vou estudar Matemática?
Outraaa vez... ai, meu Deus...
Porque há coisas moles e coisas duras?
Porque existe a natureza das coisas
Porque tenho fome?
Dependendo do tamanho e o tipo de fome, ela pode ou não ser saciada. Tens fome de quê?
Por que no Nordeste há fome?
Esta pergunta exige uma resposta mais complexa, porque esta é uma fome sem dimensão e de dois tipos: A fome dos que querem comer comida de verdade e a fome dos mesquinhos que roubam dos que nada tem, até mesmo a ultima migalha de pão.
Por que uma palavra puxa a outra?
Porque, por mal ou por bem, precisamos nos fazer entender...
Por que os políticos fazem discurso?
Porque eles têm o dom de farsantes e precisam se exercitar
Por que a máquina está ficando tão importante?
Sinto dizer-te, Clarice, que a máquina já é tão ou mais importante que um ser humano. O homem pensa que governa a máquina, mas é a maquina que governa a si mesma e também ao homem... Ossos do ofício
Por que tenho de parar de fazer perguntas?
Achas que deve? Eu não...
Por que existe a cor verde-escuro?
Por que há varias tonalidades de verde
Por quê?
Porque sim, oras... porque sim também é uma resposta
Sim, porque é porque, oras como dizes... e nem tudo tem um...
Mas por que não me disseram antes?
Porque não havia porque dizer
Por que adeus?
Porque adeus é a tradução de meu nome em japonês (Sayonara)
Por que até o outro sábado?
Já te disse que hoje não é sábado
Por quê?
 

Cantilena do Corvo

EE-SE BLUE HAVEN

Ee-se encontrou Ahemed na saída de Hus. Dirigia-se ela aos campos de refugiados, nos arredores de Palmira, enquanto Ahemed seguia com seu pa...